quinta-feira, 27 de junho de 2013

As Melhores Histórias do Pelezinho nº 5


Já nas bancas "As Melhores Histórias do Pelezinho" nº 5 com republicações de histórias sensacionais dos últimos números do Pelezinho da Editora Abril. A maioria delas com situações incorretas e beirando o absurdo, coisa muito comum na época e que comento nessa postagem.

Com uma piada muito legal na capa, essa edição tem 14 histórias, incluindo a tirinha final.  O gibi começa com a história "O salvamento". Nela, o Pelezinho prende a sua calça na janela quando vai jogar bola. Ele não vê e é puxado pra trás, quebrando os vidros da janela e a casa toda e vai parar dentro do fogão! Com o detalhe que o forno estava ligado, assando um bolo. E ele passa vários sufocos para poder sair de lá sem a mãe ver, pensando que ela iria brigar com ele porque estragou o bolo dela. É uma história toda errada para os padrões atuais: como uma criança vai entrar em um fogão com bolo assando sem se queimar todo? Como ele atravessa o vidro sem se cortar? Nem importa esses absurdos, o que interessa é a diversão garantida.

Trecho da HQ "O salvamento"
Situação semelhante acontece na história "O vulcão", em que Pelezinho cava um buraco para pegar uma bola e fica entalado na saída e, para sair, se rola até se chocar com uma vidraça. Ele sai ileso sem sofrer nenhum corte e arranhão sequer.

Outra história de destaque é "A quadrilha" em que aparece o Frangão se equilibrando na fachada do 6º andar de um prédio para pegar uma bola e os moradores ficam desesperados para saber como ele foi parar ali e até pensando que estava querendo assaltar. O motivo dele estar ali é meio óbvio, o que é interessante, além do bom roteiro, é ver o Frangão no alto do prédio á risco de cair lá de cima, algo inadmíssível nos gibis atuais, porém nos anos 80 era normal.

Trecho da HQ "A quadrilha"
Em "A escalação", um computador cai no meio do campinho de futebol, o Cana Braba tenta tirar as peças para ficar mais leve de tirar dali e acaba ficando preso dentro. O absurdo fica por conta de quando o dono do computador liga na tomada, o choque que leva não acontece nada com o Cana que estava dentro, e nem com o próprio dono. E o detalhe do computador tipo mainframe, já que na época não era raro alguém ter desktop. 

Trecho da HQ "A escalação"
Esses absurdos nas revistas antigas que eram a graça e faziam toda a diferença. Em uma época que não tinha preocupação com o politicamente correto, são situações que aconteciam normalmente nos desenhos animados da época, principalmente dos Looney Tunes, e que eram aproveitadas nos gibis, sem problema nenhum. As outras histórias desse gibi são normais, em relação a algo incorreto, mas mesmo assim não deixam de serem boas também; algumas envolvem futebol, outras não. Todas muito divertidas. 

Nessa edição, aparentemente, só houve uma alteração em relação ao material original, foi na história "Furou a bola" (em que o Cana Braba fura a bola do Pelezinho), se referem a "trinta reais" em vez de "cruzeiros", nada muito sério, até compreensível, e não altera o sentido da história, embora preferia o texto original.

Enfim, um gibi muito bom para quem gosta e tem saudades de ver cenas incorretas nos gibis que estão extintas nos gibis atuais. Recomendo a todos. Para ver mais comentários sobre essa coleção "As Melhores Histórias do Pelezinho" como um todo, clique aqui.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Os Doze Trabalhos da Mônica


"Os doze trabalhos da Mônica" foi uma publicação especial lançada pela Editora Globo em 1991. Foi a primeira edição desse formato até então. Nessa postagem, mostro todos os detalhes dessa revista e conto como foi a história dela.

Essa edição tem formato 16 X 23 cm, ou seja, maior que os gibis convencionais, porém o tipo de papel da capa e do miolo são iguais aos dos gibis convencionais. Tem 52 páginas no total, com 8 páginas destinadas à apresentação e curiosidades e o resto é uma história inédita parodiando "Os doze trabalhos de Hércules" e uma tirinha final sobre o tema. E não tem propagandas no miolo.

"Os doze trabalhos da Mônica" começa com uma página de editorial, mostrando uma apresentação da edição. A seguir começa a seção de curiosidades, com textos desenvolvidos por Sidney Gusman, contando a história da Mitologia Grega como um todo, incluindo informações sobre os deuses do Olimpo e caricatura de cada um deles. Com isso, conhecemos um pouco sobre a história dos 12 principais deuses e de seus parentescos: Zeus (senhor supremo do Monte Olimpo), Hera (deusa protetora das mulheres e dos partos), Poseidon (Deus dos mares), Deméter (deusa da agricultura), Héstia (deusa dos lares), Hefesto (deus das forjas), Hermes (mensageiro dos deuses), Apolo (deus do Sol), Artémis (deusa protetora das crianças), Atena (deusa da sabedoria), Ares (deus da guerra) e Afrodite (deusa do amor). 

Uma das páginas contando a história dos deuses da Mitologia Grega
As ilustrações com as caricaturas muito bem elaboradas, por sinal, uma arte muito boa. Depois é mostrado um texto contando a história de Hércules, o filho de Zeus, e como foram na verdade os doze trabalhos de Hércules. E cada um dos trabalhos representados com belas imagens dos personagens que fizeram parte da história parodiada na edição. E ainda é mostrado a seção "os deuses vão Roma" onde é mostrado que os deuses da Grécia tiveram seus nomes trocados em Roma e mostra um comparativo de nomes. Assim, vimos que Zeus se chamava Júpiter em Roma, Hera, se passou a chamar Juno, Hermes, era Mercúrio, e assim por diante. E fecha com a ficha-técnica da revista, algo raro nos gibis da MSP.

Uma das páginas contando sobre os verdadeiros trabalhos de Hércules
Após as curiosidades, vem a história inédita "Os doze trabalhos da Mônica". Ela tem 39 páginas no total, dividida em 3 partes, com a participação da turma toda. Mônica e Cebolinha contracenam com vários núcleos de personagens. Tanto o roteiro quanto os desenhos são sensacionais. Traços perfeitos e com uma arte rica de detalhes, até as placas colocavam com letras gregas.  

Passada na Grécia Antiga, a história começa apresentando o Hércules, falando que ele era filho de Zeus com a mortal Alcmea. Quando Zeus se casou com a deusa Hera, ela, muito ciumenta por Hércules ser filho de uma paixão antiga do Zeus, o manda que realizasse doze trabalhos dificílimos. Hércules consegue realizá-los, deixando Hera cheia de ódio.


Então, ele se casa e tem uma filha Mônica que herda sua força. Quando Cebolinha a xinga, ela arremessa tão forte o Sansão que acerta a cabeça da Hera já dentro do castelo de Zeus. Com raiva, Hera manda que ela cumpra doze trabalhos, os mesmos que o Hércules realizou. Até como uma forma de se vingar dele. Com a ajuda do Cebolinha, Mônica começa a realizar os trabalhos, só que cumpridos de uma forma bem diferentes que Hércules realizou. Os trabalhos a serem cumpridos foram esses na ordem:

  1. Dominar um leão invencível e furioso que estava assustando a região de Nemeia. A solução encontrada foi tirar o espinho do pé do leão que o incomodava e sempre que ele se aproximava para pedir ajuda, todos corriam. O leão era o Rei Leonino.
  2. Vencer a Hidra de Lerna, um monstro de sete cabeças. Tinham que descobrir qual das cabeças é a vital. A solução foi a Mônica acertar uma pedra gigantesca em cima da hidra, matando por completo.
  3. Vencer um elefante que está arrasando a aldeia de Arimanto. A solução foi o povo alimentá-lo uma vez ao dia, já que ele precisava sair pra buscar àgua e alimentos. O elefante era o Jotalhão.
  4. Pegar uma corça de patas de bronze superveloz e arisca. A solução foi o Cebolinha arrumar uma super-rede pra apanhá-la desprevenida.
  5. Espantar aves na aldeia de Estínfalo que faziam barulho ensurdecedor quando cantavam. A solução foi a Mônica chorar mais alto que elas e acabaram indo embora. O povo de Estínfalo foram interpretados pela turma do Piteco.
  6. Limpar o estábulo com quinhentos mil porcos do rei Cascão de Áuguias. A solução foi cavar um canal do rio até o estrábulo, lavando todos os porcos de uma só vez. 
  7. Enfrentar um touro feroz na ilha de Creta. Sem querer, descobrem que eram o Franjinha e o Titi que se disfarçavam de touro pra assustar o povo da região, solucionando o caso.
  8. Enfrentar as éguas de Diágenes que comiam gente. Cebolinha foge da missão com medo e é capturado. Mônica encontra o rei que a leva até as éguas e encontra o Cebolinha preso e elas recusando a comê-lo por não gostarem de cebola. A solução foi a Mônica oferecer alfafa a elas, que gostaram. O rei de Diógenes era a Dona Morte.
  9. Conseguir o cinturão de Hipólita, a rainha das amazonas. A solução foi trocar o cinto dela pelo da Mônica. A Hipólita era a Tina.
  10. Tirar os bois do Gerião, um gigante de três cabeças, devolvendo ao pastor Chico Bento. Mônica aceita o desafiar numa luta e ganha ao falar que é simpático, principalmente a cabeça do meio. Ao virarem a cabeça, vai a nocaute. E Mônica passa a ser a nova dona da região, que passa o poder ao Chico Bento.
  11. Pegar uma maçã de ouro do jardim das Hespérides, onde tinha Magali como guardiã. A solução foi falar que tinha várias frutas mais gostosas no jardim para ela tomar conta. Ela fica desesperada e sai correndo para devorar as frutas, enquanto eles conseguem pegar a maçã.
  12. Descer ao inferno pra pegar Cérbero, o cão de duas cabeças. Sendo que o rei Hades Feio não permite. Para esse trabalho, ela tem uma ajuda de Zeus e seu mensageiro Hermes, que levou o Sansão até lá na hora que eles estavam presos a chamas. Mônica pega o coelho e taca no rei, anulando o poder dele e das chamas. Eles pegam o Cérbero, que era o Floquinho, e cumprem, com isso, os doze trabalhos.

No final, Hércules fica orgulhoso da filha e Hera considera cumpridas as tarefas. Só que Mônica descuidada acaba dando outra coelhada na cabeça de Hera e o Cebolinha corre com a Mônica antes dela acordar, dizendo: "Lápido, Mônica! Senão lá vem mais doze!"


Como pode ver, tudo foi adaptado ao universo da Turma da Mônica de uma forma muito criativa. Logicamente a história de Hércules não era assim, era muito violenta por sinal. Para se ter uma ideia, na verdade, Hércules teve que cumprir as 12 tarefas para seguir com a alma em paz por ter matado a família inteira por causa de um feitiço da Hera. E na história dessa revista especial, foi tudo tratado de forma leve e com muito humor.


Essa história já foi republicada duas vezes. A primeira vez foi em "Gibizão da Turma da Mônica nº 3" (Ed. Globo, 1996), sendo que nessa edição não foram republicadas as curiosidades, apenas a história. A outra foi em "Maurício Apresenta nº 1" (Ed. Panini, 2008), onde aí sim eles republicaram também as curiosidades que saíram na revista original, com a diferença que as colocaram depois das histórias e reestruturadas tamanhos pra caber em 4 páginas, enquanto que na revista de 1991 essas curiosidades antecediam a história e tinha 8 páginas no total, como falei anteriormente. Ambas republicações com capas diferentes da original. Eu só tenho a original de 1991 que acho a melhor de todas, inclusive a capa. Material original sempre é melhor, com as cores originais, fora que ainda acho que é a melhor capa, mesmo sendo mais simples. Afinal, o simples continua ser o melhor. 

Capas de "Gibizão Turma da Mônica" nº 3 (1996) e "Maurício Apresenta" nº 1 (2008)

Sem dúvida "Os doze trabalhos da Mônica" foi uma edição espetacular, não só pela história fantástica e de alto nível, mas também pela oportunidade dos leitores conhecerem as curiosidades da Mitologia grega. Com certeza um grande marco da MSP, que sempre vale a pena ser relembrada. Dá pra ler, tanto a história  completa, quanto as curiosidades da Mitologia Grega no site oficial da Turma da Mônica. Termino a postagem com uma propaganda anunciando esse gibi que saía nos gibis de 1991:

Propaganda tirada de Magali nº 56 (Ed. Globo, 1991)

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Papa-Capim: HQ "O Animal desconhecido"

A história que compartilho é protagonizada pelo Papa-Capim e mostra a aventura de um cachorro perdido na selva. Ela tem 8 páginas e foi publicada em Chico Bento nº 28 - Ed. Globo ,1988.

Capa de Chico Bento nº 28  (Ed. Globo, 1988)
"O animal desconhecido" começa com o Papa-Capim caçando com sua filhote de onça de estimação, a Guatira. Enquanto estão caçando, encontram um cachorro e o Papa-Capim não conhece que bicho é aquele. Ele resolve caçá-lo e, quando joga sua lança, para sua surpresa, o cãozinho traz de volta para ele jogar de novo. Na verdade, pensa que o Papa estava brincando com ele.


Com isso, Papa-Capim percebe que o cãozinho é amistoso e desiste de caçá-lo e deixa ir. Só que o cão gostou dele e quer ir junto com ele. A partir daí, ele ajuda o Papa-Capim a caçar um perdiz e ainda o livra de ser mordido por uma cobra, deixando a onça Guatira enciumada. Papa-capim fica admirado com o cão e o leva pra aldeia e esquece da Guatira.


Guatira então fica triste e sai à procura de uma caça pra agradar o seu dono. Enquanto está farejando, encontra dois "caraíbas", que estavam à procura do seu cãozinho que desapereceu, que na verdade se chama Pipoca. Eles veem a Guatira e, à princípio, ficam assustados, mas resolvem segui-la, já que percebem que ela quer levá-los a algum lugar.


Chegando a aldeia, eles encontram o Pipoca, que fica feliz ao vê-los e o levam de volta para a tristeza do Papa-Capim. Ele elogia o cachorro e ver que a Guatira ficou triste, já que estava sendo deixada de lado. Papa-Capim percebe que vacilou com ela e diz que a melhor amiga do índio é a oncinha e fazem as pazes e voltam a caçar juntos, deixando escapar um ditado: "Quem não tem cão, caça com gato".


Na postagem, deixo a história completa. Uma historia muito bonita, mostrando o amor com os animais, mesmo sendo retratada no universo dos índios, o que se torna um diferencial. Interessante ver o Papa-Capim com lança na mão e mostrar um animal morto, coisas que não tem mais nos gibis novos. 


terça-feira, 18 de junho de 2013

Turma da Mônica Extra nº 11 - Dudu


Já à venda nas bancas Turma da Mônica Extra nº 11 com o Dudu. Nessa postagem comento sobre essa edição e falo um pouco sobre essa coleção como um todo.

"Turma da Mônica Extra" é uma publicação da Panini sem periodicidade definida. Com 68 páginas, é baseada na coleção "Diversões Juvenis" da Editora Abril e nos Gibizinhos da Editora Globo. Em cada edição, um personagem secundário da MSP ganha um gibi próprio com republicações de histórias da Editora Globo de todas as épocas. É a chance da gente ver gibis com personagens diferentes dos 5 principais que estamos acostumados. 

À princípio "Turma da Mônica Extra", era para ser uma edição única com um especial sobre Tauó (com republicações de histórias com referências ao filme "Guerra nas estrelas"). A partir do nº 2 que começou essa ideia de personagens secundários ganharem gibis. Os personagens que tiveram um gibi nessa coleção do nº 2 até agora foram: Bruxa Viviane, Capitão Feio, Zé Vampir, Denise, Dona Morte, Mister B, Xabeu & Xaveco, Do Contra, Anjinho e Dudu. 

Mesmo um personagem diferente em cada edição, a numeração segue corrente da coleção. Uma grande vantagem desse título é não ter passatempos nem propagandas no miolo. Na edição Tauó (nº 1) colocaram imagens das capas das revistas originais a que se referiam sobre o filme "Guerra nas Estrelas". Nos gibis da Bruxa Viviane (nº 2) e do Capitão Feio (nº 3), chegaram a colocar imagens das capas das revistas originais a que se referiam as histórias republicadas, até como uma forma de preencher o gibi com páginas que faltavam. A partir do Zé Vampir (nº 4) deixaram de mostrar essas capas e desde então são só histórias sem passatempos e propagandas. E as contracapas dos nº 1 e nº 2 eram extensões das capas. 

Outra coisa boa é que o preço não aumentou quando as revistas tiveram o último reajuste e, com isso, continua custando R$ 3,20. enquanto as outras revistas de 68 páginas custam R$ 3,50. Uma coisa que eu não gosto é na capa eles colocando um slogan sobre o personagem, como na edição do Anjinho colocaram "Aventuras do protetor do Limoeiro", e até mesmo desse do Dudu colocando "O pestinha mais querido do Limoeiro". Não vejo necessidade e ainda polui a capa. E, lógico, dependendo do personagem, uns vão render melhores histórias, outros nem tanto. Até agora os que menos gostei foram do Mister B e o do Anjinho.

Algumas edições anteriores de "Turma da Mônica Extra"
Agora, falando sobre essa edição do Dudu, está sensacional. Eu semprei quis que tivesse um Gibizinho do Dudu, mas nunca foi concretizado quando mudaram o formato. E agora ele teve o seu próprio gibi. Para começar, criaram um logotipo caprichado, imitando o cabelo dele, que até certificaram. Nenhum logotipo das outras edições da Turma da Mônica Extra foram certificados. Em relação às histórias, todas excelentes, reunindo as primeiras histórias dele de 1989 a 1991. 

O Dudu foi criado em 1989, é um pouco mais novo que os personagens da turminha (enquanto eles tem 6 anos, o Dudu tem 4) e era vizinho da Magali. Ele era a antítese da Magali nos gibis dela: enquanto ela come tudo que vê pela frente de uma forma absurda, o Dudu recusa comida e faz de tudo para não comer. Só que ao passar os anos, especificamente a partir do final dos anos 90, começaram a mudar as características dele. Com isso, deixaram de ter histórias dele recusando comida e o garoto começou a ser um pestinha que perturbava o Cebolinha, e às vezes, a Magali. E, pra piorar, Dudu e Magali, do nada, se tornaram primos, em vez de serem vizinhos como era inicialmente. Depois, deram um tempo de ele pentelhar o Cebolinha e hoje as histórias ou são restritas a ele perturbando mais a Magali mesmo, ou senão a Magali contando histórias para ele. Ou seja, o que era supermaneiro ficou chato e normal. Para mim, ele se tornou outro personagem, já que a graça era ele não comer, fazer pirraça pra não comer, chantagem com a mãe, jogar comida fora. Isso que era bom e engraçado nas suas histórias, mas por causa da patrulha do politicamente correto, mudaram completamente o personagem.

Trecho da HQ "Vizinhos Opostos"
Porém, para gente matar a saudade dessa fase de ouro do Dudu, essa edição dele de "Turma da Mônica Extra" resgata isso e só tem aquelas histórias de ele recusando comida. Não tem nenhuma da fase pestinha recente. Todas, excelentes, são dos primeiros números da Magali, entre 1989 e 1991, que mostram realmente o verdadeiro Dudu que a gente conheceu. Inclusive, começa com a história "Vizinhos Opostos", a de estreia dele, original de Magali # 1 (Editora Globo, 1989), em que a Magali é convidada pra jantar com os novos vizinhos pra ver se influencia o Dudu a comer. Faço questão de mostrar aqui o nome de todas as 10 histórias republicadas nessa edição. São essas:

  1. Vizinhos opostos (MG # 1 - Ed. Globo, 1989)
  2. O Baixinho (MG # 17 - Ed. Globo, 1990)
  3. Come Duduzinho, come! (MG # 37 - Ed. Globo, 1990)
  4. Guloseimas voadoras (MG # 27 - Ed. Globo, 1990)
  5. O anticomilão (MG # 31 - Ed. Globo, 1990)
  6. Para abrir o apetite (MG # 2 - Ed. Globo, 1989)
  7. O faminto (MG # 32 - Ed. Globo, 1990)
  8. O Chorão (MG # 29 - Ed. Globo, 1990)
  9. Terríveis torturas (MG # 42 - Ed. Globo, 1991)
  10. O monstro comilão (MG # 41 - Ed. Globo, 1991)


É uma melhor que a outra. A melhor de todas é a história "Come Duduzinho, come!" em que a Magali junto com a mãe do Dudu, resolvem fazer uma receita especial que ele escolheu para ver se ele come. Eu racho de rir sempre que releio essa história, e não foi diferente dessa vez. Ela já começa com o Dudu enterrando o seu almoço no quintal da casa, mais incorreto que isso não há. Para mim, essa história foi a que mais marcou o Dudu e felizmente foi republica nesse gibi dele. Os traços antigos dele também eram ótimos, parecia mesmo uma criança menor do que os outros da Turma da Mônica e ver de novo esses traços num gibi atual é ótimo. Atualmente, até a mãe dele está com traços diferentes, como dá pra notar na capa da edição. 

Trecho da HQ "Come, Duduzunho, come!" 
Sobre alterações nas histórias em relação às originais não podiam faltar. A primeira é na história "O Baixinho", em que ele fica inconformado quando o chamam de baixinho. Na hora que mostra ele vendo a Xuxa na televisão, mudaram o nome dela para Zuxa e na original de Magali # 17 era Xuxa mesmo. Naquela época, nem sempre parodiavam  os nomes dos artistas famosos, e agora, eles fazem questão de parodiar.

Trecho da HQ "O Baixinho" 
  A outra alteração, foi na história "Para abrir o apetite", em que a Magali conta uma história de um príncipe que não comia, para ver se ele come. No primeiro quadrinho da revista da Magali nº 2 original, a Magali se referia a mãe do Dudu como "Dona Lina", e nessa reedição, alteraram para "tia Cecília". É que como era a segunda história do Dudu, os nomes não eram definitivos e, só mais tarde que colocaram o nome da mãe dele como "Cecília" e, pra manter o padrão atual, alteraram o nome nessa história, desnecessariamente, como sempre. E colocaram "tia" já que agora Magali e Dudu são primos, como falei anteriormente, e quiseram manter o padrão. O mesmo aconteceu na história "Come Duduzinho, come!" em que a magali também chamou de "tia Cecília".

Trecho da HQ "Para abrir o apetite" (1989)

Essas até dão para aceitar. Mudança absurda mesmo foi na história "Terríveis torturas", em que o Dudu imagina várias situações de torturas. Em Magali # 42, o Dudu usava um arma munida de  água, e nessa reedição, só foi mostrado ele apontando os dedos para os índios. E mesmo assim ainda saiu água. Agora o Dudu tem dedos mágicos, só apontar o dedo que sai água? Que colocassem então uma squeeze no lugar. É cada alteração tosca que vou te contar. Como os personagens não usam armas nas histórias atuais, eles agora sempre mudam nas republicações. Lamentável! Olha como perdeu o sentido, comparando as edições nas imagens abaixo:

HQ "Terríveis Torturas" : a original de Magali nº 42 (1991) e a alteração de TM Extra nº 11
Mesmo com essas alterações ridículas, recomendo esse gibi do Dudu. Para quem quer conhecer as primeiras histórias dele vale a pena. Acho que para quem tem todas as edições originais da Magali até o nº 42 ou todos os volumes da Coleção Histórica pode não valer tanto, mas veja bem: apesar de eu ter a maioria dessas histórias três vezes (já que eu tenho também os almanaques da Magali da Editora Globo), mesmo assim fiz questão de comprar para reler todas essas histórias em uma só edição. Fica a dica.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Tirinha nº 3: Mônica

O Cascão sempre atrapalha os planos infalíveis do Cebolinha. Nessa tirinha que eu compartilho com vocês, mostra mais ou menos esse lado dedo-duro do Cascão. 

A tirinha, apesar de creditada a Mônica, já que é de gibi dela, é mais do Cebolinha e do Cascão do que dela. É bem antiga, ainda da fase pontuda deles, que já estava começando a arredondar aos poucos. Foi publicada em Mônica nº 45 (Ed. abril, 1974).


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Coleção Histórica nº 35


Já nas bancas a Coleção Histórica Turma da Mônica nº 35. Esta coleção é formada pelas 5 revistas números 35: Mônica (1973), Cebolinha (1975), Chico Bento e Cascão (1983), e Magali (1990).

Sobre a capa do box dessa edição é o Humberto antigo, tirada a imagem de alguma história das primeiras edições da Mônica. Dessa vez colocaram um personagem que não teve destaque em todo o box, já que ele não aparece nessa edição em nenhuma revista. Com isso, conclui que a capa não é personagem de destaque da edição, e, sim escolhido por acaso. Ficou muito legal o Humberto na capa. A seguir comento cada revista separada desse box, destacando o título e sinopse das histórias de abertura de cada uma.


Histórias de abertura e comentários gerais:

Mônica - "O poço" -  Mônica vê o Cebolinha cavando um poço preocupado que ia faltar água no bairro e ela se oferece para ajudá-lo. Enquanto eles saem para pegar uma inchada,  dois bandidos escondem toda a grana de um assalto a um banco no poço. 

Esse gibi da Mônica praticamente só tem histórias da Mônica e a grande maioria dela contracenando com o Cebolinha ou fazendo graça sozinha mesmo. Só tem 2 histórias do Bidu (uma de miolo e a tirinha final) e o resto só Mônica. É interessante o contraste já que muitas edições na casa dos "nº 20" ela quase não aparecia no seu próprio gibi, em especial o nº 24 em que Mônica só apareceu na tirinha final, e nesse número só dá ela. E a grande presença do Cebolinha provavelmente para promover a revista dele recém-lançada, que foi divulgada até na capa pelo Bugu. 

Destaco a história "O Buraaaaaaaa" em que as letras estão totalmente diferentes. Claro que não são digitalizadas, como nos gibis atuais, mas não são letras maiúsculas que a gente está acostumado, e sim toda desenhada e arredondada. Ficou bem estranho ver as letras assim, normalmente costumam colocar letras mais ou menos assim só em histórias em que o Chico Bento escreve redação ou a Mônica escrevendo no diário. Nas outras histórias desse gibi as letras estão normais, só essa ficou assim. Nos números anteriores da Mônica, não tiveram histórias com letras assim, nem nos primeiros números de Cebolinha de 1973. E não foi falado nos comentários sobre a letra arredondada desse jeito. Deixo uma página dessa história com esse tipo de letra a que me refiro:


Cebolinha - "Uma televisão muito pessoal" - um cientista inventa uma pílula que faz com que o rosto da pessoa se transforme em televisão. Em uma confusão entre o inventor e um assistente do dono de uma emissora de TV, que queria sumir com a pílula inventada, a pílula cai da janela e o Cebolinha a engole quando comia pipoca.

Nessa edição, rachei de rir com o final da história "Ô Galinho Folgado" do Chico Bento, em que o Chico fica indignado que galo não canta na hora dele acordar. Pena que ele não falava caipirês na época, que aí ficaria melhor ainda. 

Na história de encerramento "Era um dia tão calmo!...", com o Louco, o Cebolinha está falando certo no pensamento. Fica a dúvida se na revista original o texto estava assim mesmo, ou alteraram para atender o politicamente correto? Como não tenho a original, não dá pra confirmar. Segue o quadrinho com o Cebolinha falando certo na história:


Chico Bento - "Espírito de Natal" - Chico Bento está na cidade e encontra um suposto Papai Noel inconformado que o Natal estava se transformando em comércio e o Chico explica o verdadeiro valor do Natal.

Além dessa, tem mais outra história de Natal com o Chico Bento. O gibi inteiro do Chico Bento mais uma vez só mostra comentários que as histórias atuais não são mais feitas daquele jeito. Aparecer animais mortos, falar a palavra "droga" e dar vassouradas em alguém são as pérolas dessa edição que não existem mais nos gibis atuais. 

Nos comentários há um erro informando que se trata da edição nº 30. Tem uma propaganda que mostra o prêmio que o Maurício ganhou pela história "Chuva na Roça", publicada em Chico Bento nº 10 (Ed. Abril, 1982). Infelizmente de tão minúscula que não dá para ler absolutamente nada. 

Cascão - "O Terrível Papai Feio Noel" - Capitão Feio entra na casa do Cascão, paralisa os pais dele com seus raios de sujeira e prende o Cascão. O plano do Capitão Feio é esperar o Papai Noel chegar para ficar em seu lugar e distribuir presentes com sujeira concentrada pra poluir o mundo.

Além dessa, tem mais outra história de Natal com o Bidu. Nos comentários da história "Os ossos do lobisomem" do Penadinho é falado que nas histórias atuais não se fala mais a palavra "azar". Eles não alteraram o texto, mas fizeram questão de comentar o fato. O que dá pra confirmar o que eu postei sobre a história "Má sorte à solta" de "As Melhores Histórias do Pelezinho nº 4". 

Fala-se também nos comentários que não falam mais a palavra "droga" nos gibis atuais. E não informa o preço da edição original, talvez seja Cr$ 210,00 como foi o do Chico Bento. 

Magali - "Valores sentimentais" - Ao procurar biscoito na casa, Magali enfia a mão no vaso de porcelana de estimação da mãe e acaba ficando com a mão presa e tenta tirar a todo custo.

Também é falado sobre a palavra "droga" nos comentários dessa história da Magali, o que fica bem repetitivo. E achei totalmente sem nexo nos comentários da história "Dando pipoca aos pombos" que nos gibis atuais pombos não não são mais usados e são substuídos por passarinhos. Como assim? Não vejo problema nenhum proibir pombos em histórias em quadrinhos. Nada a ver isso.

Nessa edição, finalmente mostraram na capa o selo "Outubro - mês da criança" com a Mônica e Cebolinha que saía nos gibis de outubro/90 e que ficou omitido na edição da CHTM # 34. Na época, todas as edições daquele mês também tinham um direito na capa e histórias de uma página "Estatuto da Criança e do Adolescente", falando sobre esse direito da criança que era estampado na capa. Especificamente em Magali nº 34, tinha uma história sobre o direito "Toda criança tem direito à saúde (à tratamento médico e dentário)" e na nº 35, uma história sobre o direito "Toda criança tem direito à alimentação".

Na CHTM # 34, eles simplesmente não colocaram a história especial na edição, e nessa nº 35 eles colocaram as duas. Porém, em vez de colocarem em tamanho real, colocaram dentro dos comentários e em miniatura que não dá para ler, apenas com uma lupa. Provavelmente para não tirar as páginas dedicadas aos comentários. Um absurdo. Ora, se é uma história da MSP tem que colocar em tamanho natural e não e miniatura como fizeram. Sinceramente, achei um vacilo isso de tratar a história como propaganda. Já vacilaram de omitir a da edição 34 no próprio box e agora fazem isso. Abaixo, como ficou essas histórias nos comentários desse box # 35, junto  com as propagandas da edição original, infelizmente também minúsculas.


terça-feira, 11 de junho de 2013

3D Virtual


A partir de 1994, a MSP adotou o 3D virtual em suas revistas. Trata-se de uma ilusão de ótica de profundidade virtual, de como as imagens estivessem saltando para fora do papel. Durou até início de 1996 e mostro todos os detalhes nessa postagem.

A ideia do 3D Virtual surgiu quando o Maurício estava almoçando com seus filhos pequenos na época (no caso, Mauro, Maurícinho e Marina que inspiraram os personagens Nimbus, Do Contra e Marina, respectivamente) e ele resolveu desenhar a Mônica em uma taça para distrai-los. A intenção inicial dele era apenas que os olhos da Mônica se movimentassem ao girar a taça, e, com isso, desenhou a Mônica sem os olhos na frente do copo e atrás ele desenhou dois olhos. Sem querer, os dois olhos acabaram virando três olhos. Então, ele repetiu o mesmo desenho só que com um olho e do nada viraram dois olhos. Mauricio percebeu que dessa brincadeira, ele conseguiu uma maneira de visualizar imagens semelhantes em profundidade virtual sem uso de óculos especiais e resolveu levar essa ideia aos gibis.

Gibis da Mônica que tiveram capa e/ou HQs em 3D

A partir daí, surgiu o 3D Virtual nas revistas da Turma da Mônica em setembro/1994. De início eram apenas as capas dos gibis que tinham a novidade. "Mônica nº 93" foi a primeira a adotar a novidade e logo depois as outras revistas tambémtiveram capas em 3D. E na página 3 delas mostravam as instruções de como se ver as ilustrações. Como Maurício previu, foi um sucesso imediato entre a garotada, todos queriam ver se conseguiam mesmo visualizar as imagens em profundidade virtual.

Gibis do Cebolinha que tiveram capa e/ou HQs em 3D

Tem gente que consegue visualizar fácil, outras demoram a conseguir, e outras nunca conseguem ver as imagens flutuando. Eu, particularmente, consigo ver na boa, tanto na época, tanto agora. Eu costumo encostar a imagem perto do rosto, em direção ao nariz, ficando meio vesgo e ir afastando a imagem do rosto aos poucos. E vejo perfeitamente. Tem outras técnicas também, como ver perto do espelho, mas é com essa que eu citei que consigo ver bem mesmo.

Gibis do Chico Bento que tiveram capa e/ou HQs em 3D

Em novembro/94, passaram a ter, além das capas, histórias em 3D Virtual. "Mônica nº 95" foi o primeiro gibi a ter com a história "O espelho dimensional" em que a Mônica vai parar dentro de um espelho em 3D criado pelo Franjinha. A partir daí várias outras revistas pasaram a ter histórias assim, no final de 1994 e ao longo de todo ano de 1995. As histórias até que eram simples, algumas mudas, com intenção mesmo de mostrar as imagens em 3D. Os textos também apareciam em 3D. Os quadrinhos que tinham cenas tridimensionais não tinham moldura. Na primeira página de cada história aparecia um texto no rodapé dizendo: "Olhe as ilustrações em 3D como se o foco visual estivesse por trás do papel". Dessas histórias, a mais legal de todas é a "Loucuras em triplo" de Cebolinha nº 96 (de 1994) onde o Louco perturba o Cebolinha em 3D.

Gibis do Cascão que tiveram capa e/ou HQs em 3D

Todos os núcleos de personagens tiveram pelo menos uma história em 3D, menos a turma da Tina. Nas capas normalmente informavam que tinham história em 3D naquela edição, embora algumas não. De curiosidade, dentre as 5 principais, a revista da Mônica foi a que mais teve capas e histórias em 3D (9 no total) e a que teve menos foi Magali (5 no total). Até "Gibizinho da Mônica" tiveram 2 edições com capas em 3D, que foram os nº 48 e 54 (apenas as capas, histórias não).

Gibis da Magali que tiveram capa e/ou HQs em 3D

Normalmente as histórias eram de miolo, sendo que 4 delas foram de abertura: 
  • "O espelho dimensional" (Mônica nº 95, já citada); 
  • "A invasão 3D" (Mônica nº 96, de 1994), em que há uma invasão alienigena na Terra);
  • "3D no Parque" (Parque da Mônica nº 25, de 1995), em que o Cascão, misteriosamente, vê o Parque da Mônica todo em 3D; 
  • "O videogueime 3D" (Cascão nº 222, de 1995), em que o Cascão entra em um videogame em 3D criado pelo Franjinha. 

Aos poucos, o 3D começou a perder forças e passaram a ter menos frequência de histórias no segundo semestre de 1995. O último gibi que teve uma história em 3D foi Chico Bento nº 237, de fevereiro/1996, decretando o fim da "Era 3D" nos gibis.

Gibis "Parque da Mônica"  e "Gibizinho da Mônica" que tiveram capa e/ou HQs em 3D

Em "Parque da Mônica nº 23", a seção "Notícias do Parque", que normalmente mostrava matérias sobre o Parque da Mônica, foi totalmente dedicada sobre o 3D Virtual, falando sobre como surgiu o 3D, como se vê e as revistas já produzidas que teriam capas e histórias em 3D. Com base nisso, que eu comentei no início da matéria sobre como surgiu a ideia. E foi anunciado também nessa seção "Notícias do Parque", o lançamento oficial do primeiro livro "3D virtual" de 1994 que continham 30 páginas só com ilustrações em 3D. Além desse livro, tiveram mais 2 temáticos em 1995 (um sobre esportes e outro da Turma da Mônica Baby). Esses livros especiais eu não tenho e nem comprei na época, afinal eram só ilustrações e já tinha várias para visualizar nos gibis convencionais. Fora que eram caros. Abaixo mostro a imagem dessa primeira edição:

Uma página de "Notícias do Parque", tirada de Parque da Mônica nº 23 (1994)

As imagens das revistas que eu coloco na matéria são todas que tiveram capas e/ou histórias em 3D na época. A seguir coloco os números das edições que ilustram a postagem e serve como roteiro para ajudar a quem quiser ter e procurar as revistas com capas e histórias em 3D para comprar.

- Gibis que tiveram capas e/ou histórias em "3D Virtual":
  • Mônica: nº 93, 95, 96, 97, 98, 103, 104, 105, 106 
  • Cebolinha: nº 94, 95, 96, 97, 98, 107  
  • Chico Bento: nº 201, 206, 207, 211, 213, 216, 228, 237
  • Cascão: nº 202, 208, 209, 210, 214, 218, 222
  • Magali: nº 138, 144, 146, 151, 155
  • Parque da Mônica: nº 23, 24, 25, 26, 27
  • Gibizinho da Mônica: nº 48, 54

A maioria das histórias em 3D não foram republicadas até hoje. Na verdade, só tenho conhecimento de 4: a história "Loucuras em Triplo" de 'Cebolinha nº 96' que foi republicada em 'Coleção Um Tema Só nº 22 - Cebolinha e o Louco II' (1999); "O Censo da Floresta" (com a Turma da Mata), de 'Mônica nº 106'  e republicada no 'Almanaque do Chico Bento nº 63' (2001); e 2 do Chico Bento originais de 'Chico Bento nº 216' e 'nº 237', ambas republicadas em 'Coleção Um Tema Só nº 38 - Chico Bento - Pescaria II' (2003). As outras não sei se foram, mas acredito que não. Talvez as histórias de abertura da Mônica nº 95 e 96 foram em algum Almanaque da Mônica de 1999 ou 2000. Apenas hipótese.

Trecho da primeira HQ em 3D "O espelho dimensional", de Mônica nº 95 (1994)

Sem dúvidas, 3D Virtual marcou época e fez sucesso com a garotada. Até na Alemanha tiveram edições especiais. Quem sabe algum dia a MSP não resolve fazer um Almanaque Temático ou lançar uma revista especial que reúna todas as histórias em 3D em uma única edição.

Propagandas diversas sobre o 3D Virtual

sábado, 8 de junho de 2013

Tina e Rolo: HQ "Click-Mania"

A história que eu relembro é com a turma da Tina. Nela, Rolo dá um tempo com a mulherada e sua fama de "pegador" e resolve sacanear seus amigos. Ela tem 6 páginas e foi publicada originalmente em Mônica nº 157 - Ed. Abril, 1983.

Capa de Mônica nº 157 (Ed. Abril, 1983)
Na história, Rolo arruma uma máquina fotográfica e começa a tirar fotos dos seus amigos em situações constrangedoras para poder mostrar para todo mundo e perturbar os outros. Com isso, fotografa a Tina beijando o seu namorado Jaime, o Zecão paquerando uma garota,  Pipa dando um soco no Zecão, etc.


Irritados com a situação, Tina tem a ideia de dar o troco no Rolo, fazendo a mesma coisa com ele, ou seja, fotografando o Rolo pagando mico, como bem na hora dele acordando, correndo de pijama de bolinha na rua, rasgando o pijama, dentre outros.


Ele fica desesperado, pede desculpas e eles propõem que o Rolo devolva o filme com as fotos que ele tirou e vice-versa.  Com os filmes na mão, ele promete que nunca mais vai tirar fotos indiscretas dos outros, só que Tina tem uma carta na manga, deixando com eles uma foto dele com a calça rasgada e bunda de fora, caso ele tenha uma recaída.

   
Uma história muito engraçada, com traços excelentes e mostra a turma toda, tem até o Jaime que a Tina namorava na época. Interessante a referência à música "No escurinho do cinema", da Rita Lee, quando o Rolo cantarola "Que flagra! Que flagra! Que flaagra!". E legal ver na história fotos tiradas com máquinas antigas e com filme, muito comum naquela época e até 10 anos atrás. Teve até foto instantânea na foto, que logicamente tirada com câmera do tipo Polaroid, já que há 30 anos nem sonhava existir câmera digital.


Nessa postagem, coloco a história completa. Ela foi republicada no Almanacão de Férias nº 8 (Ed. Globo, 1990), que foi quando eu li pela primeira vez. As imagens da postagem tirei da revista original mesmo baixada na internet.
  
Capa de Almanacão de Férias nº 8 (Ed. Globo, 1990)

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Pocket L&PM: Chico Bento - Histórias de pescador


Lançado em 2012, o pocket L&PM "Chico Bento - Histórias de pescador" é o mais recente da coleção até então. Nessa postagem, além de falar dessa edição, aproveito para falar também sobre os outros pockets da L&PM e também os da Panini.

Nesse livro "Chico Bento - Histórias de pescador" reúne tiras do Chico que saíram no jornal Folha de São Paulo no período de 1975 a 1979, sem seguir cronologia, prevalecendo 1977/ 78. Assim como os outros pockets da coleção, esse do Chico tem capa cartonada, miolo off-set, 128 páginas e formato de bolso 10,5 x 17,5 cm. Vem 2 tirinhas por página, em preto e branco, na horizontal, com 240 tiras no total. 

Uma página do pocket "Chico Bento - Histórias de pescador"
Apesar do título aparecer "Histórias de pescador" não são tiras de pescaria, e, sim, tiras de temas gerais que saíam no jornal. Eles não mantêm a ortografia da época. Lembrando também que o Chico não falava caipirês na época e eles mantiveram isso no livro, embora em algumas tiras os diálogos eram em caipirês, talvez por alguma experiência deles, já que a MSP era proibida de colocar os personagens falando assim nos anos 70.

As capas dessa coleção são retiradas de alguma imagem de uma tirinha publicada na edição. Nessa do Chico, a capa foi retirada da tirinha da página 39. As tirinhas são sensacionais, como todas da coleção. Nessa edição, prevalecem tiras mostrando o Chico Bento preguiçoso. Tem também muitos trocadilhos, situações engraçadas e muitas vezes até tem um ar mais adulto, só que protagonizada por crianças. Afinal, as tiras saíam em jornal e todos tinham acesso, não só crianças, como adultos também. Naquela época a MSP tinha mais liberdade e podia ousar nos seus trabalhos. Nessas tiras dá pra notar que os traços da mãe do Chico eram bem diferentes, com cabelos claros e aparentemente mais velha da que conhecemos e a professora Marocas aparece diferente em algumas tiras.

Uma página do pocket "Chico Bento - Histórias de pescador"

Sobre a coleção como um todo, primeiro esses livros de tiras foram produzidos pela Panini, aproveitando a ideia de "As melhores piadas" e "As grandes piadas" das Editoras Abril e Globo, respectivamente. Foram lançados 5 pockets da Panini em 2008, cada um com personagem diferente. Esses pockets da Panini eram chamados de "As melhores tiras" e tinham formato semelhante a esses da L&PM e tiveram um da Mônica, do Cebolinha, do Bidu, do Chico Bento e do Penadinho (e todos com "nº 1" na capa). 

Tiveram previsão de sair mais 5 pockets individuais da Mônica, Cebolinha, Bidu, Os Sousa e Nico Demo pela Panini, só que de última hora foram cancelados e esses títulos foram lançados pela L&PM a partir de 2009 aos poucos. E todos esses da Panini que já haviam sido lançados foram reeditados pela L&PM, só mudando a capa e colocando um subtítulo em cada um, como é de costume nos pockets da L&PM. Lembrando que são apenas subtítulos e não são tiras temáticas.

Três edições que eu tenho de "As melhores Tiras" da Editora Panini
Então, os pockets produzidos realmente pela L&PM foram os 2 últimos: "Pintou sujeira" e "Chico Bento - Histórias de pescador". Teve também uma edição mais compacta com menos páginas e com 120 tirinhas de uma nova série da L&PM "Coleção 64 páginas". Só que em vez de serem tiras que não haviam saído na coleção, foi uma reedição das tiras que já havia saído. E infelizmente eles não avisaram na contracapa que se tratava de reedição. Como eu já tinha todos, fiquei com material igual. Os pockets da Panini que foram relançados havia aviso que se tratava de uma reedição, mas esse "120 tirinhas" não.

No total até agora foram 13 títulos diferentes da L&PM. Para quem pensa em colecionar esses pockets, eles estão dispostos até agora assim:
  • Pockets que seriam lançados pela Panini:
  1. "Mônica tem uma novidade"
  2. "Cebolinha em apuros"
  3. "Os Sousa - Desventuras em família"
  4. "Bidu arrasando"
  5. "Nico Demo - Aí vem encrenca"
  • Pockets que são reedições da Panini:
  1. "Mônica está de férias"
  2. "De quem é esse coelho"
  3. "Bidu - Diversão em dobro"
  4. "Chico Bento - Plantando confusão"
  5. "Penadinho - Quem é morto sempre aparece"
  •  Pockets novos da L&PM:
  1. "Pintou sujeira"
  2. "Chico Bento - Histórias de pescador"
  3. "Coleção 64 páginas - 120 tirinhas da Turma da Mônica" (com reedição das tiras já lançadas em números anteriores)
Como eu tinha os pockets da Panini do Bidu, do Chico Bento e do Penadinho, não comprei as suas versões da L&PM. Lembrando que os pockets intitulados "Turma da Mônica" são tiras da turma toda e não são só tiras do personagem da capa, e os títulos não são tiras temáticas. Por exemplo, no "Pintou sujeira", apesar do Cascão na capa, não são só tiras dele na edição, tampouco sobre lixo e sujeira.

Outros pockets da L&PM já lançados
A única desvantagem mesmo é a distribuição, já que só vende em livraria e nem sempre chega em todos os lugares. Esse mesmo do "Chico Bento - Histórias de pescador" até hoje não chegou por aqui e tive que comprar junto com "Horácio e seus amigos dinossauros" na internet, pelo menos ambos com desconto.

Para quem gosta de dar boas risadas com as tiras da Turma da Mônica vale a pena ter esses pockets na coleção. Em qualquer título um é melhor que o outro e garantia de diversão na certa. O melhor de todos achei de Os Sousa, mas todos são ótimos, sem exceção. Eu faço questão de colecionar e recomendo.

Contracapa do pocket "Chico Bento - Histórias de pescador"