quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Cebolinha: HQ "O Lei da Voz"

Você sabia que o Cebolinha já foi um cantor de rock de sucesso com direito á turnê nacional? Isso aconteceu na história "O Lei da Voz" , que foi publicada em 'Cebolinha Nº 35' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Cebolinha Nº 35 (Ed. Globo, 1989)

Com 14 páginas no total, começa apresentando a rádio "Já tem Pão" e o locutor Todi Marciano anunciando o "Big Hit" da rádio. Enquanto toca a sequência de músicas, começando pela música "Puxa Vida" dos Tantãs, ele resolve dormir. Nisso, Cebolinha correndo da Mônica depois de ter aprontado das suas, se esconde dentro da rádio. 


Ele não se toca que entrou em uma rádio, vê as aparelhagens e começa a falar no microfone, sem saber que estava no ar. Se apresenta como "o malavilhoso, o incompalável Cebolinha" e começa a cantar a sua música chamada "Joguei uma balata na Mônica". 

A letra é assim: "Joguei uma balata na Mônica..." / Uau! como ela ficou blava!/ Aí eu disse golducha, não adianta me bater!/ Dentuça, não tenho medo de você!/ Mônica caleta você está por fola/ Acho bom desistir agola!".


Enquanto o Cebolinha estava cantando, todo mundo que estava sintonizado na rádio ouvia e gostaram da música dele. O locutor Todi Marciano acorda, fica furioso com ele e o expulsa a chute. O locutor volta a comandar o programa e pede aos ouvintes a pedir as suas músicas pelo telefone da rádio.


Para surpresa dele, todos ligavam pedindo a música "Joguei uma balata na Mônica" e ao mesmo tempo chegaram milhares de cartas pedindo a música. A solução, foi ele sair às pressas para procurar o Cebolinha. Acaba encontrando quando a Mônica ia dar uma coelhada no Cebolinha e acaba acertando o locutor. Ela foi impedida de bater no Cebolinha, que vai até a rádio para cantar o seu sucesso.


Depois, Mônica vai para casa e ouve a mãe ouvindo rádio. Quando Mônica descobre que a música é sobre ela, fica furiosa e vai até á rádio para tentar bater no Cebolinha. No caminho Mônica vê todo mundo ouvindo a música nas rádios e até bate no Franjinha que a xingou com a letra da música. Quando chega na rádio,  ela está proibida de se aproximar do novo astro da música. Todi Marciano se torna o empresário dele e informa que só terá espaço na agenda daqui 2 meses. Ela vai atrás dele em um show, que estava lotado.


Começa a apresentação e ele canta. Quando a Mônica vai bater nele, os fãs impedem e a avisam que se encostar no Cebolinha, ia ter que se ver com eles. Então, ela não pode fazer nada para acabar com o sucesso do Cebolinha, que cada vez mais uma legião de fãs o adoram. Cebolinha "Lei da Voz" sai em turnê, vira assunto nos principais jornais e na televisão dá entrevistas para todos os canais, e "Mônica" ainda vira gíria que quer dizer que é uma pessoa chata e mandona.


Tudo ia muito bem na carreira do Cebolinha, até que, de repente, ninguém mais queria saber dele e da sua música. O novo ídolo da galera seria o Dudu Tatibitante com sua música "Eu dão sei". Com isso, acaba o estrelato do Cebolinha e Todi Marciano deixa de ser seu empresário. 


No final, Cebolinha é mandado embora e, enquanto ele enumera as coisas boas que ocorreram durante a sua carreira, surge a Mônica falando "3587". Esse é o número de vezes que a música dele tocou nas rádios, e, com isso, como castigo o Cebolinha leva 3587 coelhadas da Mônica, que dá um desconto a ele e só lhe dá 3 mil.


Uma história espetacular, tudo é legal nela. Em uma época que as bandas de pop-rock estavam no topo das paradas nacionais, a MSP entra na onda e faz essa história sensacional. Muito bom o tema central mostrando os bastidores de uma rádio e a trajetória da fama, desde como começou a carreira, passando pelo auge até chegar a decadência, culminando com o fracasso e esquecimento.


Os traços são ótimos também, o Todi marciano até lembra os traços do Louco, mas não era ele. Coloquei completa na postagem. Legal ver o Cebolinha xingando a Mônica nacionalmente e fazendo sucesso com isso. E, claro, sempre se dando mal no final quando apronta com a Mônica. Adoro a parte que o radialista chuta o Cebolinha para fora da rádio, cena que não teria nos gibis atuais.  Engraçada a referência a Titãs, parodiando como Tantãs. 

32 comentários:

  1. Ainda houve muita coisa boa nos primeiros anos da fase Globo!

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    1. Sim, Kleiton, as revistas da Globo eram ótimas até os anos 90, depois q começou a dar uma caída. Para mim, bom mesmo até 1995, dá pra aceitar até 1998 e desandou a partir dos anos 2000.

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  2. Antes de terminar de ler a postagem, já estava me perguntando sobre o politicamente correto de hoje em dia, proibiria essa história. Você respondeu na sequência da minha leitura! É incrível como o que vêm na cabeça no primeiro momento quando lemos uma antiga da turma da Mônica, é a diferença entre às de hoje. Sempre dá vontade de ler às hqs que você indica, já às da minha assinatura, penso que nunca vou reler! Um abraço amigo!

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    1. Heri, infelizmente não seria aceita nos dias de hj. A ideia central de criança fazendo carreira musical, fazendo turnê, já é descartada, fora os absurdos dele entrar numa rádio daquele jeito, locutor dormindo em expediente, cebolinha levar chute do locutor (hj nem Bugu leva chute do Bidu), etc. Uma pena.

      Não creio q ela seja republicada, e se for vai ser com aquelas alterações ridículas q a gente sabe. Com certeza as antigas são ótimas e nem tem comparação com as novas.

      Abraços

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  3. Tenho esse gibi, a historinha é bem divertida mesmo, legal tu ter postado. Gosto também quando encontro referências à bandas nos gibis... nunca esqueço de um quadrinho onde o Cascão está curtindo Legião Urbana... a pose que ele tá é impagável... preciso achar essa história novamente.

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    1. Nanda, é muito legal mesmo. Lembro dessa hq da legião Urbana q vc citou. É a hq "Meu primeiro som" de Mônica nº 58, de 1991.

      A Mônica ganha um aparelho de som e o Cebolinha e o Cascão levam seus discos pra ouvir no som dela. Tem várias referências a bandas e músicas q faziam sucesso na época. Legião Urbana virou Região Urbana, Inimigos do Rei virou Amigos do Rei; Gun'n Roses, Ganzelouzes; New Kids On The Block, Niuquidsondeblóqui; Kid Abelha & os Abóboras Selavagens, virou Abobrinhas Selvagens; Roberto Carlos, Samberto Carlos Xuxa, Catuxa; Paquitas, Periquitas e por aí vai.

      É muito engraçada tbm as letras das músicas parodiadas e o final tbm kkkk...

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    2. Step by Step virou "Dez pastéis, um quibeee". Antológico, sobretudo com Cascão quebrando um LP de Cebolinha dizendo "Diga adeus a esse tal de Phil Collins". rsrs

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    3. Uma excelente história sim. É de rachar de rir.

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  4. Acho bom não republicarem essa história. Muitas cenas seriam alteradas, perderia a essência. Para mim, a melhor fase do cebolinha foi essa, em que podia aprontar com a Mônica de um jeito bem mais pesado, nessa história, até em nível nacional, mas sempre levava as clássicas codilhadas do nominal. Puxa, nessa foram três mil! A menina foi impedida de bater nele durante a história toda, mas descontou todo o atraso no final! Esse é um gibi de que eu me orgulho de ter, um dos poucos que me sobraram, gostosa a época em que o nonsense tomava conta das historias, e que não precisava fazer sentido para agradar. Pois como, na vida real, um menino entraria numa radio? Lá nao há proteção? E o apresentador que dorme no expediente acorda e fica sabendo que a musica de um garoto, inventada ali, na hora, explodiu num estrondoso sucesso nacional? E ele ja está fazendo turnês, formando uma legião de fans, e certo dia acorda e sabe que seu sucesso simplesmente acabou. E tudo volta ao normal como se nada tivesse acontecido, como se nada daquilo tivesse se passado. Época maravilhosa dos quadrinhos.

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    1. Gabriel, com certeza com as mudanças q teriam seria uma outra história completamente diferente. Esses absurdos é q são as graças dessa hq e de tantas outras. Tirando, perde toda a graça.

      Tudo q vc citou é a pura verdade de q não tem nada disso atualmente. Muitas vezes os personagens faziam coisas de adultos, mesmo sendo criança. Não via problema nenhum, é só faz-de-conta. Hj os estúdios levam tudo a sério aí perde a graça dos gibis.

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  5. Fabiano, realmente ele pegou muito pesado com a Mônica. Coitada dela. E isso q é bom nas hqs. Sempre é bom recordar coisas boas, e a intenção é essa mesma. Legal q lhe proporcionou coisas boas. Adoro os gibis dessa época.

    Nessa revista do Cebolinha todas as hqs são boas. De destaque tem uma do Louco ótima e uma bem interessante sobre eleições em q o Titi comenta ao Cebolinha sobre a campanha eleitoral sobre os presidentes com presença do Fernando Collor e do Lula.

    Sobre outra hq de rádio, não sei se vc se refere a essa, a q eu lembro q é bem antiga, é a hq "Mônica no ar" em q ela entra numa rádio e fala mal de todos os seus amigos. Muito boa tbm. Foi publicada em Mônica nº 105 (Ed. Abril, 1978) e republicada no Almanaque da Mônica nº 9 (Ed. Globo, 1988).

    Abraços



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  6. Nem sei, mas deve ser. Tanto essa hq "Mônica no ar" e "Mônica no caixão" são da mesma época e eu li em almanaques da globo. "Mônica no caixão foi republicada no Almanaque da Mônica nº 35 - Ed. Globo, 1993.

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  7. Poxá nunca li essa HQs...pareci ser bem divertida,os traços do desenho são bonitos e bem que podia sair num almanaque do cebolinha futuro como HQ de abertura!! :)

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    1. Desde q nao tenha aquelas modificações toscas para estragar a hq, seria bem vindo. Pouco provavel republicá-la de novo.

      Só pra constar, ela foi republicada no Almanaque do Cebolinha nº 42 (Ed. Globo, 1997)

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  8. Nunca tinha lido essa história, mas já havia ouvido falar nela.

    Muito boa mesmo. Época de ouro da Turma da Mônica. Pena que não temos mais histórias assim hoje em dia.

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    1. É uma ótima hq Presidente, tudo perfeito. Hqs assim hj nem pensar por causa do politicamente correto.

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  9. Como eu já digo, Marcos, super ótima essa história do Cebolinha virando astro do rock, só porque fez uma música sacaneando a Mônica. Mas como muita história das antigas, vi que ela foi republicada no Almanaque do Cebolinha # 42 (Ed. Globo, 1997). Mas depois dessa republicação, acho que nunca mais foi republicada. Falando em 1989, recomendo uma HQ bem maneira chamada O Grande Concurso das Balas Bilula, publicada originalmente em Cebolinha # 29 (Ed. Globo, 1989). Na HQ, ele e o Cascão fazem de tudo pra ganhar um concurso de uma marca de balas. E teve cada situação engraçada. E no final, a Mônica ganha o concurso, deixando eles desesperados e eles tentam comer um montar de balas, que teve no último quadro da HQ. História super engraçada e muito bem bolada. Bem bolada que até foi republicada no Almanaque do Cebolinha # 40 (Ed. Globo, 1989). Outra HQ antiga do Cebolinha é Japonês Garantido, Nô?, publicada originalmente em Cebolinha # 15 (Ed. Globo, 1988), que nela Cebolinha e Cascão encontram uma menina japonesa chamada Mitiko e tentam falar japonês que nem ela. Um ponto marcante é que a menina arrebenta a Mônica na porrada, ou melhor, no karatê, mas ela também espanca com os meninos, porque estavam dando nós no Sansão e ela pensa que a Mônica ama ele e é luta na cera. Então eles vão à uma academia pra brigar com a Mônica, só que ela descobre o que a menina Mitiko disse sobre dar nós no Sansão, e como sempre, eles acabam todos apanhados, e Cascão diz ao Cebolinha que pelos olhos arrebentados, eles pareceram japonês de verdade, o que chega a ser engraçado. Na realidade, não sei se essa história foi republicada, pois considero essa HQ uma das mais raras histórias. Mas sei que as histórias citadas eram disponíveis pra ler online no ex-Site da Turma da Mônica. Quem sabe um dia, você fale dessas HQs citadas. E me fale se a HQ Japonês Garantido, Nô? já foi republicada alguma vez, beleza?

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  10. Daniel, a HQ "Japonês Garantido, Nô?" foi republicada no Almanaque do cebolinha # 36 (Ed. Globo, 1996). Muito legal,sim.

    "O Grande Concurso das Balas Bilula" é excelente. A turma já teve muitas hqs memoráveis. Aos poucos a gente fala, dentro do possível.

    As hqs do antigo site deles, não estão mais disponíveis hj e parece q estão recolocando aos poucos

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    1. "O Gato mia, o cachorro late, o macaco pula, viva as Balas Bilula"
      "Eu não, prefiro as Balas Tuquinha", responde o Cascão.

      Antológico!

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    2. Nostálgico com certeza. Muito bom. Eu falei dessa hq do Concurso Balas Bilula aqui. http://arquivosturmadamonica.blogspot.com.br/2014/05/cebolinha-hq-o-grande-concurso-das-balas-bilula.html

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    3. Ah, sim, Marcos, esqueci de citar pra saber se você pegou as imagens das páginas da HQ acima no Almanaque do Cebolinha # 42 (Globo, 1997). Diz aí, você tem o gibi original ou não? Você tem também o Almanaque em que essa HQ foi republicada? Abraços.

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    4. Tenho a original e o almanaque. Tirei imagens do almanaque, sim. Abraços

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    5. Ô Marcos, vou lhe fazer uma correção: Fui folheando em um sebo recentemente e vi que a HQ Japonês Garantido, Nô? foi, na verdade, republicada no Almanaque do Cebolinha # 35 (Globo, 1996). Sei disso, porque vi o almanaque lá, porém ele tava todo rasgado e picotado. É um saco isso, criança gosta mesmo é de rasgar gibi. Onde já se viu? Então eu acho que você se enganou.

      Parece que nesse almanaque # 36 republicaram outra HQ do Cebolinha da Globo de 1988. Ou será que foi uma HQ da Abril? Se você tem esse almanaque, diga a HQ que abre ele e não se esquece de falar o enredo dela, blz? Abraços!

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    6. Sim, no nº 36 republicaram a hq "Grilado" de CB # 16, de 1988, em que o Cebolinha vai parar em um mundo de grilos gigantes.

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  11. Eu tinha quando foi republicada em almanaque em 97, lembro que toda vez que eu lia essa história eu ficava imaginando como era a música (e o engraçado era que eu imaginava o riff justamente parecido com o de Protesto do Cebolinha, que saiu no primeiro disco da turma).

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    1. Cada um imagina como era o ritmo da música, bem engraçado isso.

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  12. Amigo, eu me recordo dessa historinha, mas lamento que esteja super picotada no mostruário com a sinopse. Exemplos de cortes: o Cebolinha chega no microfone da rádio e se entusiasma e começa a cantar; e quando a Mônica descobre o caminho do xou do Cebolinha e vai atrás; e ainda o Cebolinha dá entrevista na TV. Não sei o que pode ter acontecido para tal extravio, mas fica aqui minha observação, que o flashback do quadrinho poderia ter sido melhor na íntegra. Abraços e parabéns pelo blogue.

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    1. Valeu pelo toque, na sinopse as vezes tiro partes que não ia influenciar muito. Um dia, quem sabe, edito, colocando a história completa. No início do blog eu nem sempre postava histórias completas.

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  13. Ótima história essa, podia ter prolongado um pouco mais a história e a carreira dele que ficaria mais legal, mas do mesmo jeito adorei.
    Deve ter sido escrita pelo Rubão, não sei.
    Interessante os pais do Cebolinha ou os seus amigos, como o Cascão, não perceberem o sucesso do Cebolinha, absurdos que gostavam de pôr nas histórias.
    Infelizmente é incorreta por mostrar o Cebolinha trabalhando, invadindo uma rádio sem nenhuma permissão dos pais, Cebolinha falar "gozado" (frase proibida por conta de duplo sentido), o Todi Marciano chutar o Cebolinha pra fora da rádio, citação da Mônica dizendo que ele rabiscou o muro, acertar o Todi Marciano, mesmo que sem querer, talvez a citação do Todi Marciano falar que a Mônica seria processada por anos se ela agredisse o Cebolinha, Mônica surrar o Franjinha, Mônica entrar na rádio sem permissão, Cebolinha ir no carro do Todi Marciano sem permissão dos pais, Mônica falar "bandido" por achar que ela seria esculachada pelo Cebolinha (mesmo que não haja bandidos nessa história, ainda sim não se pode falar de bandidos na MSP) e Mônica acertar o Cebolinha três mil vezes no final por conta do seu sucesso. Pois é, várias situações incorretas que deixavam tudo mais engraçado.

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    1. Excelente história, pode ter sido escrita pelo Rubão ou Rosana. É toda incorreta, por isso muito engraçada, não fariam hoje, sem dúvida.

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    2. A Rosana não sei se ela fazia histórias desse jeito, só sei que ela fazia histórias com fábulas e situações relacionadas à gula da Magali.

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    3. A Rosana fazia qualquer tipo de histórias, dava preferência a esses estilos citados, mas faziam outras diversas, principalmente histórias de abertura. E ela gostava também de histórias de abertura do Cebolinha provocando Mônica. Rubão também tem chance de ter feito essa, uma pena que não tinham créditos nas histórias.

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