sábado, 28 de junho de 2014

Chico Bento: HQ "A terrível ameaça do Rei Balão"

Mostro uma história do Chico Bento sobre Festa Junina em que um rei malvado queria destruir a Vila Abobrinha para conseguir conquistar o mundo. Ela tem 12 páginas e foi original de abertura de 'Chico Bento nº 37' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Chico Bento nº 37' (Ed. Globo, 1988)

É apresentado o Rei Balão, que adorava balões, rojões e buscapés. Com o seu conhecimento tecnológico, ele desenvolveu balões-robôs teleguiados para atacar uma cidade para ficar rico e poder conquistar o mundo. Os balões incendiarão a cidade inteira e o prefeito terá que pagar uma taxa de proteção para fazê-lo parar. Foi escolhida uma cidade como teste para que depois possa incendiar outras. 


A cidade que foi escolhida foi uma do interior, justamente a Vila Abobrinha da Turma do Chico Bento, que estava acontecendo um grande arraial no dia da invasão. Estava superanimado, quando, de repente os balões começam a surgir na festança.

A prefeitura foi o primeiro alvo dos balões e em segundos conseguiram incendiá-la por inteiro. O povo tentou controlar o fogo e, ao mesmo tempo os balões incendiavam os bancos, hospitais e o empório do Nhô Lau. A igreja não conseguiram queimar porque o Chico Bento conseguiu chegar antes e jogou um balde d'água em cima dos balões.


Quando controlam o fogo, não sobra muita coisa. O Chico Bento pergunta quem estaria por trás daquilo e, então, aparece o Rei Balão, falando que foi uma pequena amostra da sua força. E revela ao prefeito que só quer uma pequena taxa de seguro contra incêndios: um milhão de Cruzados. O delegado acha um abuso e aponta a sua arma para o Rei Balão, que manda os seus rojões-robôs o atacassem e acontece uma guerra na Vila Abobrinha.


Com o desespero, Chico e Rosinha conseguem subir um pau-de-sebo rapidamente e se se penduram no alto do quadrinho, percorrendo até chegar na casa do Chico, que tinha umas seringas d'água usadas no Carnaval passado. E resolveu usá-las para combater os balões, já que percebeu que eles são vulneráveis a água, quando o Chico acabou com um na igreja.


Começa o contra-ataque, com o povo todo da roça se unindo, jogando seringas e baldes com água nos balões, rojôes e buscapés. O Rei Balão fica furioso que os seus balões foram desarmados e por vingança joga no ar o seu trunfo: o maior balão do mundo, que causará a destruição da cidade inteira, restando só cinzas. O prefeito se desespera e enquanto todos estão correndo, chega uma tempestade para o alívio da Vila Abobrinha e desespero do Rei Balão. 


Todos saúdam São Pedro e o Rei Balão é preso, terminando tudo bem. O arraial volta a acontecer na Vila Abobrinha e mais animado do que nunca. Com quadrilha, muita comida típica, pau-de-sebo e tudo que tem direito. E Chico encontra um rojão perdido no chão e resolve lançá-lo no ar, mas se dá mal explodindo bem em cima dele, e que dá o gancho para o narrador mostrar a lição de moral para que a Festa Junina não dar "chabu", tem que evitar fogos e balões, terminando assim. 


É uma história legal misturando fábula com realidade e, apesar de ter uma boa lição de moral, mostrando o poder de destruição dos balões, é completamente impublicável hoje em dia. Balões, rojões hoje são totalmente inadmissíveis, ainda mais causando tanta destruição e sofrimento para o povo da Vila Abobrinha. Sem contar, delegado com revólver na mão, crianças pulando fogueira, um homem dando quentão para o peru e Chico com rojão na mão e sendo queimado no final da história. Sem chance nenhuma de republicação atualmente.


O plano do vilão Rei Balão foi muito cruel, um dos mais malvados vilões que passaram na MSP. Só lembrando que ele apareceu só nessa história. A partir da metade da história, o narrador passa a contar a história, um recurso muito usado na época, tornando melhor ainda. Pelo certo, a Vila Abobrinha fica no interior de São Paulo, mas nessa história foi considerada como uma cidade. E legal ter presença do prefeito da cidade. 


Os traços dessa história são excelentes, como sempre nessa época e uma arte-final incrível. Tem os absurdos como o Chico e a Rosinha escalando a moldura do quadrinho, em uma piada de metalinguagem, que não deixa de ser divertida. Muito bom. Na postagem, a coloquei completa. Histórias de Festa Junina normalmente foram mais com o Chico Bento, mas volta e meia tinha com outros personagens.


A intenção da capa era só mostrar uma ilustração bonita envolvendo Festa Junina, mas até que sem querer fez alusão a história, não só porque foi sobre o tema, mas também pela Rosinha vestida de noiva. Aliás, a Rosinha apareceu de noiva também em outra história desse gibi, "O Casamento da Rosinha", que também era sobre a data.

15 comentários:

  1. Sensacional..e os traços então?...nunca tinha lido esta HQ antes..valeu! xD

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    1. Traços sensacionais sim Xandro... excelente. pelo menos vc leu essa hq agora rsrs.

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  2. Oi, abiano, tudo bem. As hqs da Globo dessa época eram iguais as da Abril, o q mudavam eram o selo da editora na capa e a colorização. Fora isso, em termos de roteiros eram muito bons, até por volta de 1995, depois q foi decaindo aos poucos.

    A arte-final como essa do Chico, eram muito comuns na época. Muito boa, sim. E o roteiro excelente ainda traz as cantigas de festas juninas como vc disse. Perfeito.

    E isso q era bom nas hqs antigas, mostravam a lição de moral através do erro. O Chico sentiu na pele o quanto é perigoso soltar um rojão, se tornou engraçado e as crianças aprendem q rojões e balões são perigosos. Assim q tinha q manter até hj.

    Legal q gostou. Abraços

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  3. Essa HQ é maravilhosa!! Adoro esse traço, quando vejo ele fico um tempão olhando, apreciando a arte. Achei bacana o Chico e a Rosinha escalando o quadrinho, assim que era bom, a MSP sabia que se tratava de quadrinhos, não precisa fazer exatamente como é na vida real, mas não, hoje querem que seja o menos irreal possível. E também conseguiam colocar uma boa lição sem ser forçado demais, fazendo a gente rir e aprender ao mesmo tempo.

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    1. Verdade, a arte é espetacular. Concordo com vc, gostei muito do Chico e Rosinha escalando o quadrinho. Afinal, é história em quadrinhos, não tem q ficar focado na realidade. É bom a fantasia q proporciona. A lição de moral foi muito bem feita e é como tinham q manter até hj.

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  4. Olá Marcos!
    Achei essa história da Tina de 1977 pelos confins da internet (segue o link: http://mlb-s1-p.mlstatic.com/12540-MLB20061955977_032014-O.jpg). Se não me engano, essa é a primeira história dela depois da transição da fase hippie. O único porém é que ela se encontra em uma qualidade PÉSSIMA. Gostaria de saber se você já tinha visto essa história e se você não tem algum conhecido que a possua em melhor qualidade para você postar no seu blog qualquer dia desses, se você quiser. Abraço!

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    1. Oi Bruno, muito legal essa imagem. Infelizmente não tenho esse gibi e nem conhecia. Uma pena a resolução estar pequena. Com certeza é da transição da fase da Tina. Provavelmente é do gibi do Cebolinha nº 54, de 1977.

      Acho q foi a única hq q ela apareceu com cabelos assim, visto q em Mônica nº 86 q tbm marcou a estreia da nova fase, ela tinha cabelos normais q conhecemos. Em 1977, parece q estavam fazendo experiências pra ver o q ficaria melhor.

      Obrigado pela imagem, quem sabe possa aproveitar em alguma postagem, aí providencio em melhor resolução. Abraço

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  5. Ótima história! Vontade de festa junina kkkkkkk bjs

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  6. Marcos, sabe dizer se a HQ "Embalos de Sábado à tarde", de CB #71, Ed. Abril, 1978, traz a Magali como destaque, ou coisa assim?

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    1. Marcelo, a Magali participa dessa hq, como a parceira do Cascão na disputa pra ver quem dança melhor.

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  7. Nossa, Marcos! Que história mais violenta! Fala aí, além de republicável, você não acha essa história meio violenta prum gibi infantil?

    E como ela é extremamente impublicável, se ela já foi republicada, então me salva, porque se foi, então eu não tenho, nem o gibi original. Diga aí, ela já foi republicada? Ou nunca foi?

    Mas mesmo com tanta violência, eu nunca vou esquecer essa história. E tadinho do Chico Bento no final. Bem feito pra ele, afinal essa história foi ou não foi um estouro? Entendeu, estouro? Até!

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    1. Ah, esqueci de falar, pelo menos o Chico recebeu uma boa lição de moral: Como diz no final, pra sua festa junina não dar chabu, evite fogos e balões.

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    2. Nem acho tão violenta assim, mas não seria republicada hj por causa de balões, rojões e com o q aconteceu com o Chico no final. Não tenho conhecimento se ela foi republicada.

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  8. "Seu malvadão!"
    Esses diálogos, hein... xDDDDD

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