sábado, 30 de agosto de 2014

Mônica: HQ "Cuidado! Mônica no ar!"

Mostro uma história muito divertida de quando a Mônica precisou substituir um locutor de rádio por um dia. Foi uma história de abertura com 7 páginas no total, publicada em 'Mônica Nº 105' (Ed. Abril, 1979).

Capa de 'Mônica Nº 105' (Ed. Abril, 1979)

Nela, o famoso radialista Nei de Costa está começando a apresentar o seu programa com as paradas musicais de sucesso, quando de repente ele perde a voz completamente. O dono da rádio, seu Genovésio, e sua secretária o leva para o hospital e o dono fica nervoso porque sabe que se o Nei de Costa não puder apresentar o programa, ele terá um grande prejuízo. 

Surge o médico que atendeu, todo sorridente, e dá a notícia que o locutor irá ficar sem falar por uma semana porque está com estafa nas cordas vocais. Seu Genovésio pergunta por que o médico está rindo tanto, e ele responde que foi porque recebeu um autógrafo do Nei de Costa e aí o dono da rádio desmaia.


Seu Genovésio sai do hospital arrasado por ficar uma semana sem o Nei. Enquanto isso, Mônica e Cebolinha estão brincando de adivinhar a personalidade que estão imitando. Cebolinha imita o "Sidão Magrau", cantando a música "Sandra Rosa Madalena" e a Mônica acerta. Na vez dela, a Mônica imita o radialista Nei de Costa. Nessa hora, o seu Genovésio, que estava do outro lado do muro, ouve a imitação e pensa que era o radialista que tinha recuperado a voz, mas quando vê era a Mônica. 

Ele adora a imitação e leva a Mônica para a rádio para apresentar o programa no lugar do Nei em troca de muitos sorvetes. Lá, ela teria que imitar a voz do Nei, lendo o texto. Mônica até começa bem, só que quando está anunciando a 10ª posição da parada musical, ela espirra forte e espalha todos os papéis que era para ler. 


Então, o chefe manda improvisar e a partir daí a Mônica começa a fazer fofoca dos seus amigos, só que por coincidência, enquanto ela vai falando, eles estão reunidos com outras pessoas ouvindo a rádio na hora, deixando todos em situação constrangedora.  

Com isso, Mônica fala que a Magali tá barrigudinha de tanto comer melancia, bem na hora que está em uma festa; que o Cebolinha ainda faz xixi na cama, quando ele também está em uma festa; que Cascão usa chiclete para ganhar figurinhas dos garotos bobões da rua de baixo, na hora que o Cascão está jogando bafo com eles (o Cascão apanha deles depois por causa disso); e que o seu pai usa cueca de bolinha vermelha que ela deu no Natal, bem na hora que ele está em uma reunião e a secretária ouvindo a rádio.


Quando a Mônica ia falar do Xaveco, é interrompida pelo seu Genovésio, falando que eles teriam que sair do ar, afinal ela fugiu completamente do texto. Ela não gostou de ser interrompida e quer saber que "força maior" vai impedi-la de falar, sem se tocar que ainda estão no ar e a discussão está sendo ouvida por todos que estão com o rádio ligado. 

Seu Genovésio fala que pode ficar com os sorvetes, mas que era pra ela sair. Nessa hora, Mônica repara e diz que ele usa peruca e que está deslocando para o lado da careca. Seu Genovésio fica brabo e grita com ela a chamando de dentuça, mandando entregar o microfone.


Mônica dá um soco nele, que foi tão forte que sai do lugar o fone de ouvido de um senhor que ouvia a rádio na praça. O operador de som chama a polícia para deter a Mônica, mas foi em vão e ela dá surra em todo mundo. o Nei de Costa aparece recuperado da voz, e apanha também, voltando a ter falha na voz.

Mônica vai embora braba, não querendo mais falar no rádio. Enquanto está saindo, ela se gaba dizendo que foi um sucesso e que já tem alguns fãs, quando é puxada de repente. Era o seu pai para dar chineladas na bunda na presença dos seus amigos por causa das fofocas que ela falou no ar. E a Mônica fica sem entender, falando que há fãs que pedem autógrafos e arrancam pedaços de roupas de seus ídolos, mas fã dando surra de chinelos nunca viu, terminando assim.


Acho essa história muito engraçada, de rachar de rir, mostrando a verdadeira Mônica braba, valentona e que não leva desaforo para casa, só sendo desarmada pelo próprio pai. Dessa vez a Mônica se deu mal e foi bem merecido, porque dessa vez ela pegou pesado constrangendo seu pais e seus amigos. Os absurdos são muito bons, como o fone de ouvido do senhor saindo do lugar quando a Mônica dá um soco forte no dono da rádio.

Os traços são fantásticos, bem característicos do final dos anos 70 mesmo, já começando a ficar mais parecido com o que ficou consagrado nos anos 80. Na postagem coloquei completa. Interessante a referência ao Sidney Magal, sendo parodiado como "Sidão Magrau", com o Cebolinha cantando a música dele "Sandra Rosa Madalena", um grande sucesso na época. E o locutor "Nei de Costa" foi uma homenagem ao locutor famoso da época Ney Costa. 


Ela é totalmente incorreta e impublicável atualmente. Além do tema de criança trabalhando, o final com a Mônica apanhando de chinelos do pai, nem pensar. Agora com campanha do governo e até leis para os pais não bater nos seus filhos, o que dirá pai bater no filho de chinelo na bunda. 

Outra coisa errada e polêmica nela é o bullying, também proibido nas histórias. A Mônica constrangeu todos publicamente e isso é considerado bullying. Para se ter uma ideia, nem histórias com um personagem zoando o outro porque faz xixi na cama (Mônica envergonhou o Cebolinha com isso nessa história) ou, por exemplo, o Cebolinha fazer ameaças ao Cascão do tipo "se você não palticipar do plano infalível, eu conto que você faz xixi na cama" são proibidas também. 


Na época, eram comum histórias curtas na abertura, inclusive nas revistas da Mônica e do Cebolinha. Simples, diretas e muito engraçadas. Normalmente histórias curtas assim, são republicadas no miolo dos almanaques. Quando foi republicada, no 'Almanaque da Mônica Nº 9' (Ed. Globo, 1988), ela foi a história de encerramento. Abaixo, a capa desse almanaque em que ela foi republicada e que foi de onde eu tirei as imagens da postagem:

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 9' (Ed. Globo, 1988)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Os 20 anos de Nimbus e Do Contra


Há 20 anos foram criados os personagens Nimbus e Do Contra. Em homenagem à data, nessa postagem falo sobre eles e suas histórias de estreia.

O Mauricio de Sousa sempre gostou de criar personagens baseados em seus filhos. Até então, ele havia criado a Mônica, a Magali, Maria Cebolinha, as gêmeas Vanda e Valéria. Com isso, Nimbus e Do Contra também surgiram assim, sendo inspirados nos seus filhos Mauro e Mauricinho, respectivamente.

Quando eram crianças, o Mauro (Nimbus) ficava de olho no tempo, em tudo sobre meteorologia, se a nuvem ia formar tempestade. Ele tinha, inclusive, mania de assistir a um canal de televisão que transmite previsão do tempo o dia inteiro. Já o Mauricinho (Do Contra) sempre queria fazer tudo ao contrário do resto das pessoas, discordar do que os outros falavam. Isso tudo foi a deixa para o Mauricio ter a inspiração para os novos personagens, e surgiam, então, em agosto de 1994, Nimbus e Do Contra.

Nos quadrinhos, eles eram irmãos, filhos da Dona Keiko e do meteorologista Nimbão. A mãe deles era de descendência japonesa, e, portanto, os personagens eram mestiços, com o Nimbus puxando mais a mãe e o Do Contra, o pai. A família deles se mudaram para o bairro do Limoeiro e a partir daí passam a conhecer e se tornam amigos da Turma da Mônica. Eles participam de histórias com a turma e têm suas histórias solo.

Dona Keiko e Seu Nimbão: os pais do Nimbus e Do Contra

No início, Nimbus era um personagem que morria de medo de trovões, relâmpagos (mas não tinha medo de água) e, com isso, sempre ficava de olho no boletim da meteorologia para saber se ia chover ou não e sempre perguntava para o seu pai como ia estar o tempo. Por causa disso, se tornou um grande amigo do Cascão, que como tem medo de água, sempre queria saber se tinha alguma previsão de chuva. Por causa disso, o seu nome foi inspirado em um tipo de nuvem.

Infelizmente, com o tempo o Mauricio resolveu mudar suas características e ele deixou de ser o menino com medo de trovão, visto que o seu filho verdadeiro não tinha mais esse medo. Então, o personagem Nimbus passou a ser o queridinho das meninas do bairro, que achavam muito bonito e charmoso. Não demorou muito, e por volta de 1999 mudaram de novo suas características, se tornando o mágico oficial da turma. Qualquer história envolvendo mágicos, a partir de então, era ele que fazia as mágicas. Com essas mudanças todas, o personagem ficou descaracterizado e ficou sem graça. É tão descaracterizado que o nome "Nimbus" não faz sentido.

O Do Contra discorda de todos e faz tudo ao contrário do que é convencional, irritando seus amigos. Faz atitudes que ninguém faria só para ter o prazer de contrariar. Com isso, costumava se dar bem com a Mônica porque não participava dos planos infalíveis e ainda chamava de linda. Fica, muitas vezes a dúvida, se ele age assim porque quer mesmo ser diferente ou se é só para perturbar os outros.

Até que o personagem não mudou muito ao longo dos anos, só com menos absurdos e atitudes contra o politicamente correto, como desobedecer os pais, por exemplo. Outra coisa que, recentemente, em Cebolinha # 76, de 2013, colocaram participando de plano infalível, coisa que ele não fazia antes.

Em julho de 1994, um mês antes de estrearem nos gibis, mostravam uma propaganda anunciando a chegada dos personagens nas revistas do mês seguinte, que mostro abaixo:

Propaganda tirada de 'Parque da Mônica # 19' (1994)

Em agosto de 1994, finalmente eles estreiam, nas histórias de abertura de 'Mônica # 92' e 'Parque da Mônica # 20'. As duas revistas chegaram no mesmo dia na época, já que as revistas da Mônica chegavam mais no final de cada mês, e as duas histórias têm temática de apresentação dos personagens. Abaixo, as capas dessas revistas que marcaram a estreia dos personagens:

Capas de 'Mônica # 92' e 'Parque da Mônica # 20' (1994)

Aliás, eu gostei da capa do 'Parque da Mônica # 20'. Ficou ótimo o Do Contra com chapeú do Mickey, fazendo referência â rivalidade dos gibis da Disney com aos da MSP. No gibi 'Mônica # 92', teve um frontispício com o Mauricio apresentando os novos personagens com foto dos filhos:

Frontispício de 'Mônica # 92'

Em 'Mônica # 92', a estreia deles foi com a história "Dois novos amigos", com 17 páginas. Nela, Magali comenta com a Mônica que dois garotos se mudaram para o bairro e elas resolvem ir na casa deles para dar boas vindas. Só que o Cebolinha e os meninos ouvem a novidade e tratam de chegarem antes lá para que os novos vizinhos se tornem aliados deles contra a Mônica.

Trecho da HQ "Dois novos amigos"

Chegando lá, o Nimbus atende, mas cheio de medo com a chuva que está se aproximando. Com a notícia que pode chover a qualquer momento, o Cascão foge em disparada. Os meninos entram na casa dele e falam sobre a Mônica tirana que bate nos meninos espalhando o medo e que eles tinham que pegar o Sansão dela. Do Contra se recusa a participar do plano, mas é obrigado quando todos ameaçam bater nele.

Chegam a Mônca e a Magali e os meninos ficam escondidos atrás do sofá. Nimbus atende, dando mancada que sabia o nome dela, mas disfarça que já ouviu falar dela. Elas entram e ele pede pra ver o coelhinho. Quando é para devolver, ele joga para os meninos e a Mônica não entende nada. Eles jogam vôlei com o Sansão e ameaçam cortar as orelhas. Mônica fica arrasada e eles começam a xingá-la, mas o Do Contra a chama de lindinha, fofinha e charmosa, desarmando todo mundo.

Eles voltam a jogar vôlei com o Sansão e quando é a vez do Do Contra arremessar, ele deixa cair no chão, dizendo que não gosta de vôlei e prefere basquete. Foi a deixa para a Mônica pegar o Sansão e dar coelhada em todo mundo. Com a chuva já acabada, Cascão está lá fora e vê os meninos saindo um a um com olho roxo, inclusive o Nimbus. Menos o Do Contra que ganha um beijo da Mônica. Do Contra fala que é bom ser do contra e aí os meninos resolvem segui-lo, e ele não gosta, reclamando que quando todos resolvem seguir o do contra, ele vira a favor, terminando assim.

Trecho da HQ "Dois novos amigos"

Em 'Parque da Mônica #20', a história de estreia foi "Novos amigos... novas confusões!", com 15 páginas. Nela, a turma chama o Nimbus e Do Contra para visitarem o Parque da Mônica. Enquanto o Nimbus vê a previsão do tempo com o Cascão antes de sair, o Do Contra surge assustando todo mundo e diz que não quer ir ao Parque, mesmo enumerando os brinquedos. É convencido a ir quando a Mônica fala que ninguém queria que ele fosse.

Trecho da HQ "Novos amigos... novas confusões!"

Chegando lá, eles vão aos brinquedos e o Do Contra faz tudo ao contrário, para variar. Na "Casa da Mônica", ele entra pela porta da saída, não põe os óculos 3D no "Cinema 3D" e fala ao Louco que a "Casa do Louco" é tudo comum e que ele não é louco. O Nimbus some da turma e é encontrado junto aos balões, pensando que eram de meteorologia.

O Cascão se revolta por não achar ninguém normal, nem os novos e nem os seus velhos amigos. Ao falarem que ele não é normal também por ter medo de chuva, ele se toca e pede desculpas a todos. Ele ainda diz que ainda bem que não falou da Mônica, um elefante vermelho do coelho azul e dá gargalhada com o Cebolinha. ela fica furiosa e corre atrás deles pelo Parque e a Magali diz ao Nimbus e ao Do Contra que são bem vindos à turma, terminando assim.

Trecho da HQ "Novos amigos... novas confusões!"

Além dessa história, na seção "Notícias do Parque" dessa revista também foi especial, com uma entrevista com o Mauricio de Sousa, com 4  páginas, falando sobre os personagens, de como ele se inspirou para criá-los, além de mostrar fotos dos filhos verdadeiros, Mauro e Mauricinho, e uma minientrevista com o Mauro.

Duas páginas da seção "Notícias do Parque" de 'Parque da Mônica # 20'

Depois dessas histórias, eles passaram a ter histórias solo nos gibis, além de participar nas da turma. Nos primeiros anos, o Nimbus, com a característica de medo de raios e trovões, teve histórias memoráveis, como: "Amizade... ou interesse?" (Cascão # 206, de 1994), "Aquela nuvem que passa lá em cima sou eu" (Cascão # 212, de 1995), "Nimbus, voz de trovão" (Cascão # 225, de 1995), "Fechou o tempo!" (Cascão # 239, de 1996), "A fúria 'do menino'" (Cascão # 288, de 1998), entre outras.

O Do Contra, por sua vez, já teve histórias hilárias, como: "Nem tão diferente assim" (Cebolinha # 95, de 1994), "Mundo ao contrário" (Cebolinha # 99, de 1995), "Do Contra analisado" (Mônica # 100, de 1995), "Do Contra no Parque" (Parque da Mônica # 40, de 1996), "Aniversario do Do Contra" (Cebolinha # 115, de 1996), etc.

Até em histórias da turma em que o Do Contra só participava, ele roubava a cena, com suas ótimas tiradas, como em "A porta" (Mônica # 134, de 1998), com seus homens-nádegas.

Algo curioso que quando a turma chamava o Do Contra, o texto sempre aparece em negrito, para não confundir com  a expressão "do contra". Os traços até que não foram muito mudados durante esses anos, mudam de acordo com o desenhista, já que antigamente era normal cada história ter traços diferentes. Uma mudança mais significativa que acontecia de vez em quando era no nariz deles, que em vez de formar um acento circunflexo, apareciam igual ao do Cebolinha. Abaixo, imagens deles com nariz mudados:

Nimbus e Do Contra com narizes redondos

De diferente, é que atualmente, o Do Contra aparece com olhos brancos, que nem os outros personagens, como mostro abaixo:

Capa de 'Mônica #234' (2005), com o Do Contra com olhos brancos

Como podem ver, Nimbus e Do Contra são personagens bacanas e conseguiram espaço na turma. Uma pena que o Nimbus se perdeu ao longo dos anos, ficou muito sem graça se tornando mágico oficial da turma. Achava muito melhor quando ele tinha medo de raios e trovões e, de quebra, ainda dava para aprender alguma coisa, sem tornar tudo tão didático.

Sem dúvida, o Do Contra sempre foi mais engraçado, afinal conseguiu ótimas tiradas de discordar de tudo e de todos e, de certa forma até dá para tirar lição dele, como ser você mesmo, seguir a sua intuição e não fazer alguma coisa só para agradar alguém. Valeu a pena relembrar os personagens com exatos 20 anos de criação.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Capa da Semana: Magali Nº 127

Sabe aqueles cachorros de rua que ficam em frente à padaria assistindo ao preparo de frango assado? Esse também é o programa preferido da Magali. Uma capa genial com ela agindo como cachorro e, como está de costas, ainda permite o leitor imaginar a cara que a Magali está fazendo enquanto ver os frangos assando. Só sabe que ela está salivando demais.

Capa dessa semana é de 'Magali Nº 127' (Ed. Globo, Abril/ 1994).


sábado, 23 de agosto de 2014

Tirinha Nº 17: Chico Bento

O namoro do Chico Bento com a Rosinha sempre foi marcado pela pureza e timidez por parte dos dois. Já tiveram várias situações que eles tinham vergonha de aproximar um do outro e um simples beijo era a coisa mais difícil.

Nessa tirinha, quando o Chico tentou se soltar um pouco para dar um beijo na Rosinha, eis que leva um tapa na cara, se passando por assanhado e aproveitador. É simples e muito engraçada.

Tirinha publicada originalmente em 'Chico Bento Nº 117' (Ed. Globo, 1991).


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Coleção Histórica Nº 42


Nessa postagem comento sobre a Coleção Histórica # 42, formada pelas 5 revistas números 42: Mônica (1973), Cebolinha (1976), Chico Bento e Cascão (1984), e Magali (1991).

Dessa vez, é o Floquinho quem está na capa do box. Em relação à distribuição, chegou aqui no dia 7 de agosto, continuando a chegar de um mês para o outro, visto que o box é original de julho. Como foi no início do mês, acho que é a data mais próxima de chegar mesmo. Infelizmente, no meu bairro até agora só chegou em 1 exemplar e em 1 banca. Fica parecendo que a Coleção Histórica não vende, para justificar uma distribuição ser tão limitada e poucas bancas venderem.

No geral, esse box marca por falar menos informações de créditos das histórias nos comentários e tiveram bastante alterações em relação às originais.



Histórias de abertura e comentários gerais:

Mônica - "A tocha olímpica" - Mônica é encarregada de levar a tocha olímpica ao estádio Municipal depois que o corredor oficial torce o pé após tropeçar em uma pedra, e ela passa por várias confusões até chegar lá.

Teve história com Penadinho, coisa rara na época, ainda mais em 2 edições consecutivas. Nela, um piloto de rachas de corridas vai parar no cemitério. Típica histórias da época com o Penadinho recebendo as almas que vão parar no cemitério. Como ele contracenava só com fantasmas, curioso que quem ficou encarregado de ressuscitar foi outro fantasma. Se fosse nos anos 80, seria a Dona Cegonha ou a Dona Morte.

Dessa vez, o Penadinho e os outros fantasmas não apareceram sem brilho azul característico na época. Não sei se era assim mesmo na original ou se foi alterado, já que eu não tenho a original.

Nesse gibi teve a primeira história da Mônica contracenando com o Louco, chamada "Loucura geral". Antes dessa, o Louco havia aparecido outras 2 vezes nos gibis do 'Cebolinha # 1' e '# 5' e essa com a Mônica foi a 3ª aparição dele. Dá para notar, então, que nas primeiras histórias, o Louco não aparecia fixo para o Cebolinha. Era assim: nos gibis do Cebolinha, o Louco contracenava com ele, e nos da Mônica, com ela.

Na história do Chico Bento, "O trem", em que ele anda de trem pela primeira vez com o Zé da Roça, teve um erro na época no primeiro quadrinho no balão do Chico, se referindo a si mesmo. O certo devia ser: "Legal o seu pai nos levar para passear de trem, Zé!". Pelos menos, mantiveram a falha.

Trecho da HQ "O Trem"

De 13 histórias comentadas, em 3 não informaram créditos nenhum de roteiristas, desenhista e arte-final. Dentre as que tiveram informação de créditos, 3 histórias escritas pelo Márcio Araujo e as demais pelo Mauricio de Sousa.

A minha capa da Mônica teve um erro gráfico ao cortar. Ficou a parte de baixo cortada e uma faixa branca na parte superior pra suprir essa falta, como dar pra ver na imagem acima com as outras revistas. Na contracapa também, assim como as páginas 2 e 67, porém o miolo com as histórias ficou normal. E as demais revistas do box também normais. Então, quem encontrar fique tranquilo que é só a capa que está com esse pequeno defeito. Eu comprei, já que era o único exemplar na banca e o jornaleiro falou que ia devolver o dinheiro se o miolo estivesse com defeito também.

Cebolinha - "Uma obra de arte" - Cebolinha fica imóvel depois de servir como modelo de uma obra de arte. O escultor tropeça e quebra os óculos e leva o cebolinha imóvel no lugar da estátua para a exposição por engano.

O gibi marca com a histórica de estreia do Doutor Olimpo, "O inimigo Nº 1", de como ele conheceu o Cascão. Nela, o Cebolinha também aparece. Em uma época que o Cascão não tinha gibi, era muito comum ter histórias solo dele nos gibis do Cebolinha. Curioso que o ajudante do Doutor Olimpo se chamava José, e não Sapóleo, como ficou mais conhecido depois. E eles eram menos atrapalhados.

Trecho da HQ "O inimigo Nº 1"

De 11 histórias comentadas, em 5 não informaram créditos nenhum. E todas as informações completas só na de abertura. Nos comentários, teve um erro ao comentar que a história "Camisa 10" (em que a Mônica quer provar que sabe jogar futebol) foi a única do gibi escrita pelo Mauricio. A do Doutor Olimpo também foi dele.

Em relação a alterações em relação à original, até que não tiveram algo tão significativo. Até poderia ter no pensamento do Cebolinha na história de abertura e em "O susto", só que dessa vez o Cebolinha pensa certo no gibi original. Alteração mesmo em certas colorizações, como na história "Camisa 10", em que os olhos do Anjinho que não parecem brancos na original e agora, sim. Abaixo a comparação, com a imagem da original (á esquerda) enviada por André Felipe:

Comparação da HQ "Camisa 10": Anjinho com olhos brancos na CHTM # 42

E capa infelizmente vai ter certos detalhes diferentes, visto que as revistas dos anos 70, que eram 2 cm maiores na altura. Por isso que acho que as revistas da Mônica e do Cebolinha da CHTM deviam seguir o mesmo formato original.


Chico Bento - "Cadê a noite?" - Chico estranha a noite não aparecer quando ele estava na beira do morro. Ele tropeça em um pote mágico que tinha a noite dentro e resolve soltá-la, causando muitas confusões.

A péssima notícia é que lamentavelmente voltaram a alterar o caipirês do Chico Bento no gibi. Na CHTM # 36 e # 37 mudaram (e várias outras antes), mas eles tinham parado com isso nos últimos boxes e agora infelizmente voltou a ser alterado. De cara, dá para ver que os gerúndios foram mudados, até porque essa história de abertura tiveram muitos gerúndios. Na original palavras como "vino", "ficano", "apareceno" mudaram agora para "vindo", "ficando", "aparecendo".

Trecho da HQ "Cadê a noite?": caipirês alterado

E logicamente não só gerúndios, como também certas palavras não eram caipiras na original, e agora passaram a ser. Alias, não foi só na história de abertura que mudaram, em outras do gibi também. Porém, na última história, mantiveram o caipirês original. Vai entender. Interessante que nos comentários foi falado que o caipirês era diferente do atual. ou seja,o Paulo Back não contava que seria alterado e o comentário reforça que foi alterado tudo.

Sem dúvidas, os gibis do Chico são os mais diferentes em relação à original. Eu não gosto quando mudam o caipirês dele até porque tira a linguística da época. Eles deviam manter até mesmo para a gente poder comparar como era nos primórdios com o atual. Bola fora.

Fica parecendo que os leitores não sabem traduzir o caipirês e acha estranho, ou seja que não sabe identificar que "pareceno" significa "parecendo", por exemplo. Revoltante. Lembrando que apenas nos gibis de 1985 que o Chico passou a falar o caipirês que a gente conhece, e até lá qualquer coisa será alteração. Eu não sei como eles não alteram nos gibis da Mônica e do Cebolinha, passando o Chico falando certo para o caipirês.

Fora essas alterações toscas, o gibi está bom com destaque para a história "Fido, o farejador", em que o cachorro do Chico faz de tudo para se livrar da caçada para namorar com uma cadela. Engraçado  o Fido pensando em caipira também. Em relação a créditos, só na abertura que tiveram créditos completos. A história "Quero sossego" sem crédito nenhum e  mostrou arte-final na última, mas não quem desenhou.

Cascão - "Os terríveis esfumaçantes" - A fumaça da chaminé de uma fábrica ganha vida e quer que o Cascão seja sua aliada para que a poluição domine o mundo.

Nos comentários da história "Um quarto desbagunçado" (em que os pais do Cascão limpa o quarto dele sem seu consentimento) é falado que o Humberto não é muito utilizado nas histórias e que é ideal pra fazer pontas. Isso vale só para as histórias atuais, porque nas histórias daquela época ele aparecia bastante, inclusive protagonizando histórias solo que eram muito boas, por sinal.

Créditos completos só na história do Bidu. Mostrou quem foi roteirista em todas e desenhos só na abertura e a da Dona Morte. História de destaque para "Oh! O Principe submarino", em que ele pede água para o Cascão, que age como vilão, fazendo de tudo para ele não ter contato com água.

Esse gibi eu tenho a original e, posso dizer que tiveram alterações também. Uma delas foi na história de abertura. Na original de 1984, eles erraram e deixaram o Cebolinha falando "destruída" e agora corrigiram para "destluída", sem mencionar nada nos comentários.  Acho que deviam manter todos os erros que sairam na época para ficar idêntico ao original. Abaixo a comparação:

Comparação da HQ "Os terríveis esfumaçantes"

Como essa história foi republicada também no livro "Cascão 50 Anos" e corrigiram isso lá também, pode dizer que foi mais uma alteração daquele livro, sendo, então 5 alterações no total com essa. 

Além dessa, na história com a Dona Morte, "A viagem", em que ela vai buscar o Ambrósio, que pede um tempo para se despedir dos seus amigos.  Na primeira página ela aparecia com um brilho branco, mas nas outras deixaram azul. Agora nessa Coleção Histórica deixaram o brilho azul em todas as páginas para deixar padronizado, ficando, assim, mais uma vez diferente da original.

Comparação da HQ "A viagem"

E a capa ficou bem diferente. Além de não ter o selo da promoção da Cartela Milionária, que acontece sempre, deixaram muita escura, os tons foram todos mudados e a parte inferior da grama deu para perceber que ficou menor. Ou seja, uma capa completamente restaurada para ficar igual aos padrões atuais:

Comparação das capas de 1984 e da CHTM # 42

Magali - "Toque de classe" - Magali ensina a Mônica dicas de etiquetas e boas maneiras para se tornar mais elegante, inclusive para as provocações dos meninos.

Essa é uma das raras histórias da Magali na época que não envolve comida. Destaque para a história "Levando no bico", do Mingau, em que ele contracena com uma garça, parodiando a fábula conhecida "A raposa e a cegonha". Créditos completos só na abertura e na do Mingau, as demais sempre faltando alguma coisa, mas nomes dos roteiristas presente em todas.

Foi mostrada a propaganda "Quadrinhos só da Globo" com a capa das revistas de janeiro de 1991 do 'Cascão #105', 'Magali # 42', além da 'Turma do Arrepio # 16' incluída. Até pensava que não iam colocar por ter revista da Turma do Arrepio, que não tem nada a ver com a Turma da Mônica, mas colocaram tão pequena e com sombreamentos desnecessários, que nem dá pra ver as capas, nem da Turma do Arrepio , nem as do Cascão e Magali. o mesmo para as outras propagandas desse gibi (e dos demais também) que não dá para ler nada e muito mal só as ilustrações.

Na história do Dudu, "Terríveis torturas", em que o Dudu imagina várias situações de torturas, dessa vez não alteraram a arma na sua mão, diferente da 'Turma da Mônica Extra # 11', onde ficou saindo água dos dedos do Dudu depois da alteração tosca.

Trecho da HQ "Terríveis torturas"

Mas nessa Coleção Histórica # 42, tiveram outras alterações. Na tirinha, agora vão implicar com o logotipo. Mudaram para o logotipo igual da capa, ficando bem diferente da original que era outro. Em 1991, em algumas edições realmente passaram a colocar o logotipo clássico na tirinha, mas isso foi lá para edição # 54 e mesmo assim logo depois voltou ao outro logotipo. Então, até lá quando aparecer na Coleção Histórica, será alteração.

Pode parecer bobagem, mas pior que com essa simples mudança, o tamanho do desenho nos 3 quadros fica menor e um pouco desproporcional na CHTM. E mudaram também o tamanho e a posição da assinatura do Mauricio e a numeração da tirinha que tinha na original. Abaixo, a comparação:

Comparação da tirinha

A capa ficou diferente da original também, colocando mais uma vez o selo da CHTM ao lado do logotipo. Além disso, o azul do logotipo ficou mais claro agora, tiraram o degradê como era na original, as pedras ficaram mais perto da japonesinha, a montanha ficou mais clara e pior foi o lago que ficou cinza em vez de azul. Abaixo a comparação com o gibi de 1991:

Comparação das capas de 1991 e da CHTM # 42

Uma pena tantas mudanças na Coleção Histórica, coisa que nem devia ter. As do Chico Bento, com certeza, foram as piores e mais revoltantes. Por isso sempre é mais jogo ter as originais do que a Coleção Histórica.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Capa da Semana: Cebolinha Nº 25

Mostro uma capa com os meninos jogando futebol e o Cebolinha como goleiro consegue furar a bola com seu cabelo espetado. Muito engraçada. Piadas envolvendo o cabelo do Cebolinha eram ótimas.
 
A capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 25' (Ed. Globo, Janeiro/ 1989).


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Chico Bento: HQ "A desdita da marmita"

Mostro uma história muito divertida com o Chico Bento, em que uma simples troca de marmitas pode causar uma grande confusão. Ela tem 10 páginas e foi publicada na abertura de 'Chico Bento Nº 106' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Chico Bento Nº 106' (Ed. Globo, 1991)

Nela, dona Cotinha, mãe do Chico Bento manda o filho levar a marmita do seu Pai, seu Bento, ao roçado falando que foi uma receita especial e que ele vai ter uma surpresa. Chico corre para levar antes que esfrie, quando dá de encontro com o Zé Lelé e os dois caem. Só que o Zé Lelé estava carregando terra que catou na beira do rio para plantar um pé de ameixa em uma lata igual à marmita do Chico e, sem querer, acabam trocando.


Chico chega ao roçado e entrega a marmita ao pai. Seu Bento pergunta o que tem dentro e o Chico responde que a mãe disse que era uma coisa especial que ele merece. Seu Bento vai lavar as mãos e o Chico vai embora. Quando senta para comer e abre a marmita veio a surpresa: era terra! 

Seu Bento indaga que está faminto e mandam terra para comer e se lembra que o Chico falou de uma receita especial que ele merece, e, com isso, ele pensa que a Cotinha acha que ele merece comer terra. Até achou que ela estava braba com ele por ter conversado com o compadre Malvino até tarde da noite, mas logo percebe que isso não era motivo de desfeita e resolve ir para casa tomar satisfações com ela.


Enquanto isso, Zé Lelé percebe que a sua lata está quente e, quando abre, ver que era comida. Ele não entende nada, já que quando ele catou a terra, tinha até minhoca dentro. Ele custa a pensar, e lembra que se esbarrou com o Chico e trocou as latas. Zé Lelé vai à casa do Chico devolver a marmita e, como não encontra ninguém, deixa em cima da mesa da cozinha e vai embora, dizendo que volta depois para buscar a sua terra.


Dona Cotinha aparece e vê a marmita em cima da mesa. Acha que seu Bento não podia ter comida tão depressa e quando abre, ver que está cheia. Fica triste por ele nem ter tocado na comida e pensa que ele acha que ficou braba por ter chegado tarde em casa, mas que não era motivo de desfeita e fica furiosa.


Seu Bento chega em casa e aí começa a grande discussão. Ele diz a sua esposa é uma encrenqueira, que não tem que azucriná-lo por chegar tarde em casa e Dona Cotinha diz que ele é um grosseirão. Chico chega em casa no meio da discussão, já com palavrões, e quer saber o que houve. Quando o seu pai fala que a esposa mandou uma lata cheia de terra para ele comer, Dona Cotinha fica uma fera e taca um ovo na cara dele.


A partir daí começa a guerra de comida, um tacando no outro o que encontra pela frente, só restando ao Chico tentar conter. Quando o seu Bento mostra a lata com terra, a Dona Cotinha pergunta se era outra marmita porque a que ela deu estava na mesa. Aí, nessa hora surge o Zé Lelé, cobrando a sua lata de terra, dizendo que o Chico trocou com a marmita por engano. Todos dão gargalhada e o Zé Lelé não entende nada.

Desfeita a confusão, os pais do Chico pedem desculpas um ao outro, fazem as pazes e se beijam. No final, seu Bento resolve comer a comida da marmita porque estava morto de fome. Ao provar, ele sai correndo e vai beber água do poço. O Chico estava lá e o pai diz que é para ele não falar nada pra a mãe, mas a comida tem gosto de terra mesmo.


É uma história muito divertida, para ver como uma simples trapalhada de troca de marmita do Zé Lelé e Chico Bento pode render uma história muito legal. Sem contar que piadas pastelão com guerra de comida sempre agrada e rendem ótimas risadas. E toda a simplicidade e cotidiano da roça, do seu Bento trabalhando no roçado e levar marmita na hora do almoço sempre são bem vindos nas histórias do Chico.


Os traços são perfeitos e dão gosto de ver. Na postagem coloquei completa. Engraçada a parte das engrenagens do Zé Lelé para demonstrar que ele estava esquentando a cabeça e toda a sua lerdeza para pensar.  Muito bom também ver o Seu Bento falando sozinho na hora que descobre que veio terra na marmita.


Ela é incorreta por ter desperdício de comida e também o fato de trazer discórdia e conflito entre os pais do Chico e eles falarem palavrões um ao outro na frente do Chico. De curiosidade, desdita no título significa desventura e o roteirista colocou para ter uma rima com marmita. Ficou muito bacana e criativo esse título. Outra curiosidade é que a música que a Dona Cotinha canta quando chega na cozinha é "Talismã", do Elson do Forrogode.


Na capa dessa edição (muito bonita, por sinal), dá para notar que veio aquela terrível etiqueta de preço colada, que é impossível tirar sem estragar o gibi. Em vez de ser autoadesiva, colocavam cola mesmo e não dá pra tirar. Com a alta  inflação na época, era comum ter essas etiquetas de uma semana para outra, assim que viesse um novo lote. Afinal, a revista era quinzenal, mas ficava nas bancas o mês inteiro, e ficaria barata no final do mês, já que os preços das coisas subiam muito a toda hora. Uma coisa interessante, que além de não ser autoadesivas, essas etiquetas eram escritas com máquina de escrever, coisa bem primária mesmo.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Almanaque Temático Nº 31 - Magali Aniversários


Nas bancas o "Almanaque Temático # 31 - Magali Aniversários", mais uma edição especial em comemoração aos 50 anos da personagem. Comprei essa edição e comento nessa postagem.

Assim como aconteceu em 2013 com a Mônica, a MSP resolveu fazer também um Almanaque Temático reunindo histórias de aniversário com a Magali. Gostava mesmo quando era "Mônica - Aniversários", com histórias sobre o tema de todos os personagens. O chato é que assim fica repetitivo esse tema de aniversário nesse título. Só na Panini já é o terceiro até agora.  Aliás, esse título anda com temas muito repetidos, que saíram na própria Panini, e temas diferentes é que não faltam.

Essa edição da Magali tem 15 histórias no total, incluindo a tirinha final, com histórias da Magali de 1994 a 2003, sendo que 3 delas eu não conhecia. Foi a partir de 1994 que os personagens passaram a ter data fixa de aniversário e em todos os anos a partir de então tem histórias assim nos respectivos meses. Desse período, só não republicaram nesse almanaque, a história "Eterno aniversário" (MG # 232, de 1998) e a "Pedido de aniversário" (MG # 336, de 2002), porque já haviam sido sido republicadas no 'Almanaque Temático # 10', de 2010, e 'Turma da Mônica Extra # 2', de 2008, respectivamente. 

Abre com a história "Aniversário da Magali, festa do Mingau" (MG # 360, de 2003), que eu não conhecia. Na trama, o Mingau convida todos os seus amigos gatos para irem à festa de aniversário da Magali, causando muitas confusões. Já a história "O presente perfeito" (MG #258, de 1999) é bem interessante. Nela, o pai da Magali, seu Carlito esqueceu de comprar um presente para a filha e tenta de tudo para conseguir altas horas da noite, com uma bonita mensagem no final. E curioso o vendedor que o atendeu primeiro lembra muito a caricatura do roteirista Paulo Back. Não sei se a intenção foi essa na época, mas ficou bem parecido.

Outra curiosidade foi que a avó da Magali, Dona Cota, apareceu um pouco diferente na história "O presente da vovó" (MG # 283, de 2000), em que a Magali ganha um vestido novo da sua vó e passa sufoco para não sujar nem amassar durante a festa. Dona Cota aparece de cabelos pretos e a personalidade meio diferente também. Ela é a mãe do Seu Carlito que veio do Ceará, que estreou na 'Magali # 100' e apareceu outras vezes. Ela até já apareceu de cabelos grisalhos em outras histórias, mas nessa ficou mais diferente.

Trecho da HQ "O presente da vovó"

A história "Do ponto de vista de um gato" (MG # 283, de 2000) do Mingau é legal também, mostrando a ótica do Mingau em uma festa de aniversário. Não mostram os personagens, só as vozes e o comportamento do Mingau durante a festa. Ela só devia era vir logo em sequência da história "O presente da vovó" por serem interligadas. 

Acabou republicada depois dessa história a "Festas de aniversário", que também foi daquela edição (ou seja, o gibi 'Magali #283' está completo nesse almanaque porque foram 3 histórias naquele gibi). Nela, a Magali tem várias festas de aniversários, inclusive de personagens secundários como Piteco, Chico Bento, Tina, etc. Ficou um pouco semelhante com a história "Dia de aniversário" (MG # 128, de 1994), também republicada nessa edição, sendo que ela tem festa de todos os personagens depois de ter feito um pedido a uma estrela cadente.

Em "Parabéns, Magali" (MG # 128, de 1994), ela ajuda a sua mãe a enrolar os docinhos da sua festa com a intenção de beliscar as guloseimas, tentando de tudo para despistar a atenção da sua mãe. Essa história que marcou a estreia das datas fixas de aniversário nos gibis, assim como a "Dia de aniversário" do mesmo gibi.

A história "Duas Magalis comem comem muito mais" (MG # 180, de 1996) é muito engraçada. O Franjinha presenteia a Magali com um superpôster em tamanho natural tirada da sua supermáquina de fazer pôsteres. Só que o pôster cria vida e então ficam 2 Magalis na festa. Sempre rio alto com essa história quando releio, principalmente quando o seu Carlito chora não por felicidade de ter 2 filhas e, sim, por desespero de ter que sustentar 2 comilonas.

"Plano-surpresa", em que a Magali ouve os meninos bolando um plano e ela tenta desvendar qual é, foi outra que eu não conhecia. Eu acredito que ela seja do miolo de 'Magali # 360'. Engraçado que o Titi apareceu sem dente no final da história, mas se na original foi assim, foi bom que mantiveram.

Sobre as alterações em relação às originais, não podia faltar. E infelizmente foram 5 no total, sendo umas mais aceitáveis e outras, não. Uma delas foi na tirinha final (MG #258, de 1999), que alteraram o número da vela, de "6" para "7". É que antigamente os personagens faziam 6 anos e agora é 7 anos e mudaram para ficar atual.

Na história "Festinha Infantil" (MG # 154, de 1995), em que um mágico anima a festa da Magali, alteraram a cor do coelho que o mágico tirou da cartola. Na original, era branco e agora colocaram azul, ficando igual ao Sansão. Durante todo o almanaque tiveram mudanças de cores, mas essa foi mais expressiva porque muda com o sentido da história. Assim, fica parecendo que o mágico tirou o Sansão da cartola e, não um coelho de verdade, e para piorar depois inexplicavelmente o coelho se torna branco do nada, quando o Cebolinha tira o Sansão do chapéu dele, deixando claro que houve mudança ali.

Abaixo a comparação, dando para reparar também que a Mônica tinha chapéu verde na original (imagem à esquerda) e agora colocaram azul (à direita), mas alteração da cor do coelho azul foi pior:

Comparação da HQ "Festinha Infantil"

Na história "Hoje é o seu dia" (MG # 154, de 1995), em que um confeiteiro sequestra a Magali no dia do aniversário, na hora que todos estão na jaula, alteraram a fala do vilão, Na original, era "jogá-los aos crocodilos", "transformá-los em chantilly" e agora mudaram para "jogar vocês" e "transformar", respectivamente, para ficar coerente com a norma culta gramatical. Na original, deixaram de um jeito informal como é a linguagem dos gibis, e agora mudaram para a linguagem formal, provavelmente para não dizer que estão ensinando errado. Abaixo a comparação, sempre com a imagem do gibi original á esquerda:

Comparação da HQ "Hoje é o seu dia"

Em "Aniversário tão esperado" (MG # 206, de 1997), em que a princesa Magalix, por ser idêntica a Magali, troca de lugar com ela para não passar o aniversário no reino, também houve mudanças. Além da colorização diferente em vários aspectos, principalmente a cor da roupa da mãe da Magali, dona Lina, que era roxa na original e agora colocaram vermelha, mudaram uma fala da Magali. 

Na hora que ela fala "Mas que droga de festa", alteraram para "porcaria de festa", com uma fonte bem diferente, ficando claro que teve alteração ali. Afinal, a palavra "droga" está proibida na MSP atualmente, como se fosse palavrão. Lamentável. Abaixo, a comparação, que ainda dá para reparar que o balão foi mudado de cor, deixando evidente as mudanças de colorização na história.

Comparação da HQ "Aniversário tão esperado"

Também houve outra mudança em "Um aniversário nada previsível" (MG # 310, de 2001), escrita pelo Emerson Abreu e que marcou a estreia de Madame Cleuzodete, que prevê que a partir de meia noite a Magali perderia todo o seu apetite, deixando preocupada com isso. A alteração simplesmente foi na cor da vidente que era negra na original e agora passou a ser branca. Aparentemente, a Madame Cleuzodete só apareceu negra nessa história, então deixaram branca para ficar de acordo com a atual.  Como nunca li essa história antes, o Washington Brito me enviou a imagem da revista original para comparação:

Comparação da HQ "Um aniversário nada previsível"

Eu nunca havia lido uma história sequer com essa mulher, e não sabia disso. Até porque na capa da 'Magali # 310', ela apareceu branca e sem lábios, ficando diferente da história, mas o que importa é que ela era negra e deviam manter assim, e, não, mudar a sua cor. Acho que ela tinha que ser negra sempre, como era a intenção inicial do Emerson, e ainda mais que na turma não tem muitos personagens negros, com exceção da Turma do Pelezinho. E, mesmo ela passando a ser branca ao longo dos anos, não era para alterar a cor na republicação dessa história só para ficar igual com a atual. 

No geral esse "Almanaque Temático" foi bom, reuniu boas histórias da Magali sobre o tema. Vale para quem gosta de ter edições especiais na coleção ou ler essas histórias reunidas em uma só edição. Algumas, aliás, bem clássicas e muito divertidas. A Magali tem poucas edições edições especiais comemorativas, e essa foi uma pelos seus 50 anos e foi o que me motivou a comprar. O que estraga mesmo, como sempre, são as alterações toscas em relação ás originais. 

Não duvido que façam também em breve outros "Temáticos" de aniversários do Cebolinha, Cascão e Chico Bento, mesmo eles já terem passado dos 50 anos de criação. O que é uma pena se fizerem isso porque ficará muito repetitivo tantos "Temáticos" sobre aniversários.