sexta-feira, 31 de julho de 2015

Capas Semelhantes (Parte 11)

Não foram só as mensais que tiveram capas semelhantes, os almanaques também tiveram as suas. Então, nessa postagem mostro 5 dessas capas semelhantes que saíram nos almanaques, tanto com o mesmo título, quanto com a mesma piada em títulos diferentes. Todas da Editora Globo, com a exceção da primeira da Mônica em que a original envolve a época da Editora Abril e a última da Mônica também, que é da Editora Panini.

Almanaque da Mônica Nº 26 X Almanaque da Mônica Nº 28

Jotalhão servindo como escorregador para a turma brincar. É uma piada que foi bastante usada que saiu também em mensais da Mônica e que se repetiu em almanaques. Na versão do 'Almanaque da Turma da Mônica Nº 26', de 1986, aparece o Jotalhão imóvel como se fosse realmente um brinquedo, igual à "Pracinha da Mônica" que existia na época. Já na nova versão, de  'Almanaque da Mônica Nº 28', de 1992, o Jotalhão não está gostando nada das crianças escorregando nele e mostra alguns personagens que não apareceram na 1ª versão e vice-versa.



Almanaque do Chico Bento Nº 10 X Almanaque do Chico Bento Nº 74

Chico Bento se aquecendo com as chamas da Mula-Sem-Cabeça junto com outros personagens folclóricos. Na  versão original, de 'Almanaque do Chico Bento Nº 10', de 1990, o Chico aparece com cara de como se estivesse com medo das figuras folclóricas e era como estivesse obrigado a estar junto com eles, enquanto que na 2ª versão, de 'Almanaque do Chico Bento Nº 74', de 2003,  eles estão à beira de um lago e o Chico está gostando de estar perto deles, agindo naturalmente como amigo deles. 

Por coincidência nas 2 versões aparecem os mesmos personagens: Saci-Pererê, Iara, Curupira, Lobisomem e Mula-sem-cabeça, só que desenhados bem diferentes uma capa da outra, com destaque na Iara, que na versão de 1990 ela ser adulta, morena e sensual com insinuação de seios de fora enquanto que na versão de 2003 ela foi desenhada como uma criança.



Almanaque do Cascão Nº 14 X Almanaque da Mônica Nº 69

Em uma partida de futebol, Mônica chuta a bola em direção ao gol e os personagens formam uma barreira assustados com a força que a bola vai passar. A 1ª versão saiu em 'Almanaque do Cascão Nº 14', de 1991, com os personagens presentes só do universo da Turma da Mônica mesmo. Já na 2ª versão, que saiu em 'Almanaque da Mônica Nº 69', de 1998, apareceram também personagens secundários e dessa vez com eles com escudos personalizados ao seus estilos para ver se controla melhor e não se machucarem com a bolada.



Almanaque de Férias Nº 13 X Almanaque do Cebolinha Nº 68

Os personagens empinado pipas com as caras dos personagens em cada uma das pipas. Na 1ª  versão de 'Almanaque de Férias Nº 13', de 1993, foram a Mônica, o Cebolinha e 2 personagens figurantes que estavam empinando as pipas enquanto que na nova versão de 'Almanaque do Cebolinha Nº 68', de 2002, quem estava empinando era o Cebolinha, Cascão e Xaveco. Praticamente os mesmos personagens nas pipas apareceram nas 2 versões, só tiveram uma troca entre Cascão e Mônica, tanto nas pipas quanto quem estava empinando, e Franjinha e Horácio não apareceram na 2ª versão.



Almanaque da Mônica Nº 68 X Almanaque da Mônica Nº 38

Mônica brincando de jogo-da-velha com os personagens em destaque. Saiu primeiro em 'Almanaque da Mônica Nº 68', de 1998, com o Cascão, Franjinha e Xaveco com olhos roxos formando o "X"  e com os personagens secundários fora do universo da Turma da Mônica preenchendo os espaços vazios. Já nova versão, de 'Almanaque da Mônica Nº 38', de 2013, Magali, Marina e Cascuda formaram o círculo e os meninos aparecendo com "X" para representar que as meninas que ganharam o jogo.



Dessas da postagem, gostei mais das primeiras versões de cada uma delas. E para constar, as imagens das capas de 'Almanaque do Cebolinha Nº 68' e 'Almanaque do Chico Bento Nº 74' da Editora Globo e de 'Almanaque da Mônica Nº 38' da Editora Panini foram tiradas da internet porque eu não tenho. Em breve, posto mais capas semelhantes aqui no Blog.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Livro L&PM: As Melhores Histórias da Magali


Nessa postagem mostro como foi o livro "As Melhores Histórias da Magali", da coleção da Editora L&PM lançado em 1991.

Esse livro tem formato de 21 X 28 cm, 52 páginas e papel de miolo off-set, tanto na versão capa cartonada quanto capa dura. Na capa, a Magali segurando uma melancia, representando um objeto que tem a ver com sua personalidade. Ficou muito caprichada.

Começa com o frontispício, sempre com um texto ilustrado pelo personagem sem ser colorido e com um título criativo antes do texto. Nesse da Magali teve o título "Sai uma fatia de melancia?", com o texto mostrando que a Magali foi inspirada na filha do Mauricio e suas características sobre ser comilona, que com a Magali o que vier, ela traça, além de ser meiga, sensível e adorar trocar confidências com a Mônica, sua melhor amiga. Só erra ao falar que a data de criação da Magali foi 1963, como muitos pensavam até há pouco tempo (falado isso também no livro "Mauricio 30 Anos"), já que na verdade ela foi criada em 1964.

Frontispício da edição

Na tradicional página de evolução dos traços dos personagens, mostra 3 imagens da Magali: uma dos anos 60, outra dos anos 70 e outra atual (anos 80). De curiosidade, eram para ter pintado o vestido da Magali dos anos 60 de verde, porque apesar das tirinhas serem em preto e branco, a intenção inicial do Mauricio era que ela tinha vestido verde.

Evolução da Magali

Em seguida, as histórias republicadas. Foram 9 histórias no total, que não seguem ordem cronológica e seguindo tudo exatamente como foram publicadas nas originais, preservando, inclusive os códigos, quando tinham. Como não podia deixar de ser, são histórias envolvendo a fome exagerada da Magali e todo o sufoco que ela passa por causa disso, com muitos absurdos que a gente gosta. Todas protagonizadas pela Magali, com toda a sua essência, e nenhuma com ela só participando de histórias da Mônica.

Porém, tem algumas particularidades em relação aos outros dessa coleção. Normalmente nesses livros as histórias foram até de 1986 e as originais dos anos 80 da Editora Abril não foram republicadas depois nos almanaques convencionais da Globo, além de histórias que já haviam sido republicadas nos almanaques da Globo recentemente até então, não tiveram uma nova republicação nesses livros.

Esse livro da Magali foi exceção e, com isso, as histórias da Editora Abril dos anos 80 tiveram referência aos Almanaques da Magali da Editora Globo nos quais foram republicadas, com os códigos exatamente iguais como sairam em seus respectivos almanaques. Logo, histórias republicadas recentemente tiveram uma nova republicação. E tiveram histórias da Editora Globo de 1988 e 1989 que saíram nos gibis da Mônica, pouco tempo depois de terem sido publicadas pela primeira vez. E essas histórias da Globo foram republicadas em almanaques posteriores a 1991.

Como o livro é de 1991, foram republicações de histórias de cerca de 2 anos das originais. Muito cedo e quem colecionava na época já conhecia. Com isso, a gente não pôde ver os traços dos anos 70 direito, podendo comparar apenas os diversos estilos de traços dos anos 80. Por outro lado, mesmo a maioria sendo recentes para sua época, são histórias marcantes e sensacionais, que mostram a verdadeira personalidade da Magali. Só lembrando que isso de republicarem histórias recentes em livros especiais não aconteceu só nesse livro, já que algo semelhante aconteceu recentemente em "Chico Bento 50 Anos", um livro de 2012 que republicou histórias de 2010 e em "Cascão 50 Anos", de 2013, com uma história de 2010. 

A relação de histórias republicadas, com número da edição e ano foram essas:

  1. Ai, que fome! (MN # 31, de 1972)
  2. A bochechuda (MN # 184, de 1985 / AMG # 1, de 1989)
  3. Me segura senão eu como! (AMG # 2, de 1990)
  4. O desafio de Jacó Milão (MN # 194, de 1986 / AMG # 2, de 1990)
  5. Magricela que só ela (AMG # 1, de 1989)
  6. Cadê a boca (MN # 27, de 1989)
  7. Estou com fome (MN # 29, de 1989)
  8. Hora do almoço (MN # 22, de 1988)
  9. Magali (MN # 116, de 1979)

O livro abre com "Ai que fome", com 2 páginas, a Magali diz que está com fome, só que não sabe o que quer comer e, com isso, a Mônica tenta ajudar a Magali descobrir o que ela quer comer. Uma história simples que dá para ver os traços do início dos anos 70 e a única sem código no livro.

Em seguida vem "A bochechuda" em que a Magali enche a boca de frutas de uma vez só e fica com bochechas grandes e inchadas, passando sufoco para conseguir voltar ao normal. Ponto alto a parte dos bandidos colocarem a bolsa de dinheiro do assalto ao banco dentro da boca dela. Curiosidade do Joãozinho Boca de Cantor, o menino músico por quem a Magali era apaixonada na história, foi inspirado no Paulinho Boca de Cantor, um famoso cantor da época, foi representado em uma versão criança e o nome parodiado para "Joãozinho Boca de Cantor".

É uma história que saiu em 'Mônica Nº 184' (Ed. Abril, 1985), mas no livro o código teve referência ao 'Almanaque da Magali Nº 1' da Globo de 1989, quando foi republicada pela primeira vez, com o código exatamente igual como saiu no almanaque, confirmando que eles não tiraram da revista original. Até no rodapé aparece "1989 Mauricio de Sousa Produções" confirmando que foi história de abertura daquele almanaque. História excelente, mas republicada há 2 anos até então. Então, quem tinha aquele almanaque já a conhecia.

Trecho da HQ "A bochechuda"

Depois vem a divertida "Me segura senão eu como!", em que a Magali pede desesperadamente ao Titi segurá-la enquanto passa vendedores de pirulitos, cachorros-quentes, pipoca, entre outros, porque ela não pode comer. História por volta de 1983, mas com referência nos códigos ao 'Almanaque da Magali Nº 2', de 1990, quando ela foi republicada.

Trecho da HQ "Me segura senão eu como!"

Em "O desafio de Jacó Milão", Jacó Milão, um homem que acha que é o maior comilão do mundo, descobre que a Magali tem um superapetite e ele, inconformado com isso, desafia uma disputa entre ele a Magali em vários rodízios para provar quem é o maior comilão dos dois. História que saiu em 'Mônica Nº 194' (Ed. Abril, 1986), mas com referência ao 'Almanaque da Magali Nº 2', incluindo "1990 Mauricio de Sousa Produções" no rodapé, exatamente como saiu no almanaque.

Já em "Magricela que só ela", Magali se dá conta que é magra demais quando experimenta roupa nova em uma loja e então pensa um jeito de engordar. História para mostrar situações que ela come, come e continua magra. História por volta de 1984 e mais uma vez no código faz referência ao 'Almanaque da Magali Nº 1' de 1989.

Depois seguem 3 histórias originais da Editora Globo, publicadas em gibis da Mônica, pouco tempo das originais. Da época de quando a Magali não tinha revista ou poucos meses depois de ter sido lançada e então ela tinha histórias no gibi da Mônica. Como o livro não tem nenhuma história que foi publicada nos gibis da Magali, não tem histórias com personagens novos até então, como Mingau, Dudu, Quinzinho, Tia Nena e Tio Pepo, como já era de se esperar.

Em "Cadê a boca", Magali acorda sem boca do nada e por isso ela e a Mônica tentam procurar a boca pelo bairro do Limoeiro. Sensacional. Apesar de o código fazer referência a 1988, ela é uma história publicada em 1989, já que nos gibis de janeiro a março colocavam o ano anterior nesses códigos.

Trecho da HQ "Cadê a boca"

Em "Estou com fome" Magali toma uma fórmula do Franjinha e a partir daí, o estômago da Magali passa a falar e interagir com ela, deixando a Magali em situações constrangedoras. Muito engraçado ver a Magali discutindo com o seu estômago e se passando por maluca por causa disso. 

Trecho da HQ "Estou com fome"

Já em "Hora do almoço", uma simples em que a Magali vai almoçar na casa dos seus amigos, um a um. A curiosidade nela é que foi a primeira história da Globo em que aparece o pai da Magali (Seu Carlito), e já com os traços que seriam adotados para os gibis da Magali em definitivo. Na Editora Abril, era raríssimo aparecer o pai da Magali e quando ele aparecia, era desenhado completamente diferente a cada história.

Na última história do livro, volta para uma história da Ed. Abril, de  1 página, com a Magali cozinhando para o Cebolinha e Cascão. Essa sim mostrando código da revista original da 'Mônica Nº 116', de 1979. E em como todos dessa coleção, esse livro termina com uma biografia do Mauricio, com foto dele e contando sua trajetória até 1991.

Então esse livro foi muito bom, histórias com roteiros excelentes, mostrando a verdadeira Magali que conhecemos. Todas são de rachar de rir e que eu, particularmente, não canso de reler. A desvantagem é que foram pouco tempo que haviam sido publicadas/ republicadas. Podiam ter colocado histórias mais raras dos anos 70 e que não haviam sido republicadas nos almanaques da época. Porém, se para quem comprou esse livro em 1991 eram histórias recentes, hoje todas são antigas e vale muito a pena procurar e ter na coleção. Recomendo.

domingo, 26 de julho de 2015

Capa da Semana: Almanaque do Cascão Nº 7

Uma capa mostrando a essência do Cascão, mas hoje em dia impublicável, com ele brincando na lama com o Chovinista, espalhando lama em todos os seus amigos, deixando todos com raiva por causa disso.

Nas capas dos almanaques do Cascão, as laterais direitas, como não podia deixar de ser, eram estampadas por guarda-chuvas, latas de lixo e porquinhos. Curiosamente, essa imagem já foi usada 2 vezes em propagandas da Globo. Uma em 1990 como propaganda oficial da sua revista e depois em 1994 para anunciar a revista do 'Cascão Nº 200', mas nesta sem a presença dos personagens secundários.

A capa dessa semana é de 'Almanaque do Cascão Nº 7' (Ed. Globo, Outubro/ 1989).


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Piteco: HQ "Casado?"

Nessa postagem compartilho uma história do Piteco em que ele misteriosamente acorda casado com a Thuga da noite para o dia. Com 6 páginas no total, foi publicada originalmente em 'Cebolinha Nº 123' (Ed. Abril, 1983).

Capa de 'Cebolinha Nº 123' (Ed. Abril, 1983)

Nela, Piteco acorda e Thuga pergunta se ele já acordou. Piteco responde que sim porque não dorme de olhos abertos. Ele estranha a Thuga lá e logo quer saber o que ela estava fazendo na sua caverna. Thuga responde que era aonde a esposa dele deveria estar. Piteco estranha ela falar esposa e ela diz que eles se casaram na noite passada. Thuga o abraça, falando que ele tem memória fraca e Piteco diz é que está sem memória.


Thuga vai preparar o almoço e Piteco diz que ele acordou agora. Thuga responde que ninguém mandou levantar tarde. Enquanto ela está preparando o almoço, Piteco continua sem entender nada, se perguntando como ele pôde casar com a Thuga, que devia estar de pileque. Piteco se convence que era um sonho e se belisca, e aí percebe que não era sonho, mas ele continua sem se lembrar do casamento. Ele fica no lado de fora da caverna e vê a Ogra, que pergunta como vai a vida de casado, deixando mais encucado ainda.


Thuga aparece, falando que o almoço está servido, mas Piteco diz que não está com fome e vai dar uma volta. Ele caminha pela Aldeia de Lem triste e chora na beira do riacho. Então, aparece um amigo dele, perguntando como vai. Piteco fala que está péssimo porque se casou. O amigo pergunta se foi com a Irene, uma morena-cafe que ele gostava, e Piteco responde que foi com a Thuga. O amigo estranha, porque o Piteco vivia fugindo dela, e Piteco responde que não sabe como, que quando acordou já estava casado. O amigo acha que isso foi um truque e dá dicas para o Piteco descobrir isso e se livrar dela.


Mais tarde, Piteco volta para casa e passa a tratar a Thuga com grosseria. Ela pergunta se ele já voltou e ele diz que ainda está no lado de fora. Fala que está de mau humor porque está com fome e ela vai buscar o almoço. Ele dá uma mordida e diz que aquele pernil de brontossauro estava horrível. Thuga diz que é pernil de dinossauro e lamenta porque ela tinha caprichado tanto. Piteco, então, resolve dormir, e ronca alto para caramba, ensurdecendo a Thuga.


Quando Piteco acorda, Thuga pergunta se ele dormiu bem, já querendo abraçá-lo e Piteco fala que nunca dormiu tão mal e que vai sair com os amigos, deixando ela de braços abertos no vácuo. Thuga se irrita, dizendo que ele tem que ficar com ela. Piteco pergunta se ela sabe jogar truco e ela diz que se não ficar com ela, pede o divórcio. Ele diz que não porque ainda não inventaram isso. Thuga o chama de machista e fala que vai embora e ele diz que não porque lugar de mulher é em casa. Ela, então, revela que não é esposa dele, que foi tudo um plano dela com a Ogra para eles ficarem juntos.

Thuga percebe que falou demais e Piteco comemora que se livrou dela. O jeito foi Thuga ter que ir embora da caverna dele e Piteco ainda dá um adeuzinho para ela. No final, ele vê sua caverna arrumada, e fica comentando que a casa está arrumadinha, o pernil estava uma delícia e se lamenta que foi tão grosseiro com ela, ficando claro que gostou do momento que morou com ela.


Acho essa história legal mostrando um plano da Thuga para ver se o Piteco gosta da vida de casado. Como era de costume, não é só Cebolinha que bola planos infalíveis, qualquer personagem podia bolar os seus, atendendo a seus interesses. Vimos um Piteco grosseiro, tudo para manter sua fama de solteirão, mas no fundo gostou do seu momento de casado. 

Mostra umas tiradas engraçadas e muito bom ver também a nossa vida moderna adaptada para a pré-história, coisa comum nas histórias do Piteco, como o casamento e em momentos do Piteco falando que estava de pileque, Thuga falando sobre divórcio, coisas que não existiam na época.


Os traços maravilhosos, com uma arte-final incrível. Na postagem a coloquei completa. Chama a atenção também de propagandas dos lápis de cor da "Labra" inseridas na lateral direita das páginas da história. Era muito comum na época ter anúncios assim inseridos nas laterias e rodapé das histórias. Na postagem, fiz questão de manter nas imagens. 

Para constar, essa história do Piteco foi republicada no 'Almanaque do Cebolinha Nº 24' (Ed. Globo, 1994). Abaixo, a capa desse almanaque:

Capa de 'Almanaque do Cebolinha Nº 24' (Ed. Globo, 1994)

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Capa da Semana: Almanaque da Magali Nº 2

Nessa capa, Magali dá uma de pintora de exposição e nos seus quadros ela pinta os seus amigos, dando o seu toque especial com cada um segurando ou comendo uma fruta, bem ao seu estilo comilona.

Essa foi a primeira capa do Almanaque da Magali que apareceu secundários. E nas capas dos seus almanaques, a faixa lateral no canto esquerdo era estampada por melancias, balas e pirulitos, como não podia deixar de ser.

A capa dessa semana é de 'Almanaque da Magali Nº 2' (Ed. Globo, Junho/ 1990).


sexta-feira, 17 de julho de 2015

Turma da Mônica: HQ "O Gueimemaníaco"

Nessa postagem eu compartilho uma história de um garoto fascinado por jogar videogame que foi ao Parque da Mônica pela primeira vez. Ela tem 13 páginas no total e foi publicada em 'Parque da Mônica Nº 45' (Ed. Globo, 1996).

Capa de 'Parque da Mônica Nº 45' (Ed. Globo, 1996)

Nela é apresentado o Gabriel, um menino vidrado por videogames e filmes e que passava o dia inteiro na frente da televisão jogando ou assistindo filmes. Sua mãe cansada de vê-lo o tempo todo na frente da TV, desliga o aparelho, falando que vai ficar corcunda e ele pergunta se igual ao "Notregueime". A mãe  manda Gabriel brincar lá fora, só que ele vê seus brinquedos eletrônicos e fica brincando. A mãe vê e leva pra fora de casa mandando jogar bola com os amigos dele.


Gabriel, já no lado de fora, fala que não tem amiguinhos e se lembra que está na hora do seriado "Capitão Droid contra os monstros siderais". Ele tenta pular a janela para entrar no seu quarto, quando ouve a Turma da Mônica se preparando para sair de carro do Seu Sousa, pai da Mônica, não vendo a hora de chegar no lugar para brincar o dia inteiro, mas não falando que era o Parque da Mônica. Gabriel pergunta aonde tá passando todos aqueles filmes e Magali diz que não é filme e, sim o lugar mais legal do mundo, 


Gabriel fica animado, querendo saber que lugar era aquele que era melhor que os filmes a que ele assistia. Mônica diz que tem um ingresso sobrando e pergunta se o Gabriel quer ir com eles. A mãe ouve e diz que ele vai para distrair um pouco. Dentro do carro, Gabriel pensa que a mãe quer se livrar dele. Magali diz que é impressão dele, que é porque ele ainda não tinha visto o Parque.

Chegando no Parque da Mônica, Gabriel se espanta com o Atrium, o robô gigante da entrada. Ele pensa que é uma televisão gigante e fica eufórico para arrumar um videogame para jogar na tela daquele tamanho. Cebolinha diz que não é uma TV, era só a entrada do Parque e que os brinquedos estão lá dentro.


Gabriel não entende como vão brincar, se os brinquedos não se mexem. Cascão estava brincando no "Fórmula Zum" e chama o Gabriel para pilotar junto. Gabriel reclama que os carrinhos não se parecem com a "Belali" e "Maquilarem" e Cascão explica que são eles que fazem os carrinhos se movimentarem. Gabriel se atrapalha todo, mas gostou do brinquedo, falando que foi a primeira vez que ele corre sem ser na tela do computador.

Depois eles vão aos "Balões" e Gabriel acha que cansa ficar pedalando para ver os balões subirem. Mesmo cansando, também achou divertido. Em seguida, vão a "Tumba do Penadinho" e Gabriel acha que os filmes da saga "Massacre do Serrote Gasto" são mais assustadores. Nessa hora, Cebolinha e Cascão aparecem vestidos de fantasmas com lençóis e dão o maior susto no Gabriel.


No "Brinquedão", ele se diverte para valer escalando redes e descendo no escorregador, mesmo que reclamando que as suas mãos iam encher de calos. No "Cinema 3D", ele fica pulando, tentando pegar os peixes porque acha que estão realmente saindo da tela. Já no "Carrossel do Horácio", ele estranha que os dinossauros não se parecem com os computadorizados do filme "Parque Juriátrico". Mesmo assim adora brincar no carrossel.

A partir daí, Cebolinha e Cascão têm ideia de xingar a Mônica de balofa e então eles correm pelo Parque inteiro para não apanhar dela. Primeiro, se escondem nas piscinas de bolinhas do "Brinquedão", depois correm até a "Casa do Louco" e vão ao "Brinquedinho dos Amazônicos", aonde o Gabriel estranha que não vê os controles dos triciclos. Cascão explica que os brinquedos não funcionam sozinhos, confundindo a palavra interativo por integral. E Gabriel consegue derrubar os meninos.


Com a correria, Gabriel se cansa e vai até a "Lanchonete da Magali" para comer um lanche, falando que  não sua desde quando jogou videogame no verão. Mônica aparece com raiva, reclamando que o Gabriel estava ajudando os pestes dos meninos, e ele dá um beijo nela, agradecendo que faz tempo que ele não divertia tanto assim. Gabriel não perde tempo e corre para brincar de novo.

Já no final da tarde, o monitor avisa que o Parque está fechando e está na hora de eles irem embora. A turma encontra o Gabriel dormindo na piscina de bolinhas do "Brinquedão", exausto de tanto brincar. Eles o levam para casa e já na sua cama, Gabriel acorda com a Mônica avisando que eles se encontram de novo no Parque. Gabriel, então, enche o saco dos pais para ir de novo ao Parque, com a mãe mandando ele ficar quieto que quer ver novela e o pai reclamando que não fica quieto e assiste televisão, terminando assim.


Uma história legal protagonizada por um secundário que conseguiu largar a sua mania de jogar videogame o tempo inteiro graças a Turma da Mônica que levaram para o Parque da Mônica. É até interessante a situação se invertendo no final, com o Gabriel curado e os pais querendo que ele fique quieto. A gente ainda confere alguns brinquedos do Parque da Mônica antigo.

O Parque da Mônica quando criado não tinham brinquedos tecnológicos, só manuais que não funcionavam sozinhos e eram as crianças que tinham que correr, pular e se divertir. A proposta era essa de fazer as crianças se movimentarem porque ficavam muito presas em casa, só jogando videogames ou brincadeiras paradas. Foram feitos para as crianças brincarem como se estivessem nos quadrinhos, como se fosse um quintal perdido, como o Mauricio de Sousa se referia ao Parque nas entrevistas de inauguração. Então, essa história mostra a real proposta do Parque da Mônica e esse contraste de uma criança que só quer saber de tecnologia pela primeira vez brincado em um parque.


Os traços ficaram muito bacanas, bem no estilo que prevalecia nos anos 90. Na postagem a coloquei completa. Legal ver nomes parodiados como "Corcunda de Notregueime" (Corcunda de Notre Dame), "Belali" (Ferrari), "Maquilarem" (McLaren), "Parque Juriátrico" (Jurassic Park). Curioso colocarem a palavra "videogame" com grafia brasileira. Acho que colocaram para facilitar a leitura das crianças. Hoje é consagrado a palavra "game" estrangeira. Outro detalhe que a Magali e o Gabriel não aparecem com cinto de segurança dentro do carro e isso seria alterado se republicassem essa história hoje em dia.  


Vale lembrar que esse personagem só apareceu nessa história. Eles podiam ter colocado o Teveluisão no lugar do Gabriel, mas quiseram dar um foco a um menino vidrado em vieogame e não apenas assistindo a programas de TV. Quando o Teveluisão foi criado não existia videogame e não quiseram fazer adaptação ao personagem jogar videogame, achando mais conveniente criar um personagem novo. Também não focaram em jogos de computador porque em 1996 poucos tinham computador em casa e acesso à internet (que era recém-lançada) e não existia jogos online. Se fosse publicada hoje, provavelmente fariam essa adaptação também e poderiam colocar o Bloguinho no lugar no Gabriel.


A capa desse gibi ficou muito legal, apesar de fazer referência à hq de abertura, tem certa piadinha do Gabriel vendo aonde ficava a tomada dos "Balões". Só o cabelo que foi colorido marrom, diferente do miolo da história.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Tirinha Nº 28: Chico Bento

Nessa tirinha, Chico dá uma de Zé Lelé e volta as suas origens de personagem lerdo quando dá a resposta do motivo que não foi ao encontro com a Rosinha. Fica claro que ele não sabe ver horas, mas apesar de tudo, até que a lógica dos ponteiros dele não está tão errada assim.

Tirinha publicada originalmente em 'Chico Bento Nº 158' (Ed. Globo, 1993).


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Capa da Semana: Almanaque do Cebolinha Nº 4

Nessa capa, o Cebolinha está operando uma projeção de filme em uma sala de cinema e a sombra do seu cabelo aparece na tela, espeta os seus amigos, que  tratam logo de se afastar. Legal ver uma capa toda preta, coisa rara de acontecer. 

De curiosidade foi a primeira capa do Almanaque do Cebolinha que apareceu secundários. Destaque nas capas dos seus almanaques, a faixa lateral no canto esquerdo era estampada por carrinhos, barquinhos e piões, representando brincadeiras que o Cebolinha gosta.

A capa dessa semana é de 'Almanaque do Cebolinha Nº 4' (Ed. Globo, Dezembro/ 1988).


sábado, 11 de julho de 2015

Papa-Capim: HQ "Em busca da erva perdida"

Mostro uma grande aventura com o Papa-Capim enfrentando vários perigos para buscar uma erva que iria salvar a vida do Cafuné. Com 18 páginas no total, foi publicada em 'Cebolinha Nº 164' (Ed. Abril, 1986).

Capa de 'Cebolinha Nº 164' (Ed. Abril, 1986)

Começa com o Papa-Capim querendo mostrar ao Cafuné as frutas que apanhou, mas tem a surpresa de encontrar o seu amigo dormindo profundamente em pé. Papa-Capim não consegue acordá-lo e o leva nas costas até à oca do Pajé para ver o que ele tem.


Na oca, ele fica desesperado para saber o que o Cafuné tem e o Pajé manda esperar do lado de fora porque iria fazer uns exames. O Pajé faz um ritual com tambor e depois chama o Papa-Capim para informar que o diagnóstico é que o Cafuné está com a doença "Sonus profundus" transmitida pela picada do mosquito Nheco-Nheco e quem é picado cai no sono e não acorda mais (na 1ª página a gente vê o mosquito que acabara de picá-lo saindo de perto). Para ser curado, o Pajé precisa fazer um elixir com erva Xalelé, mas o problema é que o Pajé não tinha essa erva no seu estoque para preparar o antídoto.


Papa-Capim resolve, então, ir à procura dessa erva para ajudar o seu amigo. Pajé ainda diz que é perigoso, mas Papa-Capim faz questão de ir porque é amigo do Cafuné e não quer que ele durma para sempre. Com isso, Papa-Capim vai à selva adentro á procura da erva Xalelé e no caminho enfrenta onça, jacarés, cobra gigante, salva ninhada de passarinhos de cachorro-do-mato, atravessa abismo, até que já muito longe da aldeia, escorrega e cai em um penhasco, e, por coincidência, acaba encontrando as ervas Xalelé que tanto procurava.


Papa-Capim pega as ervas e quando tenta voltar para sua aldeia, é surpreendido por índios da tribo Corrupaco, que não gostaram que ele roubou as ervas do território deles e por isso levam o Papa-Capim preso para a tribo deles. Na cela, Papa-Capim chora e o índio vigia também chora com pena. Outro índio chega e manda o guarda parar de chorar e vigiar direito o prisioneiro que seria sacrificado aos deuses no dia seguinte.


Em seguida, Papa-Capim pede ao guarda para fazer xixi e no caminho elogia a aldeia deles, achando que é muito bonito o lugar. O guarda diz que eles são muito felizes lá e só seria melhor se não fosse pelo Come-Come, um deus malvado que aparece flutuando no céu nas noites de Lua Cheia e a única forma de ir embora é os índios entregarem o ouro da tribo deles. Ele ainda fala que o estoque de ouro está acabando e quando acabar de vez, será o fim da tribo. Papa-Capim fica assustado com isso e pensa um jeito de fugir de lá.


Enquanto isso, o Conselho de Anciãos dos Corrupacos se reúnem, aflitos que o ouro que está acabando e por isso decidem sacrificar o Papa-Capim ao deus Come-Come, entregando naquela noite o indiozinho no lugar do ouro. Na cela, Papa-Capim consegue cavar um buraco e fugir da prisão, mas é surpreendido por guardas que estavam na parte de trás da oca e levam o Papa-Capim para o sacrifício ao Come-Come.


À noite, surge o Come-Come e os índios se curvam diante ao deus. Eles entregam uma bolsa com o suposto ouro, mas que era o Papa-Capim no lugar. Quando a oferenda chega até o Come-Come, descobre-se que o deus era um homem que montou um dirigível no céu para dar um golpe nos índios e roubar todo o ouro deles. Quando ele abre o saco ver o Papa-Capim, que entende a malandragem do "caraíba" pelo que o seu pai sempre falava, e parte para briga.


Quando amanhece, Papa-Capim conta aos índios Corrupacos o plano do caraíba e o seu equipamento de balão. Os índios não entendem muito, mas comemoram por ter se livrado do Come-Come. Eles entregam as ervas Xalelé para o Papa-Capim, que corre para a sua aldeia salvar o Cafuné que ainda estava dormindo. Pajé prepara o antídoto com as ervas, joga todo o líquido no Cafuné, que acorda imediatamente. Papa- Capim fica feliz que tem o seu grande amigo ao seu lado de novo para caçar, brincar, nadar no rio. Só que logo depois é o Papa-Capim que dorme, não querendo saber de nada de tão cansado que estava depois da aventura e o narrador falando que ele merece, terminando assim.


Sem dúvida é uma aventura envolvente, com o Papa-Capim sendo capaz de enfrentar vários perigos para salvar o seu grande amigo Cafuné. Ensina solidariedade e importância da amizade. Tem ótimas tiradas como o nome da doença do Cafuné ser Sonus profundus, o nome da erva Xalelé e da tribo rival chamar Corrupacos. Interessante um narrador-observador contando a história e interagindo com os personagens. Sempre é um recurso legal. Na postagem não a coloquei completa. 


Ela chama a atenção de ter muitas páginas, coisa rara ter histórias grandes com secundários na fase da Editora Abril dos anos 80, de tão diferente foi a que encerrou o gibi. Tem cenas incorretas como o Papa-Capim enfrentando e machucando onça, jacarés e também com ele fazendo xixi no mato, coisas não muito bem vistas atualmente. Até com a palavra "xixi" implicam hoje , já chegaram a alterá-la para "urinar" em almanaques.  


Os desenhos ficaram muito lindos e caprichados, principalmente os que mostram detalhes da selva, quando o Papa-Capim segura cipó igual a Tarzan, por exemplo. Falando nisso, curiosamente o nome do Tarzan dessa vez não foi parodiado. Atualmente eles sempre parodiam nomes famosos, mas naquela época nem sempre eram.  

Essa história foi republicada no 'Almanacão de Férias Nº 13' (Ed. Globo, 1993), que foi onde eu a li pela primeira vez.

Capa do 'Almanacão de Férias Nº 13' (Ed. Globo, 1993)

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Personagens Esquecidos 13: Teveluisão


Nessa postagem falo sobre o Teveluisão, um personagem criado nos anos 60 que também se enquadra na galeria de personagens esquecidos.

Teveluisão é um personagem criado em 1964 que é obcecado por televisão. Ele adora assistir e, de tão vidrado, só quer saber de ficar na frente da televisão o tempo todo. Sabe tudo que se passa em todos os canais, desde desenhos animados a notícias de telejornais, nada escapa. Seus assuntos com os amigos são só ligados aos programas de televisão, comentar como foi o capítulo da novela, o que passou nos programas, etc. 

Como passa o dia inteiro vendo televisão, ele não sai de casa e, com isso, não brinca com a turminha, que fazem de tudo para sair e brincar com eles. Histórias com ele ainda permitem uma lição de moral de mostrar que a vida real é melhor do que ficar só em casa vendo televisão e que as crianças têm que sair para brincar e ter uma vida social.

O Teveluisão possui óculos em formato de TV, uma camisa listrada azul e branca e é um adolescente aparentando ter uns 16 anos, mesma idade do Zé Luís. Com isso, é mais velho do que os personagens da turminha. Mas sua principal característica física e mais marcante é que está sempre com um sorrisão no rosto com dentes de fora, demonstrando que está gostando dos programas e bem concentrado ao que está assistindo. Até quando ele não está contente, os dentes ficam à mostra. Isso o torna engraçado e muito simpático. Só olhando a cara dele já dá vontade de rir.

Sua primeira aparição foi em 1964 nas tiras de jornais do Cebolinha, mostrando essa sua obsessão pela televisão e piadas envolvendo assuntos ligados à TV. O Cebolinha não gostava do Teveluisão falando o tempo todo sobre TV. Era normal, por exemplo, além de fazer piadas com programas da época, mostrar sufoco que passa com a televisão, como posição de antena, imagens de TV com fantasmas, interferências, ruídos impróprios, ou seja, problemas comuns que tem com a TV analógica e o sinal precário que era, principalmente nos anos 60, época das suas tiras. Às vezes era o próprio Teveluisão que sofria interferências, como se ele estivesse transformado em TV por passar tanto tempo em frente dela.

Tirinha tirada de "As Tiras Clássicas da Turma da Mônica Nº 1" (Ed. Panini, 2007)

Naquela época, Teveluisão também foi garoto-propaganda da revista "Intervalo" da Editora Abril em 1965. Tratava-se de uma revista no formato da TV Guide norte-americana, que trazia o guia de programação, reportagens e fofocas com artistas. O personagem estampava várias páginas da revista para ilustrar. Abaixo, uma página semanal de 1965, tirada do blog "Tiras Memory":

Página semanal de 1965

Teveluisão ficou um pouco sumido das tiras nos anos 60 mesmo, após 1966, mas retornou em 1971 com algumas tirinhas, como a do lançamento da TV colorida no Brasil em 1972, até voltar a ficar no limbo a partir de 1973. Recentemente a gente pôde conferir suas tiras antigas republicadas nos livros "As Tiras Clássicas da Turma da Mônica" Nº 1, 2, e 7 da Editora Panini.

Tirinha tirada de "As Tiras Clássicas da Turma da Mônica Nº 7" (Ed. Panini, 2011)

Nos gibis, Teveluisão apareceu de vez em quando, em algumas histórias voltadas com sua característica de mania de assistir à televisão, mas a maioria foi com ele apenas participando como um personagem qualquer, interagindo com a turminha normalmente e, com isso, descaracterizando o personagem. 

Ele estreou nos gibis em 1971, na história "Cascão contra a CISCA", de Mônica nº 13', em que o Zé Luís, Mônica, Cebolinha, Xaveco, Anjinho e Teveluisão formam a "Comissão de Inconformados com a Sujeira do Cascão" para tentar dar banho nele. Na participação do Teveluisão nessa história, ele convence ao Cascão a ver TV na casa dele, mas era uma armadilha que tinha uma mangueira atrás da TV  e enquanto o cascão mexia no botão para sintonizar canal, o Teveluisão abriria a mangueira e o Cascão levava um banho. Só que faltou água no bairro justamente na hora e o Cascão não se molhou.

Trecho da HQ "Cascão contra a CISCA" ('Mônica Nº 13' - Ed. Abril, 1971)

Depois o personagem ficou no limbo do esquecimento e voltou a ser lembrado em gibis de 1983 e 1984, também fazendo participações pequenas, só que sem ser assuntos ligados à televisão e interagindo normalmente com seus amigos, ou aparecendo rapidamente para formar diálogo nas histórias. Podia ser qualquer personagem no lugar, até mesmo o Manezinho, mas preferiram colocar o Teveluisão. O que mantinha da sua característica original é sempre estar com sorrisão de dentes à mostra. 

Uma dessas histórias dessa fase que destaco é a "A turma toda", de 'Cebolinha Nº 133', de 1984,  em que um menino pequeno taca uma bola sem querer na cabeça do Cebolinha, que parte para briga, aproveitando que o menino era menor que ele. Então, a cada momento surgia um garoto valentão para ajudar o menino mais fraco que estava apanhando. O Teveluisão, então, surge, no meio da história, para ajudar o Jeremias na briga e aparece, então, outro cara maior para ajudar o garoto que estava apanhando do Teveluisão e assim por diante. Podia ser perfeitamente o Zé Luís ou outro secundário qualquer no lugar do Teveluisão.

Trecho da HQ "Todos da turma" ('Cebolinha Nº 133' - Ed. Abril, 1984)

Depois de um tempo sumido, voltou a aparecer na história "O dono da rua", em 'Cebolinha Nº 19' (Ed. Globo, 1988), fazendo uma participação também. Nela, a Mônica perde a memória quando o Cebolinha taca um pião na cabeça dela e, aproveitando isso, Cebolinha faz com que ela pense que é uma menina frágil, fraca e que é ele que usa o Sansão para bater na Mônica. Teveluisão aparece junto com  Titi e Zé Luís duvidando que o Cebolinha tenha derrotado a Mônica.

Trecho da HQ "O dono da rua" ('Cebolinha Nº 19 - Ed. Globo, 1988)

Em 1989, finalmente Teveluisão teve uma história digna com sua característica de paranoia de ver televisão. Na história "S.O.S. Teveluizão", de Mônica Nº 30', a mãe do Teveluisão procura a turminha porque andava preocupada que o filho só ficava na frente da televisão  dia todo e queria que eles o convencessem a sair para brincar. A turminha aparece lá na casa dele, perguntando quais as novidades e ele só falava o que se passava nas novelas e nos jornais.

A turminha resolve, então, dançar, andar de carrinho, pular corda na frente do Teveluisão e da TV, mas ele fica imóvel e nada tira a sua concentração no que estava passando na TV. Até que Cascão joga bola e quando chuta, a bola quebra a TV. A turma aproveita e carrega o Teveluisão para rua para brincar e aí eles fazem com que o Teveluisão brinque de balanço, carrinho de rolimã, casinha,  cabra-cega, empinar pipa, entre outras brincadeiras. No final, Teveluisão vai embora gostando de ter brincado com eles e volta logo depois com uma filmadora para gravar tudo em vídeo e poder assistir tudo na televisão depois.

Um detalhe interessante nessa história é que a grafia do nome dele foi "Teveluizão". Vai ver que foi porque em histórias anteriores a essa, ele só participava sem mostrar o nome dele, então podem ter esquecido que a grafia certa é "Teveluisão".

Trecho da HQ "S.O.S. Teveluizão" ('Mônica Nº 30' (Ed. Globo, 1989)

Depois dessa, voltou a sumir por um tempo, só aparecendo eventualmente, do tipo, aparece uma vez e some, voltando a aparecer em torno de 5 anos depois. Ou seja, depois dessa história de 'Mônica Nº 30', voltou a aparecer na história "Na frente da televisão", com Zé Luís, de 'Mônica Nº 92', de 1994.

Nela, o Zé Luís vai a casa do Teveluisão e como estava vendo televisão. Zé Luís desliga a TV para eles irem à rua. Teveluisão aceita, mas queria levar sua TV de bolso, mas Zé Luís não deixa. Na rua, Teveluisão ainda tenta ver TV nas vitrines das lojas e sempre é impedido pelo Zé Luís. No final, eles chegam na casa das 2 garotas, elas pedem para esperá-las enquanto trocam de roupa e eles asistem TV enquanto esperam, sendo que as garotas demoram tanto que, já de noite, os 2 ficam imóveis, cansados de ver tanta TV. Nessa história, o seu famoso sorrisão de dentes não ficou à mostra o tempo todo e sua camisa foi com listras amarelas.

Trecho da HQ "Na frente da televisão" ('Mônica Nº 92' - Ed. Globo, 1994)

Após essa, o personagem voltou a aparecer por volta de 1999, na história "Mônica e o Teveluisão" (republicada no 'Almanaque da Mônica Nº 108' - Ed. Globo, 2005), em que a Marina conhece o Teveluisão  e estranha o seu jeito de querer ver TV o tempo inteiro. Marina faz uns desenhos e ele estranha que não fazem movimentos e não tem som e não dá bola. Depois que Mônica e Marina vão embora para assistir novela na casa delas, o Teveluisão resolve largar a TV e fazer desenhos e pintar, aproveitando que ninguém está vendo.

Trecho da HQ "Mônica e o Teveluisão" 

Em 2004, com a criação do personagem Bloguinho, Teveluisão voltou a ter atenção, já que o Bloguinho se tornou seu irmão. Enquanto Teveluisão tem mania de assistir à televisão o tempo inteiro, o Bloguinho é vidrado em internet, computador e tecnologia. Na história de estreia do Bloguinho, de 'Cebolinha Nº 221', chamada "Internetês", Teveluisão apareceu falando ao Cebolinha e Cascão que o Bloguinho era o seu irmão e tinha que levá-lo para casa.

Trecho da HQ "Internetês" ('Cebolinha Nº 221' - Ed. Globo, 2004)
A partir daí, tiveram algumas aparições rápidas do Teveluisão quando o Bloguinho aparecia. E também teve uma participação um pouco maior na história "A menina que queria limpar a praia", de 'Magali Nº 52' (Ed. Panini, 2011). Na trama em que a Magali mostra para Denise que não se deve jogar lixo na praia, Teveluisão surge do nada e se apresenta para a Denise, que não o conhecia, falando que seu apelido é esse porque gosta de televisão e fica irritado com a Denise quando ela fala que não assiste à TV porque tem vida. Teveluisão também ajuda elas, junto com Bloguinho, os pais da Magali e Ursinho Bilu na limpeza da praia.

Trecho da HQ "A menina que queria limpar a praia" ('Magali Nº 52' - Ed. Panini, 2011)

Sua última história solo foi em 'Mônica Nº 62', de 2012, na história "Televisão de cachorro", com 2 páginas, em que a tia do Teveluisão manda cuidar do cachorro dela enquanto vai ao cabeleireiro e, como a sua TV por assinatura, fica sem sinal, ele é obrigado a sair com o cachorro. Na rua, ele faz com que o cachorro assista frangos assando em frente a padaria, enquanto ele assiste à televisão da vitrine da loja. Nessa história, ele não ficou com seu famoso sorrisão de dentes à mostra, tirando a sua marca registrada.

Trecho da HQ "Televisão de cachorro" ('Mônica Nº 62' - Ed. Panini, 2012)

Como podem ver Teveluisão é um personagem que dava para render ótimas histórias e piadas com críticas à TV e problemas de imagens e som, além de uma forma de conscientizar que não se deve ficar o dia inteiro na frente da TV e deixar a vida passar. Pena que o personagem ficou no limbo, dava muito bem para ser aproveitado melhor. Sumiu por circunstâncias de novas coisas surgindo e acabou sendo esquecido pela MSP, só retornando eventualmente. Mas atualmente podem implicar pelo motivo que o personagem pode incentivar as crianças  a ficar vendo TV em vez do contrário. 

Termino com algumas capas dos gibis que tem as histórias citadas na postagem:

Capas: 'Mônica Nº 13' (1971), 'Cebolinha Nº 133' (1984), 'Cebolinha Nº 19' (1988), 'Mônica Nº 30' (1989), 'Mônica Nº 92' (1994), 'Cebolinha Nº 221' (2004), 'Magali Nº 52' (2011), 'Mônica Nº 62' (2012)