quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Mônica: HQ "Pequena atleta, mas só no tamanho"

A Mônica já foi atleta das Olimpíadas. Nessa postagem mostro como isso. Com 7 páginas no total, foi publicada originalmente por volta de 1984 e que eu li pela primeira vez republicada no encerramento de 'Almanacão de Férias Nº 10' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Almanacão de Férias Nº 10' (Ed. Globo, 1991)

Nela, o atleta Brutus está treinando arremesso de disco para as Olimpíadas, quando dá um mal jeito no braço. O técnico fica uma fera mandando um bem feito para ele. Brutus diz que o técnico falava que ele ia longe e o técnico responde que ele vai longe quando mandar para sabe para onde. O técnico vai embora, abandonando Brutus, e fica lamentando que na véspera das Olimpíadas ele perde o melhor e o único arremessador de disco do país.


No caminho, ele encontra a Mônica correndo atrás do Cebolinha e arremessa o Sansão longe. O técnico diz que o lançamento foi maior que o do disco do Roberto Carlos e vai atrás. Quando ele viu que ela acertou a cabeça do Cebolinha em cheio, ficou impressionado e pergunta para Mônica se ela quer fazer isso com algo mais pesado e ela diz que aí quer acabar com o Cebolinha. O técnico fala que não é para acertar, só lançar e ai ele vai buscar os discos, com Mônica perguntando se tem um da Blitz.


O técnico volta depois de muito tempo, a ponto da Mônica dormir em pé, não aguentando carregar a sacola pesada de discos olímpicos. Mônica, então, lança tranquilamente um disco, mas acaba acertando um avião no ar e eles saem correndo antes que descubram que a culpa foi da Mônica, com alguém dizendo que deve ter sido um míssil que atingiu. 

Depois em outro ponto, Mônica arremessa de novo o disco da maneira certa e o técnico diz que quer levá-la pra participar das Olimpíadas. Mônica adora a ideia, o abraça e fala que vai avisar ao pai dela, quando o técnico acordar do desmaio depois que ela o abraçou tão forte.


No aeroporto, os pais se despedem da Mônica de longe. Depois aparece Mônica e o técnico já no estádio, bem na hora da prova oficial de arremesso de discos para as Olimpíadas. Mônica lança o disco e percorre o mundo inteiro, passando pela França, Itália, até chegar de novo ao estádio olímpico e o disco cai a 15 centímetros do local da partida. 


Mônica acaba sendo desclassificada e, sem saber das regras, fala que pode arremessar de novo, mas o técnico não deixa para não passar outro vexame e dá bronca na Mônica que é ela péssima no arremesso, não sabe mais arremessar e ela dá um soco nele. O técnico, então, pergunta se ela quer disputar na luta de boxe, terminando assim.


Essa história é muito engraçada, brinca com a força da Mônica e ela seria uma excelente atleta para as Olimpíadas. Pena que na história o destino fez que o disco percorresse o mundo todo e foi parar exatamente no mesmo local, encurtando sua carreira de atleta, senão serias medalha de ouro garantida para o Brasil. 


Eles gostavam de mostrar histórias com absurdos da força da Mônica, sempre eram muito divertidas. Nessa, ela chegou a derrubar um avião em voo só com o lançamento do disco. Gostava quando aconteciam coisas absurdas nas histórias. Engraçado também a insinuação a palavrão bem no início da história quando o técnico fala para o atleta Brutus que vai para longe "quando mandar para sabe aonde".


Os traços muito bons, típicos da primeira metade dos anos 80. Na postagem a  coloquei completa. Interessante o trocadilho de disco olímpico com disco de música, com citações, então, do cantor Roberto Carlos e da banda Blitz, ambos em auge na época. Dessa vez não tiveram seus nomes parodiados e como as imagens foram tiradas da republicação do 'Almanacão de Férias Nº 10', prova que eles não alteravam os textos nas reedições. Hoje em dia, isso seria alterado, ou até mesmo mudarem nomes para artistas recentes.

27 comentários:

  1. O curioso é que no final dos anos 90 teve uma história da Mônica com um roteiro parecido, em que ela lança um disco, ele dá a volta ao mundo, mas ele cai perto da Mônica. Se não me engano foi na Edição 159 da Globo, eu acho.

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    1. Legal, não conheço essa da Globo. Mas acontecia isso mesmo, são as famosas histórias semelhantes.

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    2. Taí um bom tópico pra o site, Marcos, histórias semelhantes, tipo o tópico das capas semelhantes

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    3. Sim, Gabriel, seria uma boa. se der, eu faço essa série com histórias semelhantes.

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    4. Eu aprovo essa idéia, pois é boa, já vi muitas histórias semelhantes, como uma envolvendo o Franjinha em que uma garota o chama de bonito e ele fica todo feliz e não dorme ai no dia seguinte a mesma menina acha ele feio por causa das olheiras. Também teve uma história semelhante envolvendo o Chico Bento e a Rosinha, com o roteiro idêntico.

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    5. É mesmo, algumas histórias tinham roteiro idênticos, até as falas, mudando os personagens ou não. Bem interessante.

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    6. Teve outras duas também que eram, na realidade, idênticas. Uma que o Cebolinha ficava com os 5 fios enormes, a ponto de serem vistos fora da Terra. As duas hqs sairam no Cebolinha 124 e 140 da Globo, em 1997 e 1998.

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    7. É, e em pouco tempo entre uma e outra o que é bem curioso.

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  2. Muito boa essa HQ... e enfim esse Almanacão de novo na coleção!! ;)

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    1. Muito legal essa. Verdade, vc conseguiu esse Almanação de novo. Bem lembrado. Excelente aquisição.

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  3. Pena que ela não ganhou uma medalha ... Rsrsrs

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  4. É notável como as histórias eram mais soltas, se fosse necessario a Mônica ir à olimpíada competir, ela simplesmente ia e pronto, sem maiores delongas e sem necessidade de explicações chatas. Legal demais essa história.

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    1. Isso que era legal e deixava as histórias mais divertidas. Bobagem ficar explicando tudo, sem deixar os absurdos no ar.

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    2. Concordo. Essa liberdade torna a história muito mais interessante. Hoje as histórias são muito mornas, sem sal, sem graça, tudo muito limitado ao pequeno bairro do limoeiro, sem as aveturas interessantes de antes, é triste ver uma decadência assim. Quando a Panini reiniciou a numeração, parecia que ia iniciar uma reação à isso, mas só parecia mesmo... Parece um movimento sem volta

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    3. Sim, tudo muito repetido, fraco, chega a ser cansativo. Culpa dos pais, educadores e governo que só querem boas maneiras nos gibis.

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  5. Quando Mônica era Mônica rs. Com certeza hoje em dia seria absurdo uma criança disputar olimpíadas, iam implicar também da Mônica viajar com um estranho sem os seus pais irem juntos. Moralismo que estragam com as histórias.

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  6. Vou te falar que fiquei bem aflita com o disco acertando o avião e ele caindo...não gosto desse tipo de piada.
    De resto, bacana a história.

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    1. Eles faziam piada com tudo. Hoje eles evitam piadas que envolvem acidente ou traumatizantes. História legal sim.

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  7. Puxa, nem sei o que comentar. Historinha legal, divertida e gostosa de se ler. Nem vou me ater a falar que hoje é tudo diferente por causa do politicamente correto. Obrigado por compartilhar, Marcos. Abraços!

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    1. Essa história é muito divertida sim. Por não ter politicamente correto que é que se torna tão boa. Que bom que gostou. Abraços

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  8. Marcos, estava lendo um almanaque, cuja história era "viagem ao fundo do mar", ou, "viagem ao centro da terra", ou...whatever. Onde o Cascão vai ter uma aventura no centro da terra. A pergunta é: A roteirista interage com o Cascão, poderia me dizer quais eram as roteiristas da época, só pra eu ter uma noção de quem escreveu a história?

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    1. Sei qual é essa história. É de Cascão nº 188 de 1994. Tudo indica que é a Rosana que está contracenando com ele, porque ela era única roteirista mulher. Os principais roteiristas da época eram a Rosana, Robson Lacerda, Rubão, Flavio Teixeira. Tinham outros que estavam começando lá, mas não lembro nome agora.

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    2. O que você acharia, se a MSP, publicasse um temático só com histórias de determinado roteirista, como a Rosana, o Flávio, etc?

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    3. Seria legal, mas dificilmente fariam isso.

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  9. Por que o fortão dize "Ai" em uma situação esportiva?

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