quarta-feira, 28 de junho de 2017

Tirinha Nº 49: Magali

Magali tinha o seu lado egoísta quando se tratava de comida. Para não dividir comida com os seus amigos era capaz de tudo e muitas vezes se dava mal por isso. Nessa tirinha, ao avistar o Cebolinha ela trata de  tomar o sorvete todo de uma vez, mas puxa o canudo tão forte que acaba engolindo até a mesa junto. Muito engraçada. 

Eu adorava essa característica dela de ser egoísta, trapacear, enganar os seus amigos só para ter comida. Era muito legal e sempre tinha situações divertidas.

Tirinha publicada originalmente em 'Magali Nº 11' (Ed. Globo, 1989).


sábado, 24 de junho de 2017

Turma da Mônica: HQ "Um ladrão na festa"

Dia de São João e em homenagem compartilho uma história raríssima em que um ladrão invadiu a festa junina da turma. Com 6 páginas no total, foi história de encerramento de 'Almanaque da Mônica Nº 9 - Especial Festas Juninas' (Ed. Abril, 1981).

Capa de 'Almaanque da Mônica Nº 9 - especial Festas Juninas' (Ed. Abril, 1981)

Começa com os meninos apressando a Mônica a trocar de roupa, falando que não sabe porque as meninas demoram tanto pra trocar de roupa com Magali dando resposta de que só ficou 1 hora e 43 minutos trocando de roupa. Mônica diz que já está indo e Cascão diz que depois chega o carnaval e ela ainda está lá.


Mônica sai e pergunta ao Cebolinha se valeu a pena esperar para vê-la vestida de caipira. Ele diz que vai ser sincero e acaba levando um soco por ter falado mal dela. Eles chegam na quermesse e ai se deparam com um vendedor de pipocas desesperado por terem roubado as pipocas dele. Cebolinha diz que compra pinhão no lugar. Magali pergunta quem poderia ter feito isso e Cebolinha acusa que foi ela.

Logo em seguida, Cascão chama a turma pra brincar na barraca de tiro ao alvo e eles encontram o bandido (que se chamava Kid Pipoquero) que havia assaltado o pipoqueiro e estava querendo assaltar o homem da barraca mandando passar toda a grana que ele tinha. A turma não sabia que ele era bandido e pensava que no saco era o prêmio que ganhou do tiro ao alvo. Cascão fala que quer atirar também. Kid Pipoquero diz que chegou primeiro e Cascão diz que vai ficar na fila. Kid Pipoquero diz que não vai sobrar nada para ele e quando o vendedor entrega tudo, ele sai em disparada. A turma não consegue alcancá-lo e ai deixam para lá.


Em seguida, Magali fica cansada da correria e resolve comer pamonha. Eles vão à barraca e aparece o Kid Pipoquero querendo todas as pamonhas, Cascão consegue pegar a arma do bandido e diz que é a vez dele de dar tiro ao alvo. A turma apoia o Cascão pra ver quem é o melhor atirador e nessa hora aparece o pipoqueiro com um guarda, falando que foi ele quem o assaltou.

Cascão pensa que o guarda quer brincar e aponta a arma para ele falando que tem que aguardar a fila. A turma fica impaciente que a fila não anda e que está fazendo hora de propósito porque querem atirar também. Cascão diz que é porque tem uns caras querendo furar fila. Kid Pipoquero consegue roubar a arma do Cascão e Mônica o segura pela pernas falando que não era a sua vez e consegue derrubá-lo.


O guarda diz que as crianças fizeram um bom trabalho e informa que o Kid Pipoquero era um ladrão de festas juninas com mania de roubar as festas para fazer um particular na prisão e que vão ganhar uma boa recompensa por isso. A turma comemora que são heróis e resolvem comer alguma coisa. Não encontram mais vendendo nem pipoca nem pinhão e estranham que se o ladrão foi preso, como não tinha mais comida na festa. Quando vão conferir, veem que foi a Magali comeu tudo da festa, terminando assim.


Essa história é muito bacana retratando uma típica festa junina e a turma enfrentando um bandido querendo assaltar. Interessante a turma ter a inocência de não saber que o Kid Pipoquero era um bandido, só descobrindo quando conseguiram prendê-lo. Muitas vezes eles enfrentavam bandidos sem saber que era. Foi um bandido bem malvado, e não voltado ao humor como costumavam fazer nas histórias assim.

É completamente impublicável, é inadmissível ter bandidos nas histórias de hoje, assim como os personagens com armas na mão, falando palavra "Droga!"e palavrão. Mas na época era muito comum tudo isso. Os traços muito bons, uma transição da fase fofinha do final dos anos 70 com  os traços que se tornaria padrão e consagrado no decorrer dos anos 80. Traços assim eram bem típicos nos gibis de 1981.


De curiosidade essa história é inédita até então, já que alguns almanaques da Mônica da Editora Abril entre 1980 a 1983 tinham histórias inéditas. E assim como todas as outras inéditas desses almanaques, essa também nunca foi republicada até hoje e muita gente nem nunca ouviu falar dela, Então ela é muita rara, só quem tem esse 'Almanaque da Mônica Nº 9' é que a conhece. Se não foi republicada na Editora Globo, agora que não seria mesmo.


Falando brevemente desse 'Almanaque da Mônica Nº 9', então, tem um mix de histórias inéditas e republicações. Seria um almanaque só com histórias de festas juninas, mas só as inéditas é que são sobre esse tema. Já as republicações apenas a de abertura foi sobre o tema ("O sanfoneiro" - CB # 18, de 1974) e as outras foram republicações normais entre 1973 a 1976, sendo que colocaram mais do Chico Bento pra ter o ar caipira que o almanaque sugere. Como não tinham histórias de festa junina suficiente para republicação, ai colocaram inéditas para criar esse almanaque. Teve também outra história envolvendo bandidos na inédita "A quadrilha do Cebolinha", para ver como histórias assim estavam em alta na época. E ainda teve seção mostrando brincadeiras e receitas típicas de festas juninas.

Então, sempre muito bom ler essa história rara e jamais republicada no Dia de São João. Vale a pena ver essas raridades,

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Capa da Semana: Magali Nº 78

Nessa capa, Magali bate com força para ganhar o prêmio da festa junina de uma cesta de frutas para cair bem em cima da sua boca.

Eu gostava quando o logotipo das capas ficava assim com contornos de outras cores sem ser o preto tradicional, dando ar que estava iluminado.

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 78' (Ed. Globo, Junho/ 1992).


sábado, 17 de junho de 2017

Superalmanaque Turma da Mônica Nº 1 - Panini



Já nas bancas o "Superalmanaque Turma da Mônica Nº 1", o mais novo título da MSP pela Editora Panini. Nessa postagem faço uma resenha de como é essa edição.

Lançado em maio de 2017, esse título foi criado inspirado em "Disney Big", almanaque da Disney com 300 páginas de republicações de histórias. Então, "Superalmanaque Turma da Mônica" tem 300 páginas, capa cartonada e miolo com papel jornal tradicional, formato do tamanho dos gibis convencionais com publicação semestral e custando R$ 15,00. Tem quase o dobro de páginas do "Almanaque Temático", que tem 160 páginas.

Capa e contracapa formam um único desenho com vários personagens reunidos, curioso do Rolo aparecer com visual antigo nela. Como vantagem, não tem propagandas nem passatempos no miolo, só histórias do início ao fim e poucas histórias mudas (3 pra ser exato),  o que incentiva a leitura.

Contracapa da edição

Fora isso, as vantagens param por ai. Não teve índice de histórias como é no "Disney Big", só tem um frontispício e as histórias a seguir. Só tem histórias da Editora Panini de 2007, mais precisamente das edições "Nº 1" ao "Nº 5" dos 6 gibis principais. Foram 31 histórias no total, incluindo a tirinha final, e nenhuma da Globo dos anos 80 e 90 e muito menos da Editora Abril. Investiram mais em histórias longas e histórias de abertura originais até que foram poucas, mas as que tiveram foram longas. Para piorar, o exemplar é vendido embalado com plástico e não dá para folhear e ver quais são as histórias nele nas bancas.

Muitos imaginavam que com a notícia do lançamento dessa edição que teriam histórias de todos os tempos,  até por causa do teaser da editora falando sobre isso, mas não foi o que aconteceu. Depois do término da "Coleção Histórica",no final de 2015, podiam ter aproveitado essa edição pra colocaram histórias de todas as fases desde os anos 70 da fase dos personagens com traços de bochechas pontiagudas até a a atualidade.

Frontispício da edição

Muitos almanaques convencionais têm histórias bem melhores que saíram nesse "Superalmanaque Turma da Mônica". Desde 2012 eles vem re-republicando histórias da Editora Globo desde 1987 seguindo uma sequência. Ao invés de terem republicados histórias da Panini de 2007 desde então, passaram a voltar no tempo com histórias de 1987 em diante. Só almanaques da Magali que continuaram seguindo a sequência e hoje colocam praticamente as histórias dela de 2002 (dos secundários nos almanaques dela costumam ser antigas), mas os outros almanaques estão hoje republicando histórias antigas, sendo a maioria agora com foco nos anos 90.

Seguindo essa lógica, depois que acabar de republicarem todas as histórias possíveis da Globo vão passar a colocar só as da Panini, já que dificilmente colocarão histórias da Editora Abril nos almanaques. Se nesse "Superalmanaque" podiam ter e não colocaram, não seriam em almanaques convencionais. Se fosse comparar na época de almanaques da Editora Abril e Globo que republicavam histórias até com 5 anos atrás, hoje estariam republicando histórias de 2012, com mais foco em 2010 e já é um avanço colocarem histórias dos anos 80 e 90 no lugar.

Trecho da HQ "Mônica, a menina gorila" (MN # 4, Ed. Panini, 2007)

Por outro lado, como estão republicando histórias antigas, vem sendo feitas uma séria de alterações nas histórias originais para atender ao politicamente correto, com mudanças bobas, chegando a ser uma paranoia de mudar tudo que se encontra pela frente, como tirar armas dos personagens e colocando outra coisa no lugar, colocando cartaz nos muros rabiscados onde não tinha, mudando palavras por outras para tirar duplo sentidos, como recentemente mudaram perereca por sapinho, entre tantas outras coisas bobas.

Como são histórias recentes nesse "Superalmanaque Turma da Mônica", não tiveram alterações em relação às originais, pelo menos não percebi nada diferente. Outro detalhe negativo dessa edição é que não tiveram códigos mostrando em qual gibi as histórias saíram originalmente. Por serem histórias da Panini podiam mostrar esses códigos como faziam nos almanaques das editoras Abril e Globo quando as histórias eram da própria editora.

Trecho da HQ "O meu sossego foi pro espaço" (TM # 1, Ed. Panini, 2007)

Em relação às histórias, procuraram colocar todos os universos de personagens da Turma da Mônica, teve até uma do Horácio, que era raro ter história dele nos gibis a partir dos anos 2000, mas não teve nenhuma do Piteco e Turma da Mata e ficaram devendo isso, como informaram no teaser da editora. Abre com a história "Mônica, a menina gorila" (MN # 4, de 2007), em que a Mônica se transforma em gorila quando a turma vai ao circo ver Songa, a mulher gorila. Tem também "O meu sossego foi pro espaço" (encerramento de "Turma da Mônica - Uma aventura no Parque da Mônica" # 1", de 2007), em que o a turminha perturba o Seu Juca quando ele foi astronauta, com participação do Astronauta nela.

Tina e sua turma teve 2 histórias com traços da fase "Radical Chic" com muitas "caras e bocas" terríveis que marcou a fase entre 2004 a 2007. O "Superalmanaque" termina com a história "A grama do Vizinho" (CC # 1 - Ed. Panini, de 2007), em que o Cascão se transforma em outros personagens para não se dar mal nas histórias. Essa, inclusive, escrita por Emerson Abreu, com traços com caretas excessivas horrorosas e desnecessárias, típicas na época, como mostro ao Cascão transformado em Mônica no trecho a seguir:

Trecho da HQ "A grama do vizinho" (CC # 1, Ed. Panini, 2007)

Como podem ver, "Superalmanaque Turma da Mônica Nº 1" não teve nada de especial, é apenas um almanaque comum com mais páginas e mais histórias, incentivando a leitura, e uma capa cartonada. Quem esperava algo grandioso com grandes clássicos da Turma da Mônica se decepcionou. Apesar de serem histórias de 10 anos e pelo tempo decorrido já não são tão novas assim, mas a qualidade das histórias já ficavam a desejar desde aquela época e não tem grande importância nesse almanaque.

Se for comprar só por ser edição "Nº 1" de um título novo ou quem quer saber como eram as histórias de 2007, mas para quem esperava histórias pelo menos da Globo dos anos 80 e 90 que vem sendo republicadas nos almanaques convencionais se decepciona. Pode ser que nos próximos números eles possam mudar, mas nesse exemplar não valeu a pena. 

sábado, 10 de junho de 2017

Capa da Semana: Chico Bento Nº 123

Uma capa linda sem piadinha, apenas um desenho bonito com Chico Bento e Rosinha namorando de mãos dadas atravessando uma cachoeira em uma ponte formada por um arco íris e olhando a paisagem. Muito caprichada.

Nessa edição teve a famosa etiqueta de preço que costumavam ter ao mudar o preço da edição de capa por causa da inflação. Sendo que a etiqueta foi retirada e como era com cola danificou a parte onde ela estava.

Capa dessa semana é de 'Chico Bento Nº 123' (Ed. Globo, Setembro/ 1991).


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Bidu: HQ "Sem roteiristas"


Mostro uma história simples com o Bidu com problema de não ter nenhum roteirista para escrever a sua história. Com 4  páginas no total, foi publicada em 'Cascão Nº 48' (Ed. Globo, 1988).


Capa de 'Cascão Nº 48' (Ed. Globo, 1988)

Nela, Bidu entra na sua história. Ele fica parado e não acontece nada, só uma borboleta voando. Ele chama Manfredo para saber que acabou a primeira página e nada havia acontecido.



Manfredo avisa que não tem roteirista na firma: Rubão está doente, mais para lá do que para cá, Robson estava de férias e a Rosana se casou e estava em Lua-de-Mel. Bidu sugere apelar para o Mauricio para escrever uma história ao estilo à moda antiga e Manfredo diz que o Mauricio está viajando a negócios. 

Bidu diz que eles vão ter duas alternativas. Ou devolver o dinheiro que os leitores pagaram na revista ou então improvisar. Manfredo sugere outra alternativa e chama o Bugu pra entrar na história. Bidu recebe de braços abertos dessa vez e fala para ele começar logo com suas imitações sensacionais. Bugu diz que não vai dar porque não tem nada preparado já que não encontrou nenhum roteirista e são eles que ajudam no texto. 



Manfredo traz um livro de antologia para ver se inspiram alguma coisa, mas as ideias são tudo fora do estilo deles e velhas, voltados para maiores de 90 anos. Bidu implora que alguém ajude com uma piada e tacam uma pia quebrada em cima da cabela dele. Bidu resolve conversar com Dona Pedra, mas ela não tinha nenhuma inspiração pra conversar. De repente aparecem de volta o Mauricio e os outros roteiristas já com seus problemas resolvidos e prontos para criar uma história para o Bidu, mas já era tarde porque a história estava no final e não dava mais pra fazer mais nada.



Muito legal essa história envolvendo metalinguagem e brincando como seria uma história se não tivesse nenhum roteirista. Na verdade, algum roteirista criou essa história brincando com essa possibilidade e ainda encaixou fatos que aconteceu como a Rosana Munhoz ter se casado na época de verdade e ter ficado em Lua-de-Mel. O casamento dela também foi retratado na história "O casamento da roteirista",de 'Mônica Nº 18' , de 1988. 

Tem os lances engraçados como Manfredo dizer que o Rubão estava mais pra lá do que pra cá, ter que devolver o dinheiro da revista para os leitores por não terem produzido história nenhuma e uma pia cair na cabeça do Bidu do nada. Coisas assim se tornou mais engraçada ainda. Os traços muito bons e umas cores bacanas com o rosa com tom voltado para o roxo como acontecia algumas vezes na época.


Rubão (Rubens Kyiomura), Robson Lacerda e Rosana Munhoz eram os roteiristas que faziam brilhantemente as histórias nos gibis do final dos anos 80. Com a saída do Reinaldo Waisman para produzir os gibis da Xuxa, ficaram só esses 3 roteiristas na MSP e ficou claro que Mauricio de Sousa não escrevia mais as histórias, só em ocasiões especiais. No início dos anos 90 que começaram a parecer outros roteiristas na MSP aos poucos, mas eles continuaram ainda por um bom tempo nos anos 90, sendo que Rubão ficou até por volta de 1997, Rosana infelizmente faleceu encerrando sua linda trajetória e o Robson continua até hoje lá.