quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Capa da Semana: Cebolinha Nº 50

Nessa capa, Cebolinha e Bidu estão em uma academia e Bidu mostra o seu braço para dizer que está maior que o do Cebolinha. Muito caprichada.

Capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 50' (Ed. Globo, Fevereiro/ 1991).


sábado, 25 de novembro de 2017

Cascão: HQ "Um beijo, um abraço ou um aperto de mão"

Dia 25 de novembro é aniversário do Cascão. Nessa postagem mostro uma história em que uma mosca tenta convencer o Cascão a tomar banho para receber abraços da turma no seu aniversário. Com 6 páginas no total, foi a história de encerramento de 'Cascão Nº 205' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Cascão Nº 205' (Ed. Globo, 1994)

Começa com o Cascão revoltado e falando palavrões, quando chega a Mônica falando que ele é um boca-suja. Cascão diz que é aniversário dele e a Mônica quando está prestes a abracá-lo desiste por lembrar que vai ficar imunda.


Cascão fica com raiva e diz que o motivo era esse de ninguém querer nem abraçá-lo no aniversário. Nessa hora, surge uma voz falando que era porque ninguém vai querer abraçar um menino sujinho como ele, Cascão pergunta quem falou isso e aí aparece a sua "mosquinha da guarda". Cascão estranha, falando que teria um anjinho da guarda e aí a mosca diz que ele tinha, mas não suportou o cheiro dele e então ela ficou no lugar.


Cascão pergunta para a mosca como fazer com que todos fiquem perto dele, o beije e abrace e a mosca diz que seria ele tomar banho. Cascão fica uma fera e ela diz que só respondeu a pergunta dele. Cascão diz então que o jeito é aceitar a distância dos outros. A mosca fala que é fácil tomar banho, mostra que a água é saudável, as crianças, os peixes, os pássaros e todos os animais adoram, que as plantas precisam dela para sobreviver. Cascão diz que sabe disso tudo, já ouviu isso em quase todas as suas histórias. A mosca diz que conselho nunca é demais e Cascão grita para se calar e faz a mosca parar longe.


Depois, Cascão fica sentado triste em uma pedra por um tempo até que aparece o Humberto chamando para ele ir a algum lugar. Cascão vai com  ele e quando chega era sua casa para uma festa de aniversário surpresa que a turma preparou. Na festa, a turma toda abraça o Cascão, ficando  todos sujos também. Enquanto isso, Mônica fala para a mosquinha que a ideia foi boa, mas da próxima tenta convencê-lo a tomar banho, provando que era um plano entre as duas, terminando assim.


História boa mostrando a consequência do Cascão não tomar banho e os seus amigos se afastarem e ninguém querer abraçá-lo nem no aniversário por causa disso. Interessante o Cascão preferir ficar sem companhia a ter que tomar banho. Hoje em dia não duvido que ele tomaria banho por causa disso.


Era comum histórias com Cascão com suas moscas de estimação, algumas histórias só ficavam em cima dele e em outras falavam sem ter motivo pra isso, como foi nessa história. Eles não deram explicação de como uma mosca ia falar, apenas era uma mosca que falava e pronto. Gostava assim de sem explicar as coisas, sem enrolação e ainda mexe com a fantasia.


Os traços legais, típicos dos anos 90. Os personagens ganharam datas fixas de aniversário em 1994 e as vezes tinham outras histórias de aniversário nos milos dos gibis. Nessa edição 'Cascão Nº 205', as histórias dele foram de aniversário. Além dessa da mosca, tiveram a de abertura, "A festa do Cascão" em que os pais preparam uma festa simples para o Cascão por não terem condições financeiras para bancar uma festa de luxo (capa alusão a essa história) e "Meu melhor amigo e minha namorada" em que o Cascão pensa que Cebolinha e Cascuda estão namorando quando flagra eles conversando de mãos dadas e saindo juntos ás escondidas.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Almanaques "Nº 1" da Editora Globo


Postagem Nº 600 do Blog. Há 30 anos eram lançados os almanaques da Editora Globo. Nessa postagem mostro como foram os almanaques "Nº 1" da Editora Globo dos principais personagens, assim como um breve histórico e comparação dos almanaques da Editora Globo com os da Editora Abril.

Quando teve a mudança da Editora Abril para Globo em 1987, os almanaques continuaram a serem lançados, só que com numeração reiniciada, assim como os gibis convencionais. Na Editora Abril, os almanaques eram tratados como edições especiais e não tinha periodicidade definida, saiam como bem entendiam, de acordo com o personagem. Como não tinham histórias suficientes pra republicar, então eles deixavam um período longo de lançamento para ter um intervalo de pelo menos 5 anos entre as originais e as republicações. Mônica tinha mais almanaques por ano enquanto que Cebolinha, Cascão e Chico Bento era 1 ou 2 por ano.

Na Editora Globo, a periodicidade passou a ser definida, porém não de imediato, aos poucos foram diminuindo o intervalo de tempo entre um lançamento e outro, à medida que tinham mais histórias para republicar até definirem periodicidade oficial. Na Globo, passaram também a ter histórias de personagens secundários, já que na Editora Abril eram só histórias do personagem principal, salvo quando os da Mônica eram "Almanaque da Turma da Mônica", que seguiam a mesma numeração, e aí sim histórias com a turma toda, inclusive secundários.

Na transição para a Globo, não tiveram códigos de fonte de histórias, como era na Abril. Já era uma editora para outra e aí passaram a não colocar, só informando que era história de 1987 como "inédita do almanaque".  voltaram a colocar códigos apenas a partir de almanaques entre 1996 a 2003. As cores das originais foram recoloridas, deixando iguais como a atuais dos gibis convencionais da Editora Globo, por serem histórias de editoras diferentes.

Passaram a ter na Globo frontispícios nas páginas 3 de cada almanaque, página de abertura comentando sobre o almanaque ou criando um conto ou textos do Mauricio de Sousa sobre os personagens, e nas primeiras edições eram bem caprichados esses frontispícios. Outra coisa que mudou foram colocar faixa lateral esquerda com temas dos personagens nas capas e mais tarde, apenas uma faixa colorida. Apenas a partir de 1993 que tiveram molduras na capa, ficando até hoje assim. E passaram a colocar a partir de 1988 personagens secundários na maioria das capas, contracenando com os personagens ou até eles sendo o motivo das piadas nas capas. Na Abril, isso só quando acontecia quando era "Almanaque da Turma da Mônica".

As edições "Nº 1", a grande maioria, seguiram o mesmo estilo da Editora Abril com capas só aparecendo personagens da turminha e com piadinhas como eram nos almanaques da Abril, além de não ter a faixa lateral esquerda, mas apenas os almanaques do Cascão e Chico Bento que tiveram histórias dos respectivos personagens, os demais tiveram histórias de secundários.  capas sem faixa e sem aparecer. Só almanaques da Mônica e Cebolinha que seguiram as regras da tradição de republicarem histórias de 5 anos ou mais. Os outros publicaram algumas histórias de menos de 5 anos. Em todos as tirinhas foram inéditas até então em gibis, já que no período que estavam republicando não tinham tirinhas nos gibis da Abril.

A seguir comento cada almanaque individualmente por ordem de lançamento, sendo Mônica, Cebolinha, Chico Bento e Cascão são de 1987, bem na transição da Editora Abril para Globo, e o da Magali é de 1989, ano de lançamento do seu gibi convencional:

Almanaque do Cascão

Foi lançado em março de 1987, foi o primeiro almanaque da MSP lançado pela Globo, desde a troca de editoras em janeiro de 1987. No início não teve uma periodicidade definida, variando de 2 a 5 meses entre um lançamento e outro, passou a ser trimestral de forma fixa na edição "Nº 9", de 1990, e bimestral a partir da edição "Nº 36", de 1996, ficando assim até hoje.

O Almanaque "Nº 1" teve 84 páginas, 12 histórias no total, incluindo a tirinha final e histórias apenas do Cascão, entre 1982 e 1984. Na Editora Abril, eram histórias só do Cascão que saíam nos gibis do Cebolinha e da Mônica e nesse almanaque "Nº 1" continuou a ter só histórias do Cascão, mas tiveram histórias dos gibis do Cascão da Editora Abril, sendo que ao invés de ser só as de 1982 por ser 5 anos de intervalo de republicações, tiveram histórias de 1983 e 1984, sendo muito novas até então (4 foram histórias de aberturas originais).

Nos últimos almanaques do Cascão na Editora Abril, estavam praticamente histórias do Cebolinha com participação do Cascão, estavam mais um almanaque do Cebolinha com o nome do Cascão apenas e aí pelo visto para mudarem colocaram histórias dos gibis do Cascão, mas ainda assim davam para formar o almanaque só com histórias de 1982, sem precisar colocar histórias mais novas.

Abre com frontispício com Mauricio contando sobre a invencibilidade do Cascão de tomar banho e a sua opinião de não dar banho no personagem. Bem interessante.

Frontispício do 'Almanaque do Cascão Nº 1'

A história de abertura é "Cascão Porquinho" (CC #20, de 1983), com 10 páginas, em que o Cascão salva o Chovinista de ser atropelado por um caminhão ao pegar um graveto que ele lançou. Com a correria, Cascão acaba caindo na lama e fica desacordado. A Fada dos Porquinhos vê o Cascão lá e resolve ajudar, fazendo acordar logo, mas acaba o transformando em um porquinho, pensando que era um amigo do Chovinista que tava deformado.

Trecho da HQ "Cascão Porquinho"

Cascão acorda, mas não vê que foi transformado em porco e resolve levar Chovinista para casa. No caminho, todos se assustam com o Cascão com cara de porco: Mônica, Cebolinha e até a mãe do Cascão ficam assustados. Depois, Cascão vai ao açougue e quase o açougueiro corta a sua cabeça pensando quer era um porco de verdade. Na rua, Mônica e Cebolinha prende Cascão em uma rede e carregam até à beira do lago para dar banho nele. Cascão descobre que virou porco se olhando no espelho na rua e pensa que está virando porco por não ter tomado banho. Quando ele prestes a pular no lago, a Fada dos Porquinhos volta após uma prece que o Chovinista fez e consegue o Cascão voltar ao normal, alegando que foi erro dela. No final, Mônica e Cebolinha ficam revoltados que não conseguiram dar banho no Cascão e correm atrás para bater nele.

Uma história bacana, era muito comum histórias assim mexendo com a imaginação e fantasia com os personagens se transformando em alguma coisa por causa de uma fada, bruxa ou invenção do Franjinha ou um cientista qualquer.

Trecho da HQ "Cascão Porquinho"

Nas demais histórias, como falei, prevalecem histórias de gibis do Cascão da Editora Abril, sendo inclusas até 1984, mas tiveram algumas que saíram nos gibis da Mônica e Cebolinha de 1982. Como histórias de destaque temos "A ameaça do casquinha" em que aparece um garoto muito limpo, o Casquinha e a turma só quer saber dele, mas era um plano infalível deles para dar ciúme ao Cascão e ele tomar banho por causa disso; "Fugindo da chuva" em que Cascão e Cebolinha vão parar em um cemitério para fugir da chuva e um não sabe que o outro lá e pensam que é assombração; "Quem é o otário" (CC #51, de 1984), em que Cascão compra um guarda-chuva de um golpista dizendo era automático, e acaba o guarda-chuva não abrindo quando ele precisa para escapar da chuva.

Em "O terrível duelo ao Sol" (CC # 11, de 1983), Cascão tem que enfrentar Lixonildo, um garoto imundo que resolveu ser dono da rua e eles duelam ficando um em frente ao outro sob Sol forte pra ver quem aguenta mais tempo o mau cheiro do outro; "Um plano contra o Cascão" , o Cebolinha se disfarça de Doutor Cuca Quente para dizer que inventou uma fórmula da superforça para dar banho no Cascão; tem ainda "Mania de limpar o Cascão" (CC # 1, de 1982) em que as irmãs Cremilda e Clotilde tentam mais uma vez dar banho no Cascão (história de estreia das irmãs gêmeas vilãs). Termina com "Cascão sumiu na água" (CC # 17, de 1983), em que Cascão passa sufoco pra escapar da água quando uma represa estourar o bairro do Limoeiro fica inundado


Almanaque da Mônica

Foi lançado em junho de 1987. As edições "Nº 1" e "Nº 2" eram trimestrais e tiveram 100 páginas, seguindo o estilo da Editora Abril e a partir da edição "Nº 3", de 1987, passou a ser bimestral e com 84 páginas, seguindo assim até hoje.

O Almanaque "Nº 1" teve 20 histórias no total, incluindo a tirinha final e histórias da Mônica e de secundários, entre 1979 e 1981. Abre com frontispício com a mônica contando sobre o almanaque e falando que o Sansão é só dela e ninguém mexe senão ela vira uma fera.

Frontispício do 'Almanaque da Mõnica Nº 1'

A história de abertura foi "Lá vem os índios" (MN # 132, de 1981), com 7 páginas, em que a turminha de brincando de índios atacando mocinhas e quando Cascão escorrega e cai no chão, Mônica e Magali reclamam que eles são índios fajutos e Cascão fala que elas só sabem reclamar e queria ver se elas fossem os índios. Cebolinha provoca que meninas não nasceram para ser os índios e então Mônica  propõe ela e Magali serem índios melhores que eles, apostando 2 sorvetes, mas na condição dos meninos serem as mocinhas em perigo.

Trecho da HQ "Lá vem os índios"

Os meninos se vestem de mocinhas de faroeste e quando veem outros meninos passando, eles levantam as suas saias pra não serem vistos e acabam sendo criticados como que as meninas estão cada vez mais assanhadas. Logo depois, eles brincam, dessa vez com as meninas como índios e os meninos como mocinhas indefesas, e 2 meninos valentões aparecem falando que não era pra assustarem as meninas e solta o cachorrão para correr atrás da Mônica e Magali.

Os valentões se aproximam dos meninos e falam que a partir de agora vão proteger sempre que estiverem em perigo. Cebolinha e Cascão gostam porque aí não vão se preocupar mais com a Mônica, mas quando os valentões querem beijar a boca deles, Cebolinha e Cascão gritam desesperadamente pedindo socorro. Então, aparece o Bidu correndo atrás do cachorrão e Mônica e Magali voltam e dão surra e tacam melancias nas caras dos valentões. Os meninos vibram com a eficiência delas e falando que são índios de verdade, e aí foi a deixa para admitirem que perderam a aposta de que as meninas são melhores índios que eles e no final Cebolinha e Cascão falam pro Xaveco que as meninas escalpelaram os bolsos deles, enquanto elas tomam os sorvetes da aposta.

História legal que mostra inversão de valores de meninis e meninas, de coisas que meninas podem fazer no lugar dos meninos e vice-versa, coisa comum na época. Normal também histórias de aberturas curtas assim.

Trecho da HQ "Lá vem os índios"

As demais foram histórias muito boas também, seguindo o estilo das histórias da Editora Abril da época com muitos absurdos. Histórias com secundários foram com Bidu, Piteco, Tina, Penadinho e Zum & Bum. Com a turminha destaques com a história "Padre novo na paróquia" com Seu Juca sendo padre e Mônica e Cebolinha aprontando com ele; "Mônica e os adultos" em que os meninos viram adultos de repente em mais um plano infalível contra a Mônica; "O mistério da boca" em que o Cebolinha põe algo na boca da Mônica e ela fica querendo saber a todo o custo o que foi colocado. E tiveram outras 2 histórias de abertura originais: "Magalancia" (MN # 135, de 1981) em que a Magali supostamente vira melancia deixando a Mônica desesperada e "Um emprego para o Anjinho" (MN # 134, de 1981) em que a Mônica arruma um emprego de cupido para ele.Termina com "Tic Tac" em que a Mônica não consegue dormir com um despertador barulhento que o Cebolinha deu de presente para ela e vai até a casa do Cebolinha e devolve o despertador para ele não dormir.


Almanaque do Chico Bento

Foi lançado em julho de 1987.  No início não teve uma periodicidade definida, variando de 2 a 6 meses entre um lançamento e outro, passou a ser trimestral de forma fixa na edição "Nº 9", de 1990 e bimestral a partir da "Nº 36", de 1996, seguindo assim até hoje.

O Almanaque "Nº 1" teve 84 páginas, 18 histórias no total, incluindo a tirinha final e histórias apenas do Chico Bento, entre 1978 e 1983. Quase todas foram histórias do Chico que saíram nos gibis da Mônica e Cebolinha da Editora Abril mas as de abertura e de encerramento foram de gibis do Chico Bento, das edições "Nº 13" e "Nº 34", ambas de 1983. Com isso, teve esse fato e história de menos de 5 anos, já que seria permitido histórias de gibis até 1982.

Abre com frontispício com Chico Bento e Mauricio apresentando o almanaque, que tem muita diversão e "causos" da roça. Detalhe para o caipirês bem carregado.

Frontispício do 'Almanaque do Chico Bento Nº 1'

História de abertura foi "O último sertanejo da cidade" (CHB # 13, de 1983), com 11 páginas, em que o Chico vai visitar o primo da cidade e acha tudo sombrio, esfumaçado e perigoso. Ele chega a contar para a mãe do primo como foi o passeio, mas não chega a completar por ela querer ver a novela. Enquanto ela e o seu primo veem a novela, Chico vai até a janela e vê uma galinha andando na rua e estranha. Chico segue a galinha e vai parar em um beco escondido e acaba encontrando uma família vivendo em uma mini roça no meio da cidade.

Trecho da HQ "O último sertanejo da cidade"

Chico fica admirado e pergunta como conseguiram um pedacinho da roça no meio da cidade. Zeca Polêncio diz que no início era tudo mato e o progresso apareceu e destruiu todo o campo verde, árvores, lagos para construírem prédios e mais prédios, que ele chama de casas compridas, mas não quis sair ameaçando a atirar com a espingarda os homens com tratores e não saiu de lá. Logo Zé Polêncio fica triste,dizendo que está cansado e não pode ficar lá por muito tempo escondido e os filhos sofrerem por causa dele. Chico diz que vai arrumar ajuda de uns parentes e sai do beco, falando que vai voltar.

Depois ele volta com a familia do seu primo e fica perdido onde encontrar o beco com a roça do Zeca Polêncio. Encontra uma pena de galinha e acaba encontrando a entrada, mas quando chegam lá a roça não existia mais e tinha um anúncio de que ia construírem um novo condomínio no local e Chico desmaia. No final, Chico volta para casa bem triste sem notícia de seus amigos,  vai para o seu quarto quando ouve umas batidas. Chico pensa que era o progresso chegando na roça e quando vê era Zeca Polêncio pregando uma placa da familia que ia ser vizinho do Chico e ele sai correndo emocionado para abraçar Zeca Polêncio e a família.

Bonita historia escrita por Mauricio de Sousa que ensina o que o progresso faz com a natureza e fica a imaginação de um novo mundo escondido em plena cidade. A princípio até dava para pensar que era tudo coisa da cabeça do Chico, mas no final vê que realmente tudo aconteceu.

Trecho da HQ "O último sertanejo da cidade"

No mais, só histórias do Chico, quase todas originais de quando ele não tinha revista própria. As historias de 1980 em diante já com caipirês adotado nos gibis, mas alterados para seguir o caipirês atual até então. E nas histórias antes de 1980 em que ele falava certo, alterados para o caipirês para padronizar. Essas mudanças faziam inclusive nos próprios almanaques da Editora Abril sendo que eles procurava mais colocar histórias mudas para não mexer com caipirês dele.

Vemos no geral um Chico mais solto, mais burro, atrapalhado, como lutando contra urubus não invadirem sua plantação em "Minha plantação, não", criando armadilhas para pegar passarinhos em "O passarinhão", arrumando meios pra atravessar uma lagoa cheia de piranhas em "A pimenta", raios-crianças querendo atacar o Chico em "Brincadeiras chocantes", entre outras. Termina com a clássica "Uma conversa com Sol" (CHB # 34, de 1983), em que o Chico cansa de tanto calor, com gado tudo morrendo de seca e povo tudo desidratado e então ele resolve bater um papo com o Sol mostrando os problemas do calor para a natureza e a vida terrestre e quando desmaia desidratado o Sol conta as vantagens do calor para a Terra. Republicada antes da hora, mesmo assim muito boa essa história do Mauricio de Sousa.


Almanaque do Cebolinha

Foi lançado em julho de 1987.  No início não teve uma periodicidade definida, variando de 2 a 7 meses entre um lançamento e outro, passou a trimestral de forma fixa na edição "Nº 10" de 1990, e bimestral a partir da "Nº 35", de 1996, seguindo assim até hoje.

O Almanaque "Nº 1" teve 84 páginas, 12 histórias no total, incluindo a tirinha final, entre 1975 e 1981. Abre com frontispício do Cebolinha contando que o pessoal criticava o jeito de falar dele trocando o "R" pelo "L", que não era igual aos meninos da idade dele, mas que já aprendeu a falar direito e não estava mais falando como bebê. Na verdade, a façanha foi ele não falar nenhuma palavra com "R".

Frontispício do 'Almanaque do Cebolinha Nº 1'

História de abertura foi "O calendário do tempo" (CB # 99, de 1981). Nela, o guardião do tempo está entediado por não fazer nada já que ele só faz é arrancar as folhas do ano do calendário mágico na mudança de cada ano, e resolve dormir, mas quando se deita, a perna encosta no calendário e faz cair na Terra bem na hora que a Mônica está prestes a bater no Cebolinha depois de ter aprontado mais uma. O calendário cai bem na mão do Cebolinha, que diz que é um presente para ela. Mônica estranha um calendário que só mostra o ano e Cebolinha diz que pode pendurar na parede, quando chega a Magali fazendo bola de chiclete e o calendário gruda no chiclete.

Cebolinha arranca as folhas até não ter vestígios de chiclete e, cada vez que ele arranca, os anos vão se passando e eles ficando mais velhos, até chegarem ao ano 2020. Eles viram adultos em um mundo completamente espacial e tecnológico e não tem mais as atitudes de crianças, passando a ter responsabilidades e mudando as suas personalidades como Cascão querer tomar banho e Magali ir a clínica para emagrecer.

Trecho da HQ "O calendário do tempo"

Cebolinha convence os amigos a não agirem como adultos e é preso por robôs espaciais comandados por ministro Franja (Franinha) por estar causando confusão em local pacífico. Na cadeia, encontra Anjinho preso por ter brincado com as nuvens e Cebolinha fica revoltado por estar em um mundo que só tem adultos sérios e sisudos que não aceitam brincadeiras, e reconhece que foi porque cresceram rápido demais por causa do calendário do tempo. Nessa hora, o Guardião do Tempo está na cela ao lado e pega o calendário com o Cebolinha e logo em seguida chega a esposa e o filho do Cebolinha com a esposa revoltada por ele estar preso e dando mau exemplo pro filho.

Cebolinha Junior taca aviõezinhos na cela do pai e era justamente as folhas dos dos anos anteriores do calendário do tempo e o Guardião cola as folhas no lugar e tudo volta ao normal, sem a turma entender o que aconteceu. Depois, a menina, que seria a esposa do Cebolinha no futuro, pergunta para a Mônica se não ia apresentar o Cebolinha para ela, e Mônica diz que só depois de ele brincar de carmiça porque ele disse que quer aproveitar bema  vida de solteiro.

História excelente de aventura, mostrando a imaginação do tempo passar depressa com as folhas arrancadas do calendário do tempo. além de ver a turminha adulta, que de vez em quando apareciam através de invenções ou até como imaginação dos personagens. Gostavam muito de mostrar o século XXI como um mundo tecnológico e espacial, estilo "Os Jetsons", hoje a gente ver que não é bem assim que vai ser o futuro e o ano 2020 que imaginavam será bem diferente.

Trecho da HQ "O calendário do tempo"

No mais, tiveram histórias de secundários com Bidu. Zum & Bum e Piteco. E histórias do Cebolinha com clássicos como "Loucuras do Louco" em que o Louco imagina estar em uma embarcação em alto-mar prestes a explorar uma nova terra, com direito ao Louco com camisa rosa e calça vermelha e sem alterações de cores, como era comum na Editora Globo; "O mais cabeludo da rua" (CB # 28, de 1975) em que ele encontra um tônico capilar na rua e fica cabeludo, mas o cabelo cobre todo o seu corpo ficando parecendo o Floquinho, causando muita confusão. Tem " A injeção" em que o Cebolinha faz de tudo pra não tomar injeção na clínica e na frente da mãe. 

Termina com a história "O assalto" em que o Cebolinha e Cascão vão ao banco trocarem um dinheiro que encontraram na rua bem na hora que o banco estava sendo assaltado com bandidos a mãos armadas.


Almanaque da Magali

Foi lançado em dezembro de 1989, foi em comemoração ao sucesso da revista convencional da Magali ter feito um grande sucesso e fizeram o almanaque para fechar com chave de ouro.

Teve periodicidade semestral até a edição "Nº 4" de 1991 e a edição "Nº 5", saiu apenas 1 ano depois. Em 1993 não teve Almanaque da Magali e retornou em 1994 sendo semestral da "Nº 6" ao "Nº 11" de 1996. e aí passou a ser trimestral a partir da "Nº 12" de 1997 até a "Nº 37", de 2003, e a partir da edição "Nº 38", de 2003, em diante passou a ser bimestral, sendo assim até hoje.

O Almanaque "Nº 1" teve 84 páginas, 19 histórias no total, incluindo a tirinha final entre 1979 e 1985 e histórias  de secundários inclusas. Como tinham poucas histórias da Magali para serem republicadas, então tinha que ter de secundários pra preencher o almanaque, fora que em 1989, todos os almanaques já era consagrado ter histórias de secundários. A capa foi só com personagens da turminha, aí seguindo o estilo dos outros almanaques "Nº 1" da Editora Globo e teve faixa lateral com frutas, seguindo o estilo dos outros almanaques da turma de ter faixa lateral personalizadas com as características dos personagens.

Abre com frontispício com a Magali andando de bicicleta com o Mingau com ela contente com seu almanaque, que o primeiro a gente nunca esquece e sugere aos leitores lerem acompanhado de biscoitos, balas, pipocas, chocolate, pois tudo cai bem com a leitura do seu primeiro almanaque.

Frontispício do 'Almanaque da Magali Nº 1'

História de abertura foi "A bochechuda" (MN # 184, de 1985), com 10 páginas. Nela, a Magali enche a boca de frutas de uma vez só na casa da Mônica e fica com bochechas grandes e inchadas. Magali fica inconformada, ainda mais que ela ia se encontrar como Joãozinho Boca de Cantor, um menino fofo que toca em um conjunto de rock, e ele não podia vê-la daquele jeito. Mônica dá um jeito de forçar as bochechas pra dentro, primeiro consegue só um lado, mas depois consegue as 2 voltarem ao normal. Quando saem pra rua, as bochechas da Magali voltam a inchar e ela fica entalada na porta. Mônica faz força pra tirar a Magali da porta e as 2 acabam caindo longe, em cima do Cebolinha e Cascão que estavam brincando de bolinhas de gude no campinho.

Trecho da HQ "A bochechuda"

Cebolinha e Cascão falam que perdoa se a Magali der um pedaço do que está comendo. As meninas fogem deles e se escondem em um beco sem saída para eles não descobrirem tudo e não estragarem a paquera da Magali com Joãozinho Boca de Cantor. No beco, um bandido põe uma bolsa de dinheiro roubado na boca da Magali. A polícia chega e pergunta onde está o dinheiro que a dupla de bandidos roubaram do banco. Eles falam que não tem nada, mas logo aparecem a Mônica e Magali com o saco de dinheiro que colocaram na boca da Magali. Os bandidos tentam colocar as meninas como reféns para os policiais não se aproximarem, mas quando eles chamam Mônica de dentuça e Magali de bochechuda, elas dão uma surra nos bandidos e Mônica diz que é dentuça é a vovozinha e Magali diz que bochechuda é a comadre da sua madrinha.

Os bandidos são presos e em seguida, Cascão e Cebolinha veem tudo e confirmam que Magali não estava comendo nada. Chega o Joãozinho Boca de Cantor que havia visto tudo também e diz que as bochechas estão horríveis, uma vergonha, nunca ia sair com a Magali com as bochechas daquele jeito, o que as fãs iam falar daquilo. Cebolinha e Cascão dão uma surra no Joãozinho e tacam o violão na sua cabeça por causa dos desaforos que disse para a amiga e em seguida eles junto com a Mônica tentam empurrar as bochechas da Magali para voltarem ao normal. Eles conseguem, mas acaba a bunda da Magali ficando inchada no lugar das bochechas, sem ela ver ainda, terminando assim.

História cheia de absurdos que era o que se tornava legal nos gibis antigos. Ponto alto a parte dos bandidos colocarem a bolsa de dinheiro do assalto ao banco dentro da boca da Magali de tão grande que estava. Curiosidade do Joãozinho Boca de Cantor, o menino músico por quem a Magali era apaixonada na história, foi inspirado no Paulinho Boca de Cantor, um famoso cantor da época, foi representado em uma versão criança e o nome parodiado para "Joãozinho Boca de Cantor".

Trecho da HQ "A bochechuda"

O almanaque no geral teve histórias de secundários com Bidu, Penadinho, Chico Bento, Franjinha, Titi, Humberto e Mônica. Já com Magali histórias que saíram nos gibis da Mônica e Cebolinha da Editora Abril e repletas de absurdos envolvendo a sua fome exagerada e pensar só em comida. Vemos Magali passando sufoco com uma gelatina feita por ela que não parava de pular o bairro do Limoeiro todo após ela ter espetado uma faca em "Docinho tantã", Magali querendo comer antes de ir ao cinema e não ter dinheiro para pagar a entrada do cinema por ter comido tanto em "Pra entender", Magali ficando com a boca grudada em uma melancia de cera em "Magali e a melancia". Termina com a história "Magricela que só ela" em que a Magali se dá conta que é magra demais quando experimenta roupa nova em uma loja e então pensa um jeito de engordar. Histórias que mostravam situações que ela come, come e continua magra eram boas demais.

Como podem ver esses almanaques "Nº 1" foram muito bons e valem a pena ter na coleção, não só pelo histórico de ser primeira edição de uma editora, mas também pelo conteúdo das histórias excelentes, cheias de absurdos e sem sombra do politicamente correto como eram os primórdios da Turma da Mônica. Os frontispícios foram uma boa novidade nos almanaques da Globo, sobretudo primeiras edições, pena que eles tiraram os códigos mostrando em qual gibis originais saíram, pelo menos nos primeiros anos. Enfim, muito bom recordar esses almanaques.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Tirinha Nº 52: Cascão

Nessa tirinha, Cascão se assusta ao ver que tá acima do peso quando se pesa na balança da farmácia. A solução foi tirar uma boa parte da sua sujeira para voltar ao seu peso normal. Tirou tanta sujeira que ficou uma montanha de poeira no chão da farmácia e assim ficou leve.

Um detalhe que a expressão "Minha Nossa!" está proibida na MSP.  Ou por ser 2 pronomes juntos e está ensinando errado ou por causa de religião por remeter à Nossa Senhora. Sempre que os personagens falavam essa expressão de espanto, agora eles mudam para "Meu Deus!" ou algo semelhante. Alterações que não dá para entender.

Tirinha publicada originalmente em 'Cascão Nº 40' (Ed. Globo, 1988).


quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Turma da Mônica: HQ "A bruxa que odiava parques"

Mostro uma história em que uma bruxa que odiava parques de diversões resolveu ir ao Parque da Mônica para destruí-lo. Com 15 páginas no total , foi publicada em 'Parque da Mônica Nº 32' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Revista Parque da Mônica Nº 32' (Ed.Globo, 1995)

Começa mostrando um noticiário que estava causando um caos e série de acidentes no parque Nisdeylândia dos Estados Unidos e não sabiam a causa daquilo tudo. Logo os leitores descobrem que a causadora foi uma bruxa que odiava parques e que destruía sempre que via um por perto.


Enquanto voa, a Bruxa fala que não suporta porque as pessoas ficam se divertindo lá, quando de repente sobrevoa o Parque da Mônica e fica com ódio ao ver o Parque, falando que foi só se ausentar por uns 3 anos que já constroem um parque novo. Diz que ainda que ele vai ser destruído também, mas vai pensar um pouco a forma de como vai ser no aconchego do seu lar.


Chegando em casa, a Bruxa pensa como vai destruir o Parque da Mônica, se com bombas entristecedoras como o Cleicenter ou bombas destruidoras como a Nisdeylãndia. Até que aparece na televisão um anúncio que o Parque da Mônica os brinquedos são interativos e não funcionam sozinhos. A Bruxa adora a notícia e até abraça a TV já sabendo como vai fazer para destruir o Parque da Mônica.


Enquanto isso, a turminha chega ao Parque da Mônica com Cascão todo prosa que são convidados especiais, entram de graça e o Parque tem nome deles e entram como convidados especiais. Mônica intervém que o tem o nome dela e Cebolinha diz baixo que devia era tero nome dele e a xinga de bobona. Mônica ouve e já quer dar uma surra nele quando Magali interrompe falando apra não brigar e aproveitarem o Parque se divertirem como as outras crianças.


Nessa hora, surge a Bruxa disfarçada e Magali estranha que vem cada frequentador estranho ultimamente lá. A Bruxa pergunta se eles vão apresentar os brinquedos para ela. A turma apresenta a Pista de Carrinhos, Brinquedão, Carrossel do Horácio, Tumba do Penadinho, Casa da Mônica, Casa do Louco e falam que tudo é divertido. Então, quando eles falam isso, a Bruxa fica com ódio mandando eles não falarem essa palavra e diz que agora eles vão ver o que é divertido.


Assim, a Bruxa solta o seu feitiço no ar e os brinquedos passam a ter vida e o Parque fica um terror. Os carrinhos da pista perdem o controle, Brinquedão fica monstruoso, assim como os balões, os personagens da Turma do Penadinho e todos os outros brinquedos. Muito pânico e gritarias das crianças, correrias, pais procurando pelos filhos perdidos e a Bruxa só rindo do que fez fez, adorando por ter bagunçado o coreto. Mônica tenta da ruma coelhada na Bruxa e então ela faz que o Sansão vire um monstro gigante e faz a Mônica de coelho girando como se fosse arremessá-la longe, invertendo os papeis.


Magali pergunta para Bruxa porque ela estava fazendo aquilo e ela diz que não gosta de ninguém se divertindo e que diversão é bobagem. nessa hora, ela acaba escorregando sem querer no encosto da rampa e acha gostoso o escorrega. Magali diz que foi divertido. A Bruxa fica com vergonha ao dizer nunca se divertiu antes e Magali diz que diversão é uma sensação gostosa e que as pessoas vão ao Parque para sentir várias sensações gostosas. A Bruxa diz que tava perdendo tudo isso e que quer brincar no Parque. Magali fala que é preciso que tudo volte ao normal e a ela aceita com uma condição, que fica em segredo.


No final, tudo volta ao normal no Parque da Mônica e depois de uns dias eles voltam lá para brincar. Sendo que agora eles tem que levar a Bruxa junta com eles como convidada especial  para entrar sempre de graça, enquanto a bruxa brinca no carrossel Do Horácio.


História legal mostrando uma bruxa que não gostava de ver os outros se divertindo e fazia questão de destruir os parques só pra não ver os outros se divertirem. Aonde ela passava trazia o caos, acidentes para estragar a felicidade dos outros. A turma até pensava que ela era só uma senhora esquisita até ver o estrago que fez no Parque.


Interessante as paródias à Disneylândia e Playcenter, parques muito famosos, mostrados que a Bruxa tinha destruído também. O recurso do narrador-observador conversando com a Bruxa no início sempre era engraçado nas histórias. E teve uma coerência com a realidade quando ela disse que só foi ficar longe mais de 3 anos para construírem o Parque, já que a história é de 1995 e o Parque da Mônica foi inaugurado em 1993. E é incorreta por mostrar crianças com sofrimento em um parque de diversões, alegando que pode remeter a traumas com acidentes em parques que aconteceram na vida real e isso eles não fazem atualmente.


Os traços muito bons, com o estilo consagrado dos personagens, detalhe também das cores tudo em degradê como era nos gibis do segundo semestre de 1995. Eles deixavam tudo em degradê, até título, o chão, quando eles estavam em ambiente fechado. Até os balões das falas dos personagens ficavam em degradê quando eram coloridos por conta do fundo branco. Eu gostava das cores assim, umas das preferidas minhas da Globo.


Enquadramento ficou 6 quadrinhos desa vez, ficando uma história com mais páginas do que se fossem 8 quadrinhos por página, porém necessário assim pra mostrar mais detalhes nos desenhos no terror do Parque. Capa ficou bacana e mais uma vez fazendo referência à historia de abertura, como era sempre na época nas revistas Parque da Mônica. Na Editora Globo, os gibis dos personagens principais tinham piadinhas e reservavam as revistas Parque da Mônica e Gibizinhos com alusão à primeira história.